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Oscar Niemeyer

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Por:   •  7/3/2014  •  2.235 Palavras (9 Páginas)  •  430 Visualizações

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DESENVOLVIMENTO

Oscar Ribeiro de Almeida Niemeyer Soares Filho foi um arquiteto brasileiro, considerado uma das figuras-chave no desenvolvimento da arquitetura moderna. Niemeyer foi mais conhecido pelos projetos de edifícios cívicos para Brasília, uma cidade planejada que se tornou a capital do Brasil em 1960, bem como por sua colaboração no grupo de arquitetos que projetou a sede das Nações Unidas em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Sua exploração das possibilidades construtivas do concreto armado foi altamente influente na época, tal como na arquitetura do final do século XX e início do século XXI. Elogiado e criticado por ser um "escultor de monumentos", Niemeyer foi um grande artista e um dos maiores arquitetos de sua geração por seus partidários. Ele alegou que sua arquitetura foi fortemente influenciada por Le Corbusier, mas, em entrevista, assegurou que isso "não impediu que [sua] arquitetura seguisse em uma direção diferente". Niemeyer se destacou por seu uso de formas abstratas e pelas curvas que caracterizam a maioria de suas obras, e escreveu em suas memórias:

Não é o ângulo reto que me atrai, nem a linha reta, dura, inflexível, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual, a curva que encontro nas montanhas do meu país, no curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar, no corpo da mulher preferida. De curvas é feito todo o universo, o universo curvo de Einstein. — Oscar Niemeyer

Nascido no Rio de Janeiro, Niemeyer estudou na Escola Nacional de Belas Artes (atual UFRJ) e durante seu terceiro ano estagiou com Lúcio Costa, com quem acabou colaborando no projeto para o Ministério de Educação e Saúde, atual Palácio Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro. Contando com a presença de Le Corbusier, Niemeyer teve a chance de trabalhar junto com o mestre suíço, sendo ele uma grande influência em sua arquitetura. O primeiro grande trabalho individual de Niemeyer foram os projetos de uma série de edifícios na Pampulha, um subúrbio planejado no norte de Belo Horizonte. Esse trabalho, especialmente a Igreja São Francisco de Assis, recebeu elogios da crítica nacional e estrangeira, chamando a atenção internacional a Niemeyer. Ao longo dos anos 1940 e 1950, Niemeyer se tornou um dos arquitetos mais prolíficos do Brasil, projetando uma série de edifícios, tanto no país como no exterior. Isso incluiu o projeto de diversas residências e edifícios públicos, e ainda a colaboração com Le Corbusier (e outros) no projeto da sede das Nações Unidas em Nova Iorque, o que provocou convites para ensinar na Universidade Yale e na Escola de Design da Universidade Harvard.

Em 1956, Niemeyer foi convidado pelo novo presidente do Brasil, Juscelino Kubitschek, para projetar os prédios públicos da nova capital do Brasil, que seria construída no centro do país. Seus projetos para o Congresso Nacional do Brasil, o Palácio da Alvorada, o Palácio do Planalto, o Supremo Tribunal Federal e a Catedral de Brasília, todos concluídos anteriormente a 1960, foram em grande parte de natureza experimental e foram ligados por elementos de design comuns. Esse trabalho levou à sua nomeação como diretor do departamento de arquitetura da Universidade de Brasília, bem como membro honorário do Instituto Americano de Arquitetos. Devido à sua ideologia de esquerda e seu envolvimento com o Partido Comunista Brasileiro (PCB), Niemeyer deixou o país após o golpe militar de 1964 e, posteriormente, abriu um escritório em Paris. Ele retornou ao Brasil em 1985 e foi premiado com o prêmio Pritzker de arquitetura, em 1988. Entre seus projetos mais recentes se destacam o Museu de Arte Contemporânea de Niterói (1996), o Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba (2002), a Cidade Administrativa de Minas Gerais (2010) e o Centro Cultural Internacional Oscar Niemeyer, na Espanha (2011). Niemeyer continuou a trabalhar até dias antes de sua morte, em 5 de dezembro de 2012, aos 104 anos.

Filho de Oscar de Niemeyer Soares e Delfina Ribeiro de Almeida,[4] Oscar Niemeyer nasceu no bairro de Laranjeiras, na rua Passos Manuel, que receberia no futuro o nome de seu avô Antônio Augusto Ribeiro de Almeida, ministro do Supremo Tribunal Federal. Niemeyer foi profundamente marcado pela lisura na vida pública do avô, que como herança os deixou apenas a casa em que morava e cuja regalia era uma missa em casa aos domingos, apesar de ateu desde tenra idade.[5]

Niemeyer passa a sua juventude sem preocupações e na boêmia, frequentando o Café Lamas, o clube do Fluminense[6] e a Lapa. Em suas palavras: "parecia que estávamos na vida para nos divertir, que era um passeio." Em 1928, aos 21 anos, casou-se com Annita Baldo, 18 anos. A cerimônia de casamento na igreja do bairro atendeu aos desejos da noiva. "Casei por formalidade. Mais católica do que minha esposa é impossível, então não me incomodei em casar dessa forma". O casamento foi no mesmo ano da formatura no ensino médio, e para sustentar a família que seria acrescida de sua única filha Anna Maria em 1931, Niemeyer começou a trabalhar na tipografia de seu pai. Já em 1929 ele se matricula no curso de Engenharia e Arquitetura da Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro.

Formação e influência

Durante seus estudos Niemeyer vivencia a reforma proposta pelo recém nomeado diretor do curso de arquitetura, Lucio Costa. Em sua rápida passagem pela diretoria da ENBA entre 1930 e 1931, Lucio Costa remodelou o curso de arquitetura com base nos princípios modernos vigentes na Europa. Esse novo modelo repercutiu nos estudantes, cuja turma rendeu alguns dos grandes nomes do modernismo brasileiro.[8] Durante o terceiro ano de curso, ao invés de estagiar numa firma construtora como era comum, Niemeyer decide trabalhar de graça no escritório de de Lúcio Costa, Gregori Warchavchik e Carlos Leão, mesmo passando por dificuldades financeiras (sua filha Anna Maria viria a nascer em 1932)[9].Niemeyer se forma Engenheiro Arquiteto, em 1934.

O contato com Lucio Costa seria extremamente importante para o amadurecimento profissional de Niemeyer. Foi Costa que, após uma afinidade inicial com o movimento neocolonial, percebeu que os avanços atuais do estilo internacional na Europa eram a única manifestação verdadeira de uma arquitetura contemporânea. Seus escritos sobre a simplicidade técnica e honestidade construtiva que unem a tradicional arquitetura colonial Brasileira (tais como em Olinda e Ouro Preto) e os princípios modernistas formariam a base teórica da arquitetura que viria a ser realizado por Niemeyer e seus contemporâneos, como Affonso Eduardo Reidy, Jorge Machado Moreira entre outros.

As ideias de Le Corbusier, idealizador da arquitetura moderna na Europa, formam a base inicial da arquitetura de

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