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Relação entre os livros Antígona, Sófocles, e O Príncipe, N. Maquiavel

Por:   •  10/9/2015  •  Artigo  •  1.038 Palavras (5 Páginas)  •  1.439 Visualizações

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Relação entre os livros Antígona, Sófocles, e O Príncipe, N. Maquiavel

                                                               

Introdução

Na obra O Príncipe escrita por Nicolau Maquiavel e dedicada a Lorenzo de Médici, cuja família governava a cidade de Florença, na Itália. É apresentado um manual com conselhos e recomendações sobre como um líder pode conquistar e principalmente manter-se no poder. A partir dessas recomendações serão analisados neste artigo alguns fatos da tragédia grega Antígona de Sófocles, que trata do conflito entre Antígona e o rei Creonte a respeito do sepultamento de Polinices com o objetivo de verificar a conduta dos personagens segundo a visão de Maquiavel sobre as qualidades que um bom líder deve possuir.

Desenvolvimento

Após um diálogo com sua irmã Ismênia, Antígona realiza ritos fúnebres ao irmão, contrariando o édito de Creonte que havia proibido, sob pena de morte para os desobedientes, o sepultamento do cadáver de Polinices considerado inimigo de Tebas. Quando levada até Creonte e questionada por ele por que tinha infringido a sua autoridade, ela justifica seu ato com base nas leis divinas:

Sim, porque não foi Júpiter que a promulgou; e a Justiça, a deusa que habita com as divindades subterrâneas, jamais estabeleceu tal decreto entre os humanos; nem eu creio que teu édito tenha força bastante para conferir a um mortal o poder de infringir as leis divinas, [...] Tais decretos, eu, que não temo o poder de homem algum, posso violar sem que por isso me venham punir os deuses![...]. (SÓFOCLES, 2005, p. 31-32).

Creonte contrário a essa ideia de Antígona responde:

[...] Esta criatura agiu temerariamente, desobedecendo as leis em vigor; e, para agravar, com uma segunda ofensa, a primeira, acaba de se gloriar do ato que praticou. Eu não seria mais um homem, e ela é que me substituiria, se esta atitude que assumiu ficasse impune. [...]. (SÓFOCLES, 2005, p. 32).

Segundo Maquiavel um príncipe que governa um principado onde já existam leis, onde os moradores vivem habituados a certa ordem e não destrua completamente esta ordem, será destruído por ela. Em sua obra é mostrado também que nem sempre o monarca pode agir com autoridade máxima, precisando, às vezes, mediar sua autoridade, o que lhe dá inclusive a fama de justo. Creonte ao promulgar autoritariamente uma lei que era contra as crenças e costumes da população acabou despertando certo clamor social contra a decisão considerada injusta. Como é possível perceber em um trecho do diálogo entre o rei e seu filho Hémon:

Teu semblante inspira temor ao homem do povo, quando este se vê forçado a dizer o que não te é agradável ouvir. Quanto a mim, ao contrário, posso observar, às ocultas, como a cidade inteira deplora o sacrifício dessa jovem; e como, na opinião de todas as mulheres, ela não merece a morte por ter praticado uma ação gloriosa... [...] “Por acaso não merece ela uma coroa de louros?” eis o que todos dizem, reservadamente. (SÓFOCLES, 2005, p. 45-46).

O corifeu concorda com a opinião do filho do rei e propões que Creonte o ouça, “Príncipe, visto que ele propõe medidas de moderação e prudência, convém ouvi-lo; de parte a parte vós falastes muito bem!”. Creonte não concorda, pois em sua opinião não deve receber conselhos de alguém mais jovem.

Na perspectiva do autor de O Príncipe um homem dotado de Virtú sabe reconhecer uma ocasião posta pela fortuna e adotar medidas para ter melhor proveito da situação. E como bem colocou F.B. Ronaldo em uma publicação:

 

O homem de virtú que esteja à frente de um Estado está isento de culpa quando executa atos com fins que visam a estabilidade política, posição que rendeu diversas críticas ao pensamento de Maquiavel. Contudo, seu poder poderá se degenerar em tirania e trazer novamente a instabilidade. (BRITO, Ronaldo Figueiredo. O Pensamento Político de Maquiavel, 2010.)

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