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Príncipe DE MAQUIAVÉL

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Por:   •  15/5/2014  •  2.865 Palavras (12 Páginas)  •  197 Visualizações

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RESENHA

O Príncipe de Maquiavel expressou pela primeira vez a noção de Estado como forma de organização da sociedade do modo como a conhecemos hoje. É, por isso, dentre outros motivos, que este autor é considerado o pai da moderna ciência política. Na época, a obra foi concebida como um manual cuja finalidade era ensinar a um novo príncipe como conservar o poder e o controle em seu Estado, é preciso não só agir com grande sutileza - e mesmo com astúcia e crueldade - mas também possuir suas próprias milícias. Sua principal obra resiste a mais de cinco séculos - característica dos clássicos, que deve-se à versatilidade do texto que tem permitido as mais diversas interpretações.

O livro esta dividido em 26 capítulos que tratam de temas pertinentes à estratégia política, ou seja, em uma linguagem mais banal, é um manual político, que instrui ao governante como chegar ao poder e como mante-lo.

Em determinados trechos, Maquiavel sintetiza a essência da qual o governante deve preencher-se para tornar-se príncipe e soberano. Essência esta que se resume na sua mais famosa frase, “os fins justificam os meios”, ou seja, o livro está repleto de situações, por vezes desumanas, que expressam que o importante é o poder, e não a moralidade dos meios para alcançá-lo.

Por considerar demasiado extenso o conteúdo desta obra, será ressaltado aqui os aspectos principais, que exprimam a intenção do autor em discorrer a obra, que por este aspecto se encontra dividida em três partes. A primeira dá conta dos tipos de principados, a segunda das milícias e a terceira, das atribuições que farão com o que o príncipe seja glorioso.

Nos primeiros capítulos, mais precisamente nos onze primeiros, Nicolau se preocupa em detalhar os tipos de principados, as causas do bem-estar e do mal-estar dos mesmos e os modos pelos quais muitos os adquirem, os conservam e porque os perdem.

Em um segundo momento, do capítulo XII ao XIV, Maquiavel se reporta ao poderio militar dos principados, alertando sobre o perigo das milícias mercenárias e auxiliares.

Digo, pois, que as armas com as quais um príncipe defende o seu Estado, ou são suas próprias ou são mercenárias, ou auxiliares ou mistas. As mercenárias e as auxiliares são inúteis e perigosas [...]. (MAQUIAVEL, p.50)

Sendo assim estas armas de outrem, portanto não combatem por honra do príncipe, mas sim por interesses subjetivos.

Mostrando ao príncipe uma terceira e mais confiável arma, sendo que “[...] em verdade, não representaria vitória aquela que fosse conquistada com as armas alheias [...]”, Maquiavel cita as armas próprias, ou seja, que o príncipe deveria dispor em batalha o próprio exercito, pois este sairia a guerrear por seu único príncipe, pois “As forças próprias são aquelas que se constituem de súditos, de cidadãos ou de criaturas tuas; todas as outras são ou mercenárias ou auxiliares.” Por fim, Maquiavel conclui que “as armas de outrem, ou te caem de cima, ou te pesam ou te constrangem.”, se referindo à passagem bíblica em que Saul empresta sua armadura a Davi, mas esta o pesa sobre os ombros, então prefere Davi lutar contra Golias apenas com suas próprias armas, e o vence.

Com este assunto, o autor enfatiza a importância das armas próprias para conquistar e manter um principado, sendo estas mais importantes que as leis, embora seja necessário um conjunto destas especialidades, pois que “Os principais fundamentos que os Estados têm, tanto os novos como os velhos ou os mistos, são as boas leis e as boas armas.”

Ao adentrar na terceira “subdivisão do livro”, na parte das atribuições de um príncipe, Maquiavel entende que, primeiramente, um príncipe deve dispor da capacidade de manter o bem estar do seu povo, seja pela força ou pela bondade, porém jamais beneficiando apenas um único lado, como foi no caso da derrota por qual passou Roma, sendo que “propendiam para satisfazer aos soldados, pouco se preocupando com o fato de por tal forma ofender o povo.” Assim, o príncipe deve, sobretudo, agradando seja aos soldados, seja ao povo, fazê-lo com prudência.

Adiante, Maquiavel adentra ao que parece ser seus principais conselhos acerca da postura de um príncipe, pois se reporta aos atos pelos quais os príncipes são louvados e venerados.

Nos primeiros capítulos desta terceira parte, Maquiavel começa, no capítulo XV, exortando a respeito da prudência necessária ao príncipe em se valer da bondade, pois “[...] é necessário, a um príncipe que queira se manter, aprender a poder não ser bom e usar ou não da bondade, segundo a necessidade.” Logo mais no capítulo XVI, fala a respeito da liberalidade, atribuindo a esta também a prudência, pois “Dentre todas as coisas de que um príncipe se deve guardar está o ser desprezado e odiado, e a liberalidade te conduz a uma e a outra dessas coisas. No capítulo XVII, Maquiavel fala da crueldade e da piedade, devendo o príncipe ao utilizá-las, fazê-lo com sabedoria, pois o objetivo único é manter seu povo unido abaixo de sua soberania, mesmo que para isso o príncipe tenha que recorrer à crueldade, por isso “Um príncipe não deve, pois, temer a má fama de cruel, desde que por ela mantenha seus súditos unidos e leais [...]”. Neste capítulo o autor traz a tona uma das mais interessantes questões da obra, se o príncipe deve ser temido ou amado, “A resposta é de que seria necessário ser uma coisa e outra; mas, como é difícil reuni-las, em tendo que faltar uma das duas é muito mais seguro ser temido do que amado.”, justificando tal conclusão adiante, dizendo que

[...] os homens têm menos escrúpulo em ofender a alguém que se faça amar do que a quem se faça temer, posto que a amizade é mantida por um vínculo de obrigação que, por serem os homens maus, é quebrado em cada oportunidade que a eles convenha; mas o temor é mantido pelo receio de castigo que jamais se abandona. (MAQUIAVEL, p.68)

Portanto, melhor é ser temido do que amado.

No capítulo XVIII, Maquiavel exorta a ponderação de dois espectros humanos, um reportasse à astúcia, que se dota a raposa, e a ferocidade e força, que se encontra em um leão.

Necessitando um príncipe, pois, saber bem empregar o animal, deve deste tomar como modelos a raposa e o leão, eis que este não se defende dos laços e aquela não tem defesa contra os lobos. É preciso, portanto, ser raposa para conhecer os laços e leão para aterrorizar os lobos. (MAQUIAVEL, p.71)

Lembrando que “[...] dessas naturezas: uma sem a outra não é durável.”, portanto, é prudente saber equilibrá-las, fazendo isso com prudência, pois

[...] é necessário saber bem disfarçar esta qualidade

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