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Os livros perderam a utilidade?

Por:   •  11/10/2019  •  Ensaio  •  1.195 Palavras (5 Páginas)  •  71 Visualizações

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Gustavo Pereira RA 150794

Os livros perderam a utilidade?

Brasileiros leem, em média, cinco livros por ano e dentre esses menos de três são por vontade própria

Há um pouco mais de leitores no Brasil. Se em 2011, eles representavam 50% da população, em 2015 eles são 56%. A listagem de leitura indica que o brasileiro lê em média cinco livros por ano, porém entre estes menos de três são lidos por vontade própria. Os dados fazem parte da pesquisa realizada a pedido do Ibope e Instituto Pró-Livro, entidade mantida pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), Câmara Brasileira do Livro (CBL) e Associação Brasileira de Editores de Livros Escolares (Abrelivros), em 2016.

O auxiliar da biblioteca Cândido Portinari, na Vila Mathias em Santos, Ronaldo Andrade, analisa a convergência das mídias e plataformas digitais como um comportamento positivo. Para ele não se trata da derrocada do livro impresso, podendo haver uma menor tiragem, porém não implicando no seu fim.

"Existem algumas peças literárias que ainda não foram digitalizadas e na falta de conexão, a biblioteca se mostra como um ótimo abrigo. Assim como na comunicação, na falta da internet ou da TV, podemos nos informar pelo rádio". O que importa segundo ele, é que as ferramentas digitais de texto e vídeo sejam suplementos dos espaços de convivência e leitura de exemplares físicos.

Quando perguntado sobre o aumento quantitativo da leitura, com as redes sociais e aplicativos de mensagens e não qualitativo, assim como a explosão das fakes news, ele compartilha a responsabilidade com o leitor em saber a fonte da informação. “Precisa distinguir o joio do trigo. A qualidade vem a partir da fonte consultada. Perguntar de onde, por qual razão está recebendo aquela informação e como está sendo analisada por aquele que a escreve.”

Andrade tem um olhar otimista para as leituras de autores e produtores de conteúdo, como por exemplo, os youtubers. Já para a pedagoga e também bibliotecária em Praia Grande, Tatiana Felix, os livros que ficam expostos em prateleiras de fácil acesso são os de maior apelo comercial e dão como exemplo de livros autores cristãos famosos na internet e também youtubers.

“Visitei as Bienais do Livro no Rio de Janeiro e São Paulo e a gente vê escritores com trabalhos consolidados que não tem metade da fila dos youtubers que estavam lá”

Lamentando a lógica mercadológica beneficiando o número de livros vendidos, ao invés do seu conteúdo. “Infelizmente a editora quer dinheiro. Então ela vai lançar o livro. Às vezes, não se preocupam em ter um escritor talentoso ou mesmo algo relevante que façam as pessoas pensarem. Porque a leitura é para isso, criar senso crítico, não visam apenas o lucro.”

Analfabetismo

O jornalista e escritor André Argolo traça um panorama editorial no Brasil. ”Temos uma situação que é cultural: na década de 1920, cerca de 80% dos brasileiros eram analfabetos. Então esse é um cenário que vai fazer 100 anos. Apenas. Apenas porque historicamente é pouco tempo. Soma-se a isso que na década de 50 chega a televisão no País. E cresce rapidamente.”

Considera o salto, concordando com outros intelectuais, da não-leitura para o vídeo ocorrido no País. Salienta a ditadura militar, entre 1964 e 1985, sendo habilidosa em massacrar a literatura nas escolas. De maneira a dar mais importância ao estudo da gramática do que a poesia, o conto, o romance. Dando ênfase o que é técnico, não ao artístico, reflexivo, crítico. “Parece evidente também em nossa história esse aspecto. Hoje o analfabetismo é bem menor. O que há é uma massa gigante de pessoas capazes de decifrar palavras, mas não lê-las. Porque ler é outra coisa”, diz.

É saber pensar no que vê. Lê-se além das palavras - o pescador lê o mar porque pensa no que vê e então pode agir de uma forma ou de outra. Assim o jardineiro lê as plantas, o jogador lê uma partida e por aí vai. A incapacidade em compreender textos simples é o complicado disso. Nessa realidade, qual valor valor o livro tem? Qual tipo de livro tem valor? Há livros ruins. Um livro ruim faz bem? Acho que faz bem somente a quem o editou, a quem o vendeu e quem o escreveu. O mercado

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