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Resenha Be A Ba Da Acustica Arquitetonica

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Por:   •  29/10/2014  •  1.634 Palavras (7 Páginas)  •  3.088 Visualizações

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Livro: bê-á-bá da acústica arquitetônica – Ouvindo a arquitetura – pag.: 46 a 77 – ed. EDUFSCAR. – Lea Cristina, Manuela Guedes e Luís Bragança. – São Carlos 2012.

Identificar e tomar decisões sobre o ambiente acústico do local, na primeira etapa do projeto, a atuação do arquiteto relaciona-se à parte da acústica chamada controle de ruídos. O controle e prevenção de ruídos estão divididos em dois grupos: ruídos internos à edificação e ruídos externos à edificação.

Identificando o ambiente acústico.

Em princípio, como uma definição geral, todo som indesejável à atividade de interesse é considerado ruído, mesmo que esse seja uma música. Algumas questões subjetivas, como a atenção do receptor, ficam incluídas nessa definição, pois, em função dela, o grau de incômodo causado será maior ou menor.

Algumas fontes sonoras, decorrentes do crescimento urbano e da industrialização, são constantemente tomadas como geradoras de ruídos. Incluem-se como as principais fontes de ruídos externos, os sons emitidos decorrentes de atividades humanas, como os transportes rodoviários e aéreos, as indústrias e algumas atividades de recreação.

Para identificar se essas fontes representam para o local de interesse um fator significativo desqualifica o espaço acústico, a observação da forma como os espaços se integram é essencial. Essa observação requer o conhecimento de 3 elementos básicos: a fonte, o meio e o receptor.

Por se tratarem de ruídos externos, as tendências de propagação do som ao ar livre influem sobre a intensidade sonora que atinge o receptor. Considerando o ar livre como meio de propagação, o som está sujeito às influências das características climáticas do ambiente. Dentre essas características, a que efetivamente tem uma influência marcante na propagação e determinação da área de alcance sonoro é o vento e secundariamente a temperatura.

Para o ar em movimento o campo acústico é alterado, tornando-se mais complexo. À medida que a direção do vento é igual ao sentido fonte / receptor, os raios sonoros tendem a se defletir em direção ao receptor, incrementando a área de alcance e intensidade em relação ao ar parado. Com esse posicionamento no espaço, o receptor torna-se mais suscetível à captação do ruído. O ar próximo ao solo tem menor velocidade devido ao atrito, ou seja, existe gradiente de velocidade do ar que aumenta com a altitude. Este gradiente faz com que os raios sonoros sejam defletidos na direção do solo e o som sofra um aumento de intensidade nessa região.

No caso do posicionamento fonte / receptor corresponder à posição contrária à direção do vento, o movimento do ar tende a gerar uma região de sombra acústica, dificultando a propagação sonora nesse sentido, uma vez que o gradiente de vento promove a deflexão da onda para a região superior.

Gradiente de temperatura do ar pode apresentar-se sob duas condições: gradiente positivo e o negativo. Gradiente negativo, mais comum durante o dia, é aquele para o qual o ar mostra-se mais aquecido nas regiões mais próximas ao solo, apresentando menores temperaturas à medida que sobe em altitude. Essa situação pode causar uma deflexão do som para a região superior, de forma a criar sombras acústicas próximas ao solo. Para gradiente negativo, o oposto se verifica, tendendo a intensificar o som próximo ao solo. Isso ocorre porque, quanto maior a temperatura, maior a velocidade de propagação da onda no ar.

Cabe lembrar ainda que, o solo age como uma superfície em que parte do som é absorvida e outra parte é refletida, adicionada ao raio direto, pode ser uma componente do som recebido, desde que a conformação topográfica do solo possibilite o seu percurso até o receptor. Alguns perfis topográficos podem ser destacados com representativos das situações básicas ocorridas no entorno urbano. São eles: o perfil plano, o perfil convexo e o perfil côncavo.

Para o perfil plano, a distribuição sonora tende a ser mais homogênea. No caso do perfil convexo do solo, o som se distribui diferencialmente e são geradas duas regiões distintas: a região de reflexão acústica e a região de sombra acústica. No caso no perfil côncavo, a sua atuação como espelho refletor propicia a concentração sonora. Dependendo da curvatura, os raios são convergidos, possibilitando a sobreposição de sons.

Da mesma maneira, que a conformação topográfica, as edificações do entorno interferem no campo acústico do local, gerando sombras acústicas ou intensificando o som, não só pelo modo como uma edificação se relaciona espacialmente com a outra, mas com a própria forma que esta pode apresentar.

Utilizando instrumentos auxiliares

O levantamento de dados pode ser acompanhado de medições indicadoras dos locais mais sensíveis e caracterizadores do ambiente acústico, para que possam ser programadas pesquisas mais específicas nesses pontos de coleta de dados.

Dentre os vários aparelhos auxiliares existentes destacamos o medidor de nível sonoro, o Dosímetro e o Analisador de frequência. Cada um deles com uma função específica.

O medidor de nível sonoro, também chamado sonômetro ou popularmente decibelímetro, registra em dB a pressão sonora do local ou níveis de intensidade, com filtros de ponderação A, B, C ou D.

O Dosímetro - aparelho capaz de acumular os sinais dos ruídos em um condensador, tornando possível a análise das médias e picos sonoros gerados pela fonte.

O analisador de frequência indica a distribuição das frequências do som.

Para que as medições urbanas sejam efetuadas adequadamente, é necessário que sejam registradas distâncias entre a fonte e os pontos de coleta, já este é um fator determinante do nível alcançado. Além disso, deve ser mantida uma distância mínima de 3,5 m entre o aparelho e as superfícies refletoras, para que não haja influência sobre o aparelho. Para situações em que isso não é possível, sugere-se que seja feita uma redução de no mínimo 3 dB sobre o valor registrado, correspondendo aos efeitos dos raios refletidos sobre o som direto.

Determinando medidas e critérios para implantação do projeto

Uma vez indicadas as possíveis fontes de ruído e suas formas de propagação, podem ser tomadas medidas para garantir a qualidade acústica dos projetos, a partir da estipulação de critérios acústicos para

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