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Raridade Do Tempo

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Por:   •  5/11/2014  •  865 Palavras (4 Páginas)  •  175 Visualizações

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RARIDADE DO TEMPO

O tempo livre e a raridade do mesmo não se conceituam apenas nos dias de hoje, possui um histórico e origem que se explica a situação atual da relação homem versus tempo. Podemos iniciar o assunto na antiga Grécia onde os gregos chamavam o tempo livre de ócio e o considerava mais valioso do que o tempo de trabalho, pois era neste tempo que a sabedoria era desenvolvida.

Havia o culto aos deuses, que representavam função permanente no tempo, pois se acreditava que a via para atingir a perfeição e a sabedoria passava pela contemplação dos deuses, e o que só foi possível à vida de ócio dos gregos devido à escravidão, pois, nessa fase, havia duas classes de homens: uns dedicados à tarefa da política, à arte, à contemplação ou à guerra; outros que eram obrigados a trabalhar em condições precárias. (BACAL, 1988).

Na Roma, mais precisamente na Idade Média, as pessoas atribuíam o ócio com religião. Ou seja, o trabalho era visto como um estorvo, um tipo de castigo a fim de encontrar a purificação do corpo. Já na Renascença o tempo livre era preenchido com a contemplação das artes, uma mudança significativa no comportamento das pessoas que mudaram o conceito de reger a vida. Com a Reforma Protestante, surgiu um novo conceito ao significado do trabalho, onde esse tempo gasto passou a ser valorizado e necessário para atividades produtivas. Esta reforma foi conduzida por Lutero, e levava o lema de que o único modo de agradar a Deus era trabalhar, fato que exaltava o homem.

Segundo Bacal (1988), constata-se que na Idade Moderna, houve valorização do trabalho e condenação do ócio, pois as normas de comportamento da ética protestante como a: diligência, temperança, parcimônia, reserva, afastamento dos prazeres da carne poupança são princípios responsáveis pelo surgimento do capitalismo moderno.

O pensamento da época volta-se para o valor do capital resultante do trabalho, a sociedade estava numa fase pré-industrial, trabalho e lazer não era dividido em tempo específico, o tempo livre se dava com pausa para descanso, danças, cerimônias que talvez não se encaixassem no significado de lazer, pois não havia um tempo isolado para gozo deste período.

Na Revolução Industrial, com a marca do surgimento do capitalismo, o tempo livre teve como essência um significado de reivindicação por conta das explorações do trabalho nas organizações. Neste período, Lafargue, autor da obra “O direito à preguiça”, escreveu sobre a idolatria ao trabalho promovida por moralistas da época no auge da Revolução Industrial. Na obra, diz que o trabalho é imprescindível para o crescimento da humanidade, porém deve-se haver um limite em relação ao ócio e lazer e estes não podem ser em excesso, pois causa resultados negativos ao homem. Segundo o autor, o tempo livre associa-se a sociedade antiga industrial: “ A hipocrisia cristã e o utilitarismo capitalista não tinha pervertido estes filósofos das Republicas antigas; dirigindo-se a homens livres, expunham ingenuamente o seu pensamento. Platão, Aristóteles, esses pensadores gigantes, cujos calcanhares os nossos Cousin, os nossos Caro, o nossos Simon só podem atingir, pondo-se nas pontas dos pés, queriam que os cidadãos das suas Repúblicas ideias vivessem na maior ociosidade, porque acrescentava Xenofonte ‘ o trabalho tira todo o

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