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RECICLAGEM DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO (RCD)

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Por:   •  29/5/2014  •  8.042 Palavras (33 Páginas)  •  350 Visualizações

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RECICLAGEM DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO (RCD) – ESTUDO DE CASO EMDAHP (EMPRESA MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO HABITACIONAL DE PIRACICABA)

RESUMO

O entulho proveniente da construção civil tem sido um dos grandes problemas para a administração pública. É um material volumoso que acaba esgotando rapidamente os locais a eles destinados, quando não despejados em logradouros públicos, terrenos baldios, beiras de rios e fundos de várzeas.

Isto traz conseqüências à saúde pública e onera os cofres municipais.

A reciclagem de entulho é uma saída viável economicamente, pois o seu custo é cerca de 70% mais barato que a matéria-prima natural. Dessa forma tem se um produto de boa qualidade a um custo baixíssimo.

O uso de entulho reciclado vai diminuir a pressão sobre a desmedida exploração dos recursos naturais.

Por outro lado, estes materiais podem se tornar fator importante para a resolução de questões de déficit de moradias destinadas às camadas mais pobres da população, na medida em que são menos custosos que aqueles convencionais.

Abstract

One of greatest problems of public administration is civil construction waste. Such large amount of waste quickly fills the public area, empty lots, riverside and levies.

It brings risk to public health and strain on public coffers.

Recycling of waste is an economical viable option, because it costs 70% less than natural raw material. This producing a quality product at very low cost.

The use of recycled materials will reduce the pressure for the exploitation of natural resources.

On the other hand, these cheaper materials could be an important factor to resolve the question of the deficit housing, whit much less cost than conventional solutions.

1 INTRODUÇÃO

Os resíduos sólidos são o resultado das ações antrópicas e estão intimamente relacionados ao modo de vida do homem, à lógica consumista do descarte e do desperdício. Os resíduos sólidos cresceram em quantidade e diversidade, a ponto de exigir uma tomada de consciência urgente por parte da população, da indústria dos poderes públicos, no sentido de reduzi-lo, modifica-lo e trata-lo. (CLAID, 2002)

Os resíduos fazem parte de toda a cadeia produtiva, é composto por resíduos sólidos e dentre eles está o entulho (resíduo da construção civil).

O entulho representa hoje um dos maiores problemas para o saneamento público municipal, principalmente nas grandes cidades brasileiras (PINTO, 1999).

A reciclagem de resíduo da construção e demolição (RCD) é praticada há milênios, sendo comum na história das civilizações antigas. Há mais de 2000 anos os romanos já utilizavam os entulhos em suas construções. Os pavimentos eram executados com uma mistura de pasta de aglomerante (cales ou cinzas vulcânicas), cacos cerâmicos, fragmentos de rochas e argila. Esta camada tinha a função de receber os esforços incidentes na camada superior do pavimento. Muitas construções romanas daquela época existem até hoje, como é o caso da via Ápia e de algumas igrejas renascentistas (BRITO FILHO, 1999).

No período mais recente, na Alemanha, em torno de 1860, há notícias do uso de blocos de concreto britados como agregados para novos produtos de concreto. Os primeiros estudos sistemáticos sobre as características dos agregados reciclados têm início neste mesmo país, em 1928. Entretanto, o uso significativo de RCD reciclado só veio a acontecer após a Segunda Grande Guerra, em resposta à necessidade de satisfazer a enorme demanda por materiais de construção e à necessidade de remover os escombros das cidades européias (SCHULZ; HENDRICCKS, 1992, apud: BRITO FILHO, 1999)

A então República Federal da Alemanha herdou da guerra um volume entre 400 e 600 milhões de metros cúbicos de escombros, dos quais 11,5 milhões de metros cúbicos, que possibilitaram a produção de 175.000 unidades habitacionais até o ano de 1955. (SCHULZ; HENDRICKS, 1992, apud: BRITO FILHO, 1999)

Num segundo momento, os países e regiões da Europa, os quais têm deficiência na obtenção de recursos naturais para o processamento de matérias para a construção civil, como a Holanda, Dinamarca, Bélgica e regiões da França, passam a se interessar pela reciclagem dos RCD. (ITEC, 1995c, apud: BRITO FILHO, 1999)

Pode se caracterizar a situação atual como um terceiro momento, em que diversos países e regiões, em vários continentes, estão dispostos a dar uma solução adequada aos expressivos volumes de RCD gerados nas regiões urbanas, cada vez mais adensadas.(CLAID, 2002)

Também, no Japão, avanços significativos vêm sendo obtidos no último período, pois só na década de 80 observou-se a geração nacional de RCD saltar de 30,4 para 83,6 milhões de toneladas ao ano. Sob as diretrizes da Lei de Reciclagem, em 1988, o Japão estava reciclando 22% dos RCD gerados; esse porcentual era inferior em 50% ao percentual obtido no conjunto dos outros setores industriais (HONG KONG, 1993, apud: BRITO FILHO, 1999), mas já era equivalente à meta traçada pela Suíça para o ano 2000.

A preocupação com resíduos de maneira geral é relativamente recente no Brasil. Diferentemente de países como os EUA onde no final da década de 1960 já existia uma política para resíduos (JOHN e AGOPYAN, 2001).

Apesar de alguns avanços na reciclagem de resíduos domiciliares como a obrigatoriedade de recolhimento de pneus e baterias, certamente estamos longe de políticas mais abrangentes como a política do governo dos EUA de compra preferencial de produtos ambientalmente saudáveis, que privilegia produtos contendo resíduos (CLINTON, 1993, apud: BRITO FILHO, 1999).

No Brasil, a reciclagem dos resíduos de construção e demolição é bastante recente e seu uso restrito, mas vem chamando a atenção dos gestores urbanos, pelas possibilidades que apresenta enquanto solução de destinação dos RCD e de geração de produtos a baixo custo. É utilizado como material

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