TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Plano De Investimento No Ativo Permanente

Artigos Científicos: Plano De Investimento No Ativo Permanente. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  2/10/2014  •  7.596 Palavras (31 Páginas)  •  545 Visualizações

Página 1 de 31

Administração Financeira e Orçamentária

Tomislav R. Femenick

ORÇAMENTO PARA INVESTIMENTO NO ATIVO PERMANENTE - Versão Provisória

No atual cenário de economia globalizada, de busca constante de vantagens comparativas, as empresas procuram cada vez mais atingir um índice cada vez maior de competitividade e sobrevivência. Para isto realizam um aprimoramento continuo no uso do seu patrimônio, com acompanhamento das suas atividades de produção e venda, controle esse que é realizado através do sistema orçamentário. Objetivando esta meta, os administradores e empresários passaram a ter uma maior preocupação com a obtenção de informações mais consistentes e atualizadas sobre fatos administrativos, contábeis, financeiros e gerenciais.

Essa nova concepção gerencial, resultante da situação atualmente vivenciada pelas companhias, evidenciou a necessidade das empresas criarem e manter novas estruturas organizacionais e de adotarem uma visão que alcance, não somente o futuro imediato, mas que preveja situações de médio e longo prazo. Obviamente que a administração dos bens patrimoniais (comumente identificados como Ativo Permanente, Ativo imobilizado, Ativo Fixo, Bens de Produção, Ativo de Produção, Ativo de Capital etc.) tem papel de destaque, pois eles formam a força produtiva das empresas e, conseqüentemente, são a origem dos seus faturamento, ganho e lucros operacionais.

Como o controle dos bens patrimoniais está atrelado à contabilidade – até pela classificação contábil –, é o Departamento Contábil que gera as informações gerenciais sobre os Ativos Fixos, necessários ao posicionamento financeiro e gerencial da alta administração da empresa. Portanto, os administradores periodicamente devem receber relatórios administrativos da situação dos bens patrimoniais em termos de produção, investimento, custos etc.

Este Capítulo objetiva formar um diagnóstico para empresas no tocante ao controle e acompanhamento gerencial dos bens patrimoniais, abordando os investimentos no setor, o controle das operações, a análise do retorno dos capitais empregados, sempre com o emprego do sistema orçamentário.

1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA

Como início da abordagem do tema, tem-se que considerar a definição de alguns determinantes básicos, para se possa constituir um empreendimento perfeito sobre o assunto. São eles: o que é uma empresa, quais são seus objetivos, como deve ser a organização desse complexo na tarefa de se atingir os resultados esperados.

A empresa pode ser definida como uma organização cuja finalidade é atingir objetivos próprios e identificáveis, primordialmente lucros econômicos e sociais. Para atingir esses objetivos é necessário que se utilize um conjunto de normas, funções e princípios (a “função empresarial” ou simplesmente a “administração”), que têm por finalidade ordenar e controlar o sistema produtivo, de forma que possam ser atingidos os objetivos e metas.

Embora cada empresa tenha a sua “personalidade” e suas características próprias, tenha a sua individualidade – que vai do caráter jurídico-contábil até a própria maneira de agir e gerir as suas várias atividades – elas fazem parte da sociedade como um todo, sociedade essa que assume caráter múltiplo, em âmbitos diferentes, em regiões diferentes, em épocas diferentes. Em outras palavras: a empresa sofre ingerências que lhes são externas, ingerências essas que podem até modificar ou mesmo determinar seus rumos e comportamento.

É nesse contexto que hoje se deve analisar a empresa, no tempo da globalização da economia, um processo que vem derrubando as fronteiras dos países, dando liberdade ao trânsito de capitais, tecnologias e produtos. O nacionalismo econômico, as reservas de mercado, o medo da concorrência são coisas que atualmente são como que notas dissonantes no concerto dos novos tempos.

Na América Latina, e especialmente no Brasil, o cenário econômico predominante vinha sendo aquele resultante da “substituição das importações”, recomendado por alguns pensadores da CEPAL-Comissão Econômica Para a América Latina. Essa fase do desenvolvimento nacional foi resultado de um processo que teve por base um modelo que se limitou a alterar as estruturas produtivas da indústria (e algumas atividades a ela ligada), sem expandir essa alteração ao setor primário, isto é, à agricultura, à pecuária, por exemplo. Esses “novos setores dinâmicos aparecem e se expandem no âmbito restrito dos mercados nacionais, o que determina o caráter ‘fechado’ do novo modelo” (Tavares, 1981, p. 35). Isto quer dizer que a sustentação desse tipo de empresas industriais se dava por uma série de privilégios, tais como incentivos fiscais, oferta de áreas industriais com preços subsidiados e, principalmente, com a reserva do mercado nacional para os produtos fabricados por essas indústrias, não importando sua qualidade, sua tecnologia e o preço de venda de seus produtos.

Do recente passado para o presente, houve uma brusca mudança de comportamento, resultando para a economia brasileira um momento em que as empresas industriais têm que vencer um múltiplo e decisivo desafio: superar a defasagem tecnológica de seus métodos produtivos e de produtos finais (que sofrem em relação ao nível internacional), e ao mesmo tempo enfrentar no mercado interno a concorrência dos produtos importados. A superação desses problemas é determinante para a sobrevivência de algumas empresas – de porte grande, médio e pequeno –, muitas delas administradas de forma não profissional e sem a preocupação com fatos importantes, tais como “retorno do capital”, “produtividade”, “rentabilidade” etc., para não falar em “competitividade”, “qualidade” e outros que tais.

Casos recentes, amplamente divulgados pela imprensa especializada, chegam ao conhecimento público. Uma tradicional empresa do ramo de brinquedos, a líder do setor no Brasil durante muitos anos, a Brinquedos Estrela, deixou de ser principalmente fabricante para se transformar em importadora. Os controladores da Prosdócimo (que até centravam sua propaganda no fato de seus produtos trazerem o nome do dono) tiveram que vender sua posição majoritária para uma multinacional do setor de linha branca. A Perdigão, muito embora tenha tido uma solução interna, nacional, teve o seu controle assumido por um “pool” de fundos de pensão.

Quais as causas, e quais as soluções para esses problemas?

1.1 O ato de Produzir

O crescimento das nações, o seu desenvolvimento econômico, é medido pela sua capacidade de transformar fatores de produção (insumos) em bens e serviços finais, tanto de consumo como de capital. É a atividade de produzir que dá a dimensão de todo o sistema econômico, pois nela é que nascem tanto a Renda Nacional como o Produto Nacional, originados e ao mesmo tempo originando o Valor Agregado (Dowsley, 1989, p. 157).

Muito embora esse resultado tenha caráter social, ou seja, tenha seu reflexo na sociedade como um todo, a decisão de produzir é endógena às empresas. É o empresário, de forma singular, quem toma a decisão de aplicar recursos que se transformarão em Ativos Permanentes; em prédios, máquinas, equipamentos técnicos e etc.

Se tomada uma empresa individualmente, nela é encontrado todo um subsistema que reproduz o sistema econômico geral: a empresa usa matérias-primas e outros insumos, transformando-os em bens finais de consumo ou de capital, porém com um valor diferenciado para mais do que a soma de todos os valores dos insumos utilizados no processo produtivo.

Entretanto, para produzir as empresas necessitam de alguns requisitos básicos, tais como máquinas, equipamentos etc., ou seja, precisam de uma estrutura de processo, bem como de uma outra, a estrutura comercial. Se a primeira fornece os meios para produzir (máquinas, equipamentos), a segunda fornece os meios com o que produzir (condições de realizar alguns desembolsos com mão-de-obra, matéria-prima).

No caso específico das empresas industriais, a decisão de produzir implica em alto nível de imobilização de recursos próprios e de terceiros. Analisando esse aspecto da atividade empresarial, Eliseu Martins e Alexandre Assaf Neto (1994, p. 412) concluem que:

A decisão de investimento envolve a elaboração, avaliação e seleção de propostas (alternativas) de aplicação de capital efetuadas com o objetivo (...) de produzir determinado retorno aos proprietários dos ativos. (...) Podem ser identificadas várias decisões empresariais que se incorporam a um processo empresarial de investimento de capital, podendo-se citar, entre outras, as decisões de substituição de ativos fixos, de ampliação da capacidade produtiva, de lançamento de novos produtos etc. É importante assinalar, ainda, que o enfoque principal de todo estudo a ser desenvolvido está voltado para empresas que visem lucro.

Por esse texto, se conclui de que não há investimento, não há ativo permanente que não tenha sido originado de uma necessidade detectada pela empresa de se atualizar e de crescer. Porém o âmago, o centro e determinante do que, quanto e quando investir sempre é o lucro que essa tomada de decisão poderá proporcionar diretamente aos investidores, muito embora também possa gerar ganhos para outros detentores de fatores de produção – trabalho, recursos naturais, tecnologia e capital financeiro.

Por outro lado, os ativos permanentes são os ativos rentáveis da empresa, pois que são eles os criadores primeiros da renda, o meio pelo qual é adicionado valor aos insumos, no processo em que esses são transformados em produtos.

1.2 O Investimento e a Renda

Falando sobre os investimentos de capital, Keynes (1982, p. 115 e 116) diz:

Quando um indivíduo obtém um investimento ou um bem de capital, adquire o direito ao fluxo de rendas que espera obter da venda de seus produtos, enquanto durar o capital, feita a dedução das despesas correntes necessárias à obtenção dos ditos produtos. Convém chamar a essa série de anuidades Q1 Q2 Qn renda esperada do investimento. Em contrapartida com a renda esperado do investimento, temos o preço de oferta do bem de capital (...), isto é, aquilo a que, por vezes, se chama de preço de reposição. A relação entre a renda espera de um bem de capital e o seu preço de oferta ou custo de reposição, isto é, a relação entre a renda esperada de uma unidade adicional daquele tipo de capital e seu custo de produção, dá-nos a eficiência marginal do capital desse tipo. (...) O investimento vai variar até aquele ponto da curva de demanda de investimento em que a eficiência marginal do capital em geral é igual ã taxa de juros do mercado.

Procurando melhor entender o posicionamento de Lord Keynes, chega-se a conclusão de que o que estimula a aquisição de bens de capital é, na realidade, a relação que contrapõe, confronta, o valor da inversão em suas várias etapas de oportunidade, o valor do rendimento esperado e o valor de outras oportunidades de renda com o mesmo capital.

Saindo-se do âmbito da empresa e analisando os investimentos de uma maneira geral, pluralizados, como acontecem na sociedade, ver-se que a alocação dos recursos disponíveis é resultante do preço expresso em termos de rendimentos esperados. Isto porque os investimentos nada mais são do que o emprego da poupança da sociedade (renda não consumida), oferecida no mercado de fatores de produção. As empresas interessadas nesses recursos oferecem níveis de retorno que são analisados pelos detentores da poupança, levando em consideração vários fatores, tais como liquidez, segurança do bom retorno (quando se trata de aplicações financeiras) e, por último, porém principalmente, o montante da taxa de remuneração. Sabe-se que esse processo sofre interferências de outras ordens: níveis de recursos disponíveis, restrições ou incentivos governamentais ou institucionais etc. Entretanto, será sempre o rendimento considerado ótimo, em determinadas circunstâncias, o indicador básico para a tomada de decisão; será o mecanismo de oferta e da procura de recursos o determinante do fluxo dos investimentos.

Se alongados os estudos sobre as origens das inversões em equipamentos e meios de produção, evidencia-se que quando as empresas se decidirem por um investimento qualquer, elas têm um desembolso de recursos monetários no tempo presente, esperando um beneficio futuro (Horne, 1982. p. 24 a 214), que se iguale aos benefícios médios oferecidos pelo mercado, em termos de tempo e volume. Assim sendo, e pela simples lógica que norteia a própria existência das empresas, o Ativo Permanente, e principalmente o Ativo Imobilizado, tem por fim último a produção de mercadorias que ofereçam um certo grau de rentabilidade, de forma que remunerem adequadamente o capital empregado na sua instalação. Quanto mais alto seja o nível dessa remuneração, mais justificado será o investimento em capital produtivo.

1.3 Produzindo a Renda

O resumo das posições até aqui apresentadas resultaria na seguinte proposição: a empresa é uma entidade que tem por finalidade agregar valor aos fatores de produção; os investimentos em meios produtivos são balizados pela perspectivas de remuneração; a remuneração dos investimentos tem que atender a expectativa dos investidores; o mercado de oferta e procura do capital financeiro é o instrumento regulador das taxas de remuneração desse capital; portanto os investimentos são normalmente encaminhados para as atividades que melhor apresentem perspectiva de renda, claro que observadas algumas condições de oportunidade, grandeza dos investimentos, ocasião da disponibilidade dos recursos, etc.

É dentro dessas condições que se pode identificar um dado Ativo Permanente, em uma determinada empresa industrial, para se estudaro seu nível ótimo de utilização. Se fizermos um modelo abstrato simplificado de uma empresa industrial, termos algo se assemelharia ao seguinte sistema (Campos, 1992, p. 2 a 5):

Insumos --> [EMPRESA] --> Produto

É função da administração da empresa fazer com que esse sistema funcione com a maior utilização dos meios de produção, conseguindo o melhor nível de produção e produtividade. Por nível de produção entendemos a simples mensuração do volume, em um período de tempo. Por produtividade se entende produzir cada vez mais e melhor, em período de tempo menor.

Ultrapassada essa etapa com êxito, a administração deve cuidar para que o processo produtivo resulte em uma agregação expressiva de valor, que será representada pelo valor obtido pelo preço de venda do produto final da empresa. Esse valor será evidenciado pela relação “produto x qualidade x interesse da sociedade”. Quanto maior o valor do produto, maior poderá ser o seu preço de mercado. Quando menor for o custo que a empresa tiver na tarefa de agregar valor, maior poderá ser a sua taxa de valor agregado, conforme é demonstrado a seguir:

Produtividade = Valor dos Produtos/Valor dos Insumos = Taxa de Valor agregado

Como o “valor dos produtos” é resultado direto da “qualidade” que a sociedade atribui a esse mesmo produto para atender às suas necessidades básicas ou sociais e, também, como o “valor dos insumos” é entendido pela empresa como o “custo” dos componentes usados para a obtenção do produto, podemos simplificar essa equação, apresentando-a como:

Produtividade = Qualidade/Custos

Como a qualidade do produto gera produtividade (produtos com maior qualidade e preços compatíveis são mais procurados pelo público) que, por sua vez, se expressa no resultado das vendas do produto, então podemos substituir o termo “qualidade” por “faturamento”. Agora temos uma nova forma de apresentar a mesma equação, com elementos mais visuais da realidade direta:

Produtividade = Faturamento/ Custos

A proposta de incluir a participação do mercado em um conceito de produtividade, justifica-se quando se entende o faturamento como resultado da qualidade, esta última entendida como uma cadeia de características (dos produtos) que atendem às necessidades da sociedade. Uma maior presença de determinado produto no mercado indica uma maior aceitação do mercado a esse produto, aceitação que resulta de um encontro de expectativas entre a oferta e a demanda daquelas características. Como conseqüência temos o faturamento, resultante da qualidade.

1.4 Maximizando a Utilização dos Ativos Permanentes

Segundo Gitman (1987, p. 284),

espera-se que uma empresa industrial possa ganhar mais com seus ativos permanentes do que com seus ativos circulantes (...). Se a empresa pode ganhar mais dinheiro comprando estoque do que produzindo-o, ou investindo seu dinheiro em títulos negociáveis, não deveria estar no ramo industrial. Em outras palavras, caso uma empresa não possa obter mais nos investimentos em ativo permanente do que nos investimentos em ativos circulantes, deve vender todos os seus ativos permanentes e usar os proventos para adquirir ativos circulantes.

A argumentação do autor, em síntese, recomenda que uma empresa industrial somente deva permanecer como tal até quando seus ganhos com a atividade industrial superem os ganhos oriundos de outras fontes. Essa é uma lógica empresarial. Entretanto, nessas empresas não basta que o faturamento industrial seja maior, em volume ou em termos de retorno do capital aplicado, do que as receitas advindas de atividades não industriais. O âmago da questão industrial é maximizar o uso do parque fabril.

Contrário ao que pode parecer, a maximização da utilização dos ativos fixos não representa o uso intensivo, por mais tempo seguido, das máquinas e equipamentos das empresas industriais. Representa o emprego desses itens, de forma racional e a níveis ótimos, fazendo com que os ativos permanentes produzam mais, por mais tempo, com a melhor equação de isoquantas (taxa marginal de substituição de fatores de produção, para a obtenção de melhores rendimentos em escala) e isocustos (taxa marginal de alteração dos insumos, visando obter menores custos) para o mesmo padrão de quantidade e qualidade, de um produto definido.

Para que isso aconteça, é necessária a observação de alguns comportamentos gerenciais básicos, a saber:

1. Continuamente, o parque fabril deve ser objeto de atualização tecnológica, observados parâmetros sustentáveis de substituições.

2. As máquinas e equipamentos técnicos devem dispor sempre de manutenção preventiva, realizadas com intervalo de tempo certo e sem solução de continuidade.

3. Os estoques devem conter peças de reposição de segurança e aquelas que, historicamente, sofrem mais desgastes.

4. A operação de máquinas e equipamento deve ser efetuada por pessoas com preparo e habilidade suficientes ao seu manejo.

5. O produto fabricado deve atender às expectativas de qualidade da sociedade, enquadrando-se em suas necessidades de consumo.

6. Os insumos processados devem compor o quadro de qualidade do produto.

7. Os custos dos insumos devem oferecer oportunidade de elasticidade na taxa de valor agregado.

8. A flexibilidade do sistema produtivo deve ser bastante para absorver novos insumos e oferecer novos produtos, dentro de uma mesma linha.

1.5 O investir e o Produzir

Nas empresas o investir e o produzir são duas faces, porém uma mesma moeda. Se as inversões de capital em Ativos Permanentes somente ocorrem como resultado de expectativa de rendimentos a bom nível; se o embasamento das expectativas tiver sido realizado de forma correta e não tiver havido interferências exógenas, então somente por má gestão é que poderá haver frustração das expectativas.

Fatores externos á empresa têm sido as principais causas das dificuldades das companhias brasileiras, no presente momento:

a) A concorrência de alguns produtos estrangeiros em situações desleais.

b) A produção externa de determinados produtos é obtida em escala competitiva, enquanto a nacional patina em quantidades ainda não concorrencial.

c) A alta incidência de tributos sobre a produção nacional.

d) As altas taxas de juros.

Entretanto, há que se destacar alguns dos seus problemas intrínsecos:

a) Defasagem tecnológica em alguns setores.

b) Despreocupação com os custos diretos e indiretos.

c) Desprezo com a qualidade.

d) Pouco senso de oportunidade.

e) Falta de agressividade empresarial.

f) Baixo nível de aplicação de recursos em pesquisas tecnológicas (atribui-se essa responsabilidade somente ao governo).

g) Gerenciamento amadorísticos.

Embora esse não seja o quadro permanente, a série de crises que têm se registrado nas últimas décadas tem servido para despertar os administradores, criando preocupações que têm resultado em interesses por novos comportamentos empresariais, direcionando a atenção dos empresários para o comportamento gerencial, principalmente para a utilização de sistemas orçamentários (FEMENICK e COSTA, p. 9 a 13).

2 . INVESTIMENTOS NO ATIVO PRODUTIVO

As mudanças econômicas são fatos que fazem as organizações olharem para o ambiente externo, onde identificam as oportunidades para explorara novos mercados ou, mesmo, ampliar sua participação no mercado em que atua. A interação desses fatores, que envolve oportunidades e riscos próprios do mundo dos negócios, é que leva aos investidores a tomarem decisões financeiras.

As organizações buscam ampliar sua capacidade produtiva através de investimentos em bens imobilizados, com a aquisição de máquinas, equipamentos, instalações, terrenos, veículos etc. Por sua vez, esse tipo de utilização dos recursos da empresa acaba por se refletir nos Ativos Circulantes (caixa, banco, estoque, contas a receber etc.), Ativos de Conversão em longo prazo (financiamentos, aplicações etc.) e Ativos Permanentes (móveis, máquinas, equipamentos, terrenos etc.). A análise desse processo, feita por sistemas orçamentários voltados especificamente para os investimentos, evidencia uma poderosa ferramenta de gestão.

Os dispêndios realizados com a compra de Ativos de Capital, conhecidos também por ativos fixos, correspondem a desembolsos ou comprometimentos de recursos, cujos benefícios (ou encargos) deverão permanecer por anos seguidos. Por isso é que, para a maioria das empresas, o primeiro passo relativo ao processo de realização dos investimentos em ativos de capital é a análise dos orçamentos de investimentos, elaborados pelas suas diversas diretorias, divisões ou departamentos.

Os projetos de investimentos normalmente envolvem aplicações de recursos substanciais e seu impacto sobre a empresa estende-se por períodos relativamente longos, contemplando muitas vezes valores que não serão recuperados, os quais dificilmente podem ser corrigidos ou repostos Por isso é que os projetos que envolvem grande soma de recursos, ou que sejam complexos, devem ser analisados cuidadosamente, antes que sejam empregados os recursos necessários para sua execução, pois a compra de equipamentos e sua instalação muitas vezes envolvem longos períodos de maturação. Um bom sistema de orçamento de investimentos em ativos de capital não se limita apenas à decisão de aprovação ou rejeição de projetos analisados individualmente. É necessário que estes projetos sejam tomados como parte de um processo de planejamento de longo prazo, o qual deverá sinalizar negócios em relação aos quais a empresa deve apostar, a fim de estabelecer os planos para financiar esses investimentos. Esse enfoque básico do planejamento de investimentos em imobilizado deve ser considerado em termos de projetos, os quais, depois de aprovados pela administração em caráter preliminar, devem ser incluídos no plano de resultados de longo prazo.

O orçamento de investimento em imobilizado também pode ser designado como “orçamento de acréscimos de imobilizado”, “orçamento de instalações e equipamentos”, “orçamento de construção”, “orçamento de despesas de capital”, “orçamento de investimento” ou “orçamento de ampliação da capacidade de produção”.

3. EFEITOS DOS INVESTIMENTOS EM ATIVOS DE CAPITAL

Os investimentos de recursos com ativos imobilizados exigem que as sociedades disponibilize um montante significativo de capitais. Somente por isso se pode dizer que, depois de iniciados, esses investimentos são quase que irreversíveis. Daí porque é necessário todo um processo de planejamento e avaliação do plano, bem como a elaboração de uma planilha de dispêndio, que preveja as datas em que serão efetivamente realizado os desembolsos de valores. Todas essas são etapas essenciais, criticas mesmo, pois, via de regra, os recursos demandados podem comprometer o bom andamento do fluxo de caixa da organização, por um longo período de tempo.

Segundo Diógenes Gomes Luiz (in Global Manager, v. 4), a recuperação dos valores investidos na aquisição de bens do permanente (no caso prédios, máquinas, instalações e equipamento) não raras vezes se dá, num período que excede o ciclo operacional da empresa investidora, superando o período anual. Se não houver um orçamento bem elaborado para esse tipo de investimento, a conseqüência bastante prejudicial à empresa, que pode ser levada à uma condição financeira incômoda. Isto porque, os gastos dessa natureza

carregam consigo depreciação mais elevada, custos de prêmios de seguros mais altos, valor maior da tributação incidente sobre as propriedades imobiliárias (IPTU) e, possivelmente, mais gastos de manutenção. Tudo isso faz com que o ponto de equilíbrio da empresa (situação em que as receitas são suficientes tão somente para cobris os custos) se aproxime perigosamente do seu faturamento.

Entretanto, as grandes mudanças que ocorre no mercado obrigam as empresas a realizarem altos investimentos. Pois as maquias e equipamentos modernos reduzem o desperdício de matérias primas e outros insumos – inclusive mão-de-obra – e possibilitam a elaboração de produtos de melhor qualidade. Só assim elas obtêm vantagens competitivas e um padrão tecnológico compatível com as exigências dos consumidores dos seus produtos. São estes investimentos que fazem com que as empresas atinjam um patamar diferenciado; uma presença de destaque no mercado.

Ao atingir essa situação, o resultado natural será maiores receitas para as empresas e maiores lucros. Mas para que isto ocorra de forma precisa, existe uma exigência a ser cumprida ainda na etapa no planejamento desses investimentos: é preciso usar as melhores técnicas de administração financeira, todas voltadas para o orçamento de investimento.

4. ETAPAS PARA PROPOSTAS DO ORÇAMENTO DE CAPITAL

O orçamento de capital é um instrumento gerencial utilizado para concretizar as propostas de investimento formuladas por todos os departamentos de uma empresa. Sabendo-se que, na maioria das sociedades, os recursos para investimento em ativos de capital são relativamente escassos, o orçamento de capital tem impacto direto na determinação do número de propostas e de novos projetos nos qual a empresa se engajará.

Posicionando-se sobre orçamento de capital, Braga (1995, p. 236), diz que..

Esses orçamentos abarcam as etapas dos grandes projetos que integram o plano de investimentos de longo prazo programado para o período coberto pelo orçamento e outros investimentos de menor custo.

Por isso os orçamentos de capital devem considerar – além da receita bruta das vendas, custos operacionais e despesas totais – informações sobre a capacidade produtiva e a vida útil dos equipamentos a ser adquiridos, o valor de equipamentos periféricos necessários, custo de manutenção de todos os bens a serem incorporados ao sistema produtivo da empresa, bem como os impostos incidentes, a perspectiva de inflação e outros elementos relacionados com a nova planta industrial.

Abaixo são descritas as etapas do processo organizacional do orçamento de ativos de capital, em organizações que buscam aumentar a sua capacidade de produção, com a ampliação do seu ativo imobilizado:

a) Elaboração das propostas – As empresas devem estimular seus gerentes a elaborarem projetos de investimentos, desde de que estes se enquadrem na política de crescimento da organização e que tragam valor agregado aos produtos e apresentem uma taxa de remuneração compatível aos capitais a serem utilizados.

b) Primeiro exame – Nesta etapa as propostas devem ser analisadas sob o ponto de vista da política de crescimento e do planejamento estratégico da organização. Aprovadas nesse exame, as propostas poderão ser incluídas no plano de investimento da empresa.

c) Segundo exame – Uma segunda análise busca avaliar os dados técnicos, visando evidenciar a qualidade técnica dos equipamentos, possíveis fornecedores, prazo de entrega e de instalação, qualidade dos produtos a serem fabricados e outros aspectos eminentemente técnicos de produção.

d) Terceiro exame – A análise realizada nessa fase deve contemplar todos os aspectos econômico-financeiros do empreendimento, tais como a taxa de retorno esperada, a compatibilidade com dos valores envolvidos com os recursos que a empresa disporá, o limite estabelecido no orçamentário setorial etc.

e) Classificação – Os projetos que tenham sido aprovado nas duas etapas de exame deverão ser classificados em ordem de preferência, de acordo com as necessidades prementes da sociedade e com os recursos necessários à sua execução .

f) Aceitação das propostas aprovadas – Cabe a direção da empresa a aprovação e implantação dos projetos selecionados.

g) Controle dos projetos – Após a efetiva implantação do projeto, o seu desempenho deverá ser controlado mediante o acompanhamento do orçamento setorial, verificando-se a oscilação dos custos orçados com os dispêndios reais.

h) Auditoria – Depois de concluídos, os projetos deverão passar por uma auditoria, para seus efeitos no fluxo de caixa e no grau de solvência da empresa.

Portanto os projetos de investimento devem ser analisados sob a ótica da qualidade das informações sobre o ativo a serem adquiridos e da confiabilidade dessas informações. Entretanto, todo o processo pode ser minimizado quando os valores envolvidos tiveram menor significância econômica ou quando, simplesmente, se tratar de modernização de máquinas e equipamentos. Mesmo assim, esses processos de menor valor devem conter dados sobre:

a) O custo da atualização do bem e de sua instalação.

b) A vida útil do equipamento.

c) O custo da manutenção.

Tanto no caso de projetos de grande porte como nos plano que requerem valores menores, essas informações são de fundamental importância para que o setor administrativo tomar decisões que se refletirão sobre a expansão dos negócios, o crescimento do faturamento da empresa, a incorporação de novos produtos entre aqueles fabricados pela companhia,

Porém, além dos elementos econômicos financeiros, outros dados são necessários, tais como estimativas sobre o mercado potencial para os novos produtos, a quantidade provável de vendas, os custos de comercialização e distribuição, entre outros.

Segundo Finney (1993, p. 68),

o orçamento é, fundamentalmente, um plano. Ele mostra os recursos necessários e a forma de utilização. Os recursos empresariais são pessoal, técnicas específicas, equipamento, espaço de trabalho e dinheiro. O orçamento comunica os objetivos e as prioridades [...], porque o trabalho não será realizado se os recursos necessários à sua execução não forem orçados.

De acordo com o autor, as empresas elaboram os orçamentos de capital para registrar de forma clara os seus planos de ação, tendo como intenção a eleição de planos investimentos que sejam os melhores, em termos de maior retorno dos capitais empregados, e que apresentem o menor risco. Dessa forma, tendem a ser aceitos aqueles projetos que evidenciem uma taxa de retorno maior que o custo do capital investido e que, ainda, cubram a taxa de financiamento dos recursos envolvidos.

Os principais motivos para o Dispêndio de Capital são: adquirir, substituir, modernizar ativos imobilizados ou ainda obter algum benefício menos tangível por um longo período. Os investimentos de capital, ou seja, os dispêndios de capital, são efetuados por várias razões. Pode-se elencar várias dessas razões. Entretanto as mais encontradiças no meio empresarial são:

a) Expansão dos negócios – Nesse caso, os investimentos tem por finalidade elevar o nível da produção e das vendas, para o que se necessita adquirir itens do ativo imobilizado – imóveis, máquinas, equipamentos fabris etc.

b) Substituição de equipamentos – Sempre que for preciso consertar uma máquina é necessário comparar o desembolso exigido para seu reparo em relação ao que seria necessário para substituí-la e os benefícios dessa substituição. A opção que trouxer melhor retorno para empresa é a que deve ser adotado.

c) Modernização – Trata-se de uma alternativa a substituição, podendo incluir a reconstrução, recondicionamento ou adaptação de uma máquina ou das instalações existentes.

d) Investimentos de contingências – Resulta, geralmente, da imposição de algum órgão público, que obriga a empresa a fazer investimento sem perspectiva de benefícios financeiros. Por exemplo: filtros de proteção ambiental, lagoas de decantação etc.

e) Custo Financeiro – Em qualquer dos casos, deve se realizada a avaliação sobre o que seria melhor para empresa: adquirir ativos imobilizados com recursos próprios, financiamentos bancários ou pelo sistema de Leasing (FEMENICK, 2003, p. 99 a101).

Segundo Figueiredo e Caggiano (1997, p. 89),

As decisões de investimento de capital englobam dois aspectos da lucratividade de longo prazo: primeiro, a estimativa do aumento dos fluxos de caixa líquidos ou das economias nas saídas de caixa que resultarão desse investimento; e, segundo, o cálculo do total das saídas de caixa necessárias para efetivar o investimento.

Já para Sanvicente (1987, p. 225),

A programação relativa às etapas dos projetos a serem cumpridos no ano do orçamento é importante para a elaboração do orçamento de capital, por dois motivos: a) exercerá efeitos sobre as projeções de entrada e saídas de caixa e b) afetará o valor incorporado às contas de ativos imobilizados no balanço da empresa.

A evidencia do custo inicial e total de um projeto de aplicação de recursos no imobilizado da empresa é o passo inicial para a decisão de aceitar (ou não) o plano. Encontrado esse valor, há condições para se comparar esses dispêndios com os lucros que ele poderá proporcionar no futuro.

Gropelli e Nikbakht (2002, p. 123 e 124) afirmam que:

Para essas condições de comparação possam ser criadas, é necessário que se responda às seguintes perguntas: Qual é o preço de aquisição dos novos itens? Compor. Quais as despesas adicionais incorporadas ao preço desses novos itens? Acrescer. Existe receita pela venda de ativos substituídos? Deduzir. Qual a despesa com impostos se houver venda de ativos substituídos? Acrescer.

As entradas e saídas de recursos, ensejadas pela nova planta industrial deverá compor o um orçamento paralelo, durante a vida útil do novo empreendimento. Esses dados serão decisivos para a avaliação dos investimentos e devem compor o Orçamento Financeiro – o fluxo de caixa incremental (o fluxo de caixa normal da empresa, acrescido dos valores que a sociedade espera receber e os custos que irão acontecer, em função do projeto ser implantado).

Segundo Diógenes Gomes Luiz (in Global Manager, v. 4), afirma que o fluxo de caixa incremental pode ser obtido através da seguinte fórmula:

a) FCI = LLa (+) EAID (1 e 2)

Onde:

FCI = fluxo de caixa incremental

LLa = Lucro líquido adicional

EAID = Economia adicional de impostos decorrentes da depreciação

b) LLa = LLt (-) Lli (1)

Onde:

LLt = Lucro líquido total incluindo o novo projeto

LLi = Lucro líquido inicial excluindo o novo projeto

c) EAID = Ai (x) Da (2)

Onde:

Ai = Alíquota do imposto

Da = Depreciação adicional

Os desembolsos do investimento inicial englobam gastos com equipamentos, custos de instalação, treinamento dos recursos humanos e acréscimos de capital circulante.

5. AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS EM ATIVOS FIXO

Na opinião de Welch (1983, p. 240),

Os projetos de investimentos normalmente envolvem aplicações de recursos substanciais, e seu impacto sobre a empresa estende-se por períodos relativamente longos. Envolvem gastos “irrecuperáveis” e “fixos”, que dificilmente podem ser corrigidos ou repostos, uma vez executada a decisão [...]. Os métodos usados para determinar seu valor de investimento – valor econômico – devem assumir um papel importante no processo decisório. Vários métodos são descritos na literatura sobre o assunto e utilizados na prática.

Os investimentos em ativos imobilizados formam o alicerce para o crescimento da sociedade. Sabendo-se que, na maioria das vezes, inexistes capitais suficientes para atender todos os projetos de expansão reivindicados pelo diversos setores da companhia, há que se avaliar as diferentes alternativas, de forma a escolher aquelas mais seguras e rentáveis. Além das avaliações financeira e qualitativa, devem compor o julgamento elementos tais como a vocação da empresa, sua cultura, seus recursos humanos e outros.

Entretanto, a base da decisão geralmente é formada pelas evidências apresentada pelos cálculos de métodos quantitativos. Os mais importantes – e mais comumente utilizados – sistemas de avaliação de investimentos de capital em uso são: método do Payback (período de retorno), Taxa Interna de Retorno (TIR) e fluxos de caixa descontado, este último com algumas variações: o método do Valor Presente Líquido (VPL), o método da Taxa Interna de Retorno (TIR), e o método do Índice de Lucratividade (IL).

As técnicas de análise de orçamento de capital consideraram fatores importantes fora do controle da empresa e seus fatores qualitativos associados à empresa. Seu objetivo e mercado devem complementar a análise financeira.

5.1 Método do Prazo de Retorno (Payback)

Essa metodologia tem por parâmetro o período de tempo necessário para que haja o bom retorno do investimento inicial. Trata-se de um dos sistemas mais usados para se calcular o tempo necessário para que o capital investido retorne aos investidores. É um simples cálculo de uma unidade de tempo na qual se espera que os investimentos sejam recuperados, necessário para que os fluxos de caixa esperados paguem os desembolsos realizados com o investimento.

Exemplo:

( somente na versaão definitiva)

Este método considera o valor da renda líquida anual acrescida do valor da depreciação e com o valor dos investimentos feitos. Se o número encontrado satisfizer as expectativas da empresa, o projeto poderá ser aprovado; caso contrário, não.

Esse método apresenta as vantagens de facilitar o calculo e medir, em certa dimensão, o risco do projeto. Por outro lado apresenta como desvantagens a impossibilidade de especificar o período apropriado, visto que não utiliza fluxos de caixa descontados; não considerar integralmente o fator tempo no valor do dinheiro e não reconhece os fluxos de caixa após o período de payback.

5.1.1 Vantagens do Payback

Método do prazo de retorno (payback) é mais útil em empresas com que tenha pouca disponibilidade para investir em ativos de capital e que necessitem que esses recursos sejam recuperados em até dois anos ou menos. È, ainda, recomendado para situações em que haja risco de perda do capital ou que seja difícil predizer a rentabilidade do investimento. Eventos políticos – tais como a nacionalização de setores num país estrangeiro – é um bom exemplo desse tipo de risco. É uma maneira simples de entender.

5.1.2 Desvantagens do Payback

Há alguns aspectos que devem ser levados em conta, quando se usa sistemas que avaliam investimentos pelo método de payback:

• Não são elaborados os Fluxos de Caixa para datas posteriores ao retorno do investimento – Este método não evidencia os ganhos que acontecerão após o período de recuperação dos investimentos, fazendo com que os estudos da rentabilidade do investimento se situem apenas na fase do retorno financeiro do projeto.

• Não é considerada nenhuma taxa de remuneração dos valores investidos – O método ignora o “custo do dinheiro”, durante o tempo em que os fluxos de caixa são obtidos, bem como a seqüência de dispêndios exigida pelo projeto. O resultado é que não é considerado a remuneração do dinheiro, durante o tempo necessário para o seu retorno aos investidores.

• Não considera o desgaste dos equipamentos – O método de payback também não considera o desgaste que os bens (prédios, máquinas, equipamento etc.) sofrem pelo uso, bem como e a sua obsolescência tecnológica no decorrer do tempo.

Analisadas as vantagens e desvantagens do método payback para análise dos projetos de investimentos de capital, conclui-se que sua maior importância está nos instrumentos que ele enseja para fins de eminentemente de controle gerencial.

5.2 Taxa Média de Retorno – TMR

Esse método mede em percentagem o retorno anual do investimento efetuado. Envolve o relacionamento do fluxo médio anual de caixa ao custo do investimento; é o inverso do método de payback.

(somente na versão definitiva)

Essa sistemática apresenta como vantagem à facilidade de cálculo. Em contradição apresenta como desvantagem o uso de dados contábeis de entradas de caixa, ignorando o fator tempo no valor do dinheiro.

Esse método apresenta as mesmas deficiências do método de payback e também pode levar o usuário a comparar o resultado a outras taxas de juros que não são comparáveis devido ao valor do dinheiro no tempo e a fatores peculiares ao cálculo de médias. Como é baseado em médias, o método pressupõe que os lucros sejam constantes durante a vida útil do projeto.

5.3 Método do Valor Presente Líquido - VPL

O método do valor presente líquido exige a elaboração de todos os cálculos do projeto, principalmente a evidência do fator tempo, no valor do dinheiro, estabelecendo o retorno mínimo a ser obtido para manter inalterado o valor da empresa. É um dos instrumentos mais utilizados na avaliação de propostas de investimentos em ativos fixos. Este método considera o fator tempo no valor do dinheiro e estabelece o retorno mínimo a ser obtido para manter inalterado o valor da empresa e para isso utiliza as seguintes taxas: taxa de desconto, custo de oportunidade e custo do dinheiro.

Tome-se o exemplo a seguir, com uma taxa de desconto (custo de capital) de 25% ao ano:

(somente na versaão definitiva)

Pelo método do valor presente, todas os valores do fluxo de caixa dos planos de investimentos são convertidos em valor presente. Para isso se aplica uma taxa de desconto predefinida, que deve corresponder ao custo dos recursos disponibilizados pela empresa – ou à rentabilidade mínima aceitável, em face do risco do empreendimento.

Segundo Kassai et all (2000, p. 61 e 62),

o VPL reflete a riqueza em valores monetários do investimento medido pela diferença entre o valor presente das entradas de caixa e o valor presente das saídas de caixa, a uma determinada taxa de desconto.

Com essa mesma linha de raciocínio, Ross, Westerfield e Jaffe, (1995, p. 74), confirmam que o VPL é a diferença entre os valores atuais das entradas de caixa e os valores das saídas de caixa relativos ao investimento líquido. Deste modo, o VPL corresponde a uma quantificação dos benefícios adicionais que o projeto de investimento provocaria.

Quando o valor presente líquido for maior que zero, pode-se concluir que o plano terá um retorno maior ou igual à taxa de desconto utilizada. Em contrapartida, quando o valor presente líquido for menor que zero, a proposta não é economicamente recomendável, isso porque gerará um retorno inferior ao custo dos capitais envolvidos ou, ainda, que é inferior à rentabilidade mínima estabelecida pela direção da empresa. Em síntese: se VPL > ou = 0, deve-se aceitar o projeto; se VPL < 0, deve-se rejeitá-lo.

5.4 Taxa Interna de Retorno – TIR

A taxa interna de retorno é um indicador que, aparentemente, apresenta as menores limitações dos resultados na análise dos projetos que visam investimento de recursos em ativos fixos, uma vez que considera apenas o valor presente líquido (VPL) igual a zero.

(somente na versaão definitiva)

5.5 Índice de Lucratividade (IL)

Trata-se de um outro cálculo realizado para indicar se uma proposta de investimento em ativos produtivos deve ser aceita ou rejeitada. Evidencia a relação entre o valor presente das entradas e das saídas no fluxo de caixa projetado para o empreendimento, aplicando-se uma taxa de desconto à taxa de atratividade da proposta. Esse método aplica uma taxa de atratividade do investimento, considerada como taxa de rentabilidade esperada. Dessa forma, indica o retorno previsto dos capitais investidos, em moeda com valor atualizado. O cálculo é simples: IL = VP das entradas de caixa dividido pelo investimento inicial.

Tome-se como exemplo um caso em que o “Valor Presente das entradas” é de caixa R$ 204.817 e que o “investimento inicial” seja de R$ 180.000:

IL = 204.817/180.000 = 1,14

Seu critério de decisão é o seguinte: se IL > ou = 1, deve-se aceitar o projeto; se IL < 1, deve-se rejeitá-lo.

5.6 Risco e Entradas de Caixa

O risco refere-se a probabilidade de que o projeto venha a ser rejeitado ou ao grau de variabilidade dos fluxos de caixa.

• Entradas de caixa de equilíbrio: nível mínimo de entradas de caixa necessário para aceitar o projeto, ou seja, VPL > 0.

• Risco avaliado pela determinação da probabilidade de que as entradas de caixa sejam iguais ou maiores que o nível de equilíbrio

• Essa probabilidade não enfoca a questão da variabilidade do fluxo de caixa e do VPL, para avaliar integralmente o risco e o retorno de um projeto.

5.7 Avaliação dos Riscos

A Análise de Risco é uma análise de sensibilidade que utiliza inúmeros valores, todos eles possíveis para uma dada variável, a fim de evidenciar seu impacto no retorno da empresa. Algumas dessas variáveis são:

• Análise de cenário: usada para avaliar o impacto, no retorno da empresa, de mudanças simultâneas em inúmeras variáveis.

• Simulação: utiliza modelo estatístico de distribuições probabilísticas predeterminadas e números aleatórios para se estimar os resultados arriscados.

• essas abordagens fornecem uma noção, mas não fornecem uma base direta para se avaliar o risco de projetos.

6. CONCLUSÃO

A montagem do orçamento de capital abrange problemas os mais variados da empresa, tais como a escassez de recursos, decisões sobre a aquisição de novos ativos de capital, avaliação do retorno econômico e financeiro, captação de valores junto a terceiros, uso de capitais próprios etc. A sua elaboração exige a seleção das aplicações possíveis e mais rentáveis.

Como todas as decisões de expansão de negócios, o orçamento de investimento em ativos fixos deve fazer previsões de fluxos de caixa após a aquisição dos novos bens, consolidando o potencial de contribuição desses ativos para o aumento dos negócios e, por extensão, a nova situação de movimentação de capitais na empresa.

Portanto, conclui-se que todos os projetos que envolvam aplicação de recursos em ativos fixos devam ser avaliados através do Orçamento em Ativos Permanentes. É esse documento que deve avaliar a carência dos recursos e decidir sobre a compra de novos ativos, sempre avaliando o retorno econômico e financeiro dos valores envolvidos.

O Orçamento em Ativos Permanentes deve-se, ainda, considerar que estas aquisições têm enorme repercussão sobre o ativo circulante da empresa, gerando a necessidade de analisar aspectos correlatos, tais como a necessidade de aumento estoques, aumento das vendas (e, conseqüentemente, crescimento das contas a receber de clientes), aumento das comprar (e crescimento dos valores a pagar a fornecedores), crescimento da folha de pagamento. Isso tudo exige uma maior valor para o capital de giro da companhia. Os procedimentos para analisar os investimentos usam os seguintes métodos: fluxo de caixa descontado, da taxa média de retorno e outros. Muitas organizações optam, antes de tomar a decisão para os referidos investimentos, pelo uso simultâneo de vários tipos de métodos.

Entretanto, qualquer que seja o método ou os métodos de análise adotados, é imprescindível que seja elaborado um orçamento para investimento no ativo permanente, mais comumente chamado de Orçamento de Capital ou Orçamento de Investimento no Ativo Fixo. Todos os projetos devem levar em consideração os valores evidenciados por esse tipo de Orçamento, se desejarem ter êxito em suas projeções.

BIBLIOGRAFIA

BRAGA, Roberto. Fundamentos e técnicas de administração financeira. 2ª. ed. São Paulo: Atlas, 1995.

CAMPOS, Vicente Falconi. Controle da qualidade total: no estilo japonês. 2ª Edição. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais/Fundação Christiano Ottoni, 1992.

DOWSLEY, Getúlio dos Santos. Administração financeira e economia empresarial. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1989.

FEMENICK, Tomislav R. Sistema de Custos para Hotéis. 10ª reimpressão da 3ª ed. São Paulo: CenaUn, 2003.

FEMENICK, Tomislav R; COSTA, Terezinha Otaviana Dantas da. Maximização da utilização dos ativos permanentes das empresas. Revista Unibero. São Paulo, Ano II, nº 5, mar. 1997

FIGUEIREDO, Sandra; CAGGIANO, Paulo César. Controladoria: teoria e prática. 2ª. ed. São Paulo: Atlas, 1997.

FINNEY, Robert G. Como elaborar e administrar orçamentos. Tradução de Luiz Euclydes Frazão Filho. Rio de Janeiro: Campus, 2000.

GROPPELLI, A. A.; NIKBAKHT, Ehsan. Administração financeira. 2ª. ed. São Paulo: Saraiva, 2002.

GUITMAN, Lawrwnce J. Princípios de Administração Financeira. 7ª ed. São Paulo: Harbra, s. d; 3ª ed. São Paulo: Harbra, 1987.

HORNE, James C. Van. Fundamentos da administração financeira. 5ª Edição. Rio de Janeiro: Prentice-Hall do Brasil, 1984.

KASSAI, José Roberto; KASSAI, Silvia; SANTOS, Ariovaldo dos e ASSAF NETO, Alexandre. Retorno de investimento. 2ª. ed. São Paulo: Atlas, 2000.

LUIZ, Diógenes Gomes. A atuação do controller frente ao orçamento de capital, in Revista Global Manager. Vol. 4. Caxias do Sul: Faculdade da serra Gaúcha. Disponível em:

http://www.fsg.br/revista4texto2.php. Acesso em: 13.09.2005.

MARTINS, Eliseu; ASSAF NETO, Alexandre. Administração financeira: as empresas sob condições inflacionarias. 1ª Edição, 8ª impressão. São Paulo: Atlas, 1992.

NAKAGAWA, Masayuki. Introdução à controladoria: conceito, sistemas, implementação. São Paulo: Atlas, 1993.

ROSS, S.; WEATERFIELD, D. W.; JAFFE, J. J. Administração financeira. São Paulo: Atlas, 1995.

SANVICENTE, Antonio Zoratto. Administração financeira. São Paulo: Atlas, 1987.

TAVARES, Maria da Conceição. Da Substituição de importações ao capitalismo financeiro. 9ª Edição. Rio de Janeiro: Zahar, 1981.

WELSCH, Glenn A. Orçamento Empresarial. 4ª ed. São Paulo: Atlas, 1983.

http://www.tomislav.com.br/sala_de_aula/adm_financeira.php?detalhe=&id=7

...

Baixar como  txt (51.3 Kb)  
Continuar por mais 30 páginas »