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Resumo Do Livro A Cidade Antiga

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Por:   •  20/9/2014  •  2.090 Palavras (9 Páginas)  •  1.214 Visualizações

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CAPÍTULO II

O CASAMENTO

A primeira instituição que a religião doméstica estabeleceu foi, na verdade, o casamento. É necessário notar que essa religião do lar e dos antepassados, que se transmitia de varão para varão, não pertencia, contudo, exclusivamente ao homem; a mulher tomava parte no culto. Como filha, assistia aos atos religiosos do pai; como casada, aos do marido. “A partir do casamento, diz um antigo, a mulher não tem nada mais em comum com a religião doméstica dos pais: ela passa a sacrificar aos manes do marido”.

A cerimônia não era realizada em templo; era realizada em casa, presidida pelo deus doméstico. Na verdade, quando a religião dos deuses do céu se tornou preponderante, não foi mais possível deixar de invocá-los também nas preces do casamento; tomou-se então o costume de ir antes aos templos, para oferecer sacrifícios a tais deuses.

A mulher assim casada continua a cultuar os mortos; mas não é mais a seus antepassados que oferece o banquete fúnebre; o

casamento desligou-a por completo da família do pai, é aos antepassados do marido que oferece sacrifícios;

pertence agora à sua família, e eles se tornaram seus antepassados.

Pensa-se também que essa união era indissolúvel, e que o divórcio era quase Impossível. Para que houvesse ruptura fazia-se necessária nova cerimônia religiosa, porque somente a religião podia desunir o que havia unido.

CAPÍTULO III

CONTINUIDADE DA FAMÍLIA. PROIBIÇÃO DO CELIBATO. DIVÓRCIO EM CASO DE ESTERILIDADE. DESIGUALDADE ENTRE FILHO E FILHA.

Cada um tinha grande interesse em deixar um filho, convencido de que disso dependia a felicidade de sua vida futura. Era até um dever para com os antepassados, porque sua felicidade

durava somente enquanto existisse a família.

A religião, que a formou, exige imperiosamente sua continuação. Uma família que se extingue é um culto que morre.

Em virtudes dessas opiniões, o celibato devia ser ao mesmo tempo impiedade

grave e desgraça: impiedade, porque o celibatário punha em perigo a felicidade dos

manes de sua família; desgraça, porque ele próprio não devia receber nenhum culto

após a morte, desconheceria assim “o que alegra os manes”. Pode-se pensar muito bem que, na falta de leis, essas crenças religiosas por

muito tempo teriam bastado para impedir o celibato.

o homem não pertencia a si próprio, mas à

família. Era o membro de uma série, que não devia interromper. Não nascera por acaso; deram-lhe a vida, para que continuasse a observar um culto; não devia deixar a vida sem estar seguro de que esse culto seria continuado depois de sua morte. Com efeito, os laços sangüíneos apenas não constituíam a família; eram necessários ainda os laços de culto. Ora, o filho nascido de mulher que não se havia unido ao esposo pela cerimônia do casamento, não podia tomar parte no culto. Não tinha direito de oferecer o banquete fúnebre.

Como o casamento não era contratado senão para perpetuar a família, parece justo que podia ser anulado se a mulher fosse estéril. Nesses casos, o divórcio sempre constituiu direito entre os antigos.

O nascimento de uma menina não satisfazia o objetivo do casamento. Com efeito, a filha não podia continuar o culto, porque, no dia em que se casasse renunciaria à família e ao culto do pai, e passava a pertencer à família e religião do marido.

CAPÍTULO IV

ADOÇÃO E EMANCIPAÇÃO

O dever de perpetuar o culto doméstico foi a fonte do direito de adoção entre os antigos. Oferecia à família um último recurso para escapar à tão temida desgraça da extinção: esse recurso consistia no direito de adotar.

Adotar um filho, portanto, era velar pela continuidade da religião doméstica, pela salvação do fogo sagrado, pela continuação das ofertas fúnebres, pelo repouso dos manes dos antepassados. Como a adoção não tinha outra razão de ser além da

necessidade de evitar a extinção do culto, seguia-se daí que não era permitida senão a quem não tinha filhos.

Quando se adotava um filho, era necessário antes de mais nada, iniciá-lo nos segredos do culto, por isso a adoção era realizada por uma cerimônia sagrada, que parece ter sido muito

semelhante à que assinalava o nascimento de um filho, pela qual o adotado era admitido ao lar e se associava à religião do pai adotivo.

CAPÍTULO V

O PARENTESCO. O QUE OS ROMANOS ENTENDIAM POR AGNAÇÃO

Platão diz que parentesco é a comunidade dos mesmos deuses domésticos. São dois homens que têm o dever de fazerem os mesmos sacrifícios, de terem os mesmos deuses paternais, de partilharem do mesmo túmulo. Na opinião das gerações antigas a mulher não transmitia nem a existência, nem o culto. O filho recebia tudo do pai. O princípio do parentesco não era o ato material do nascimento, era o culto.

Sem dúvida, na Índia, na Grécia, como em Roma, houve uma época em que o parentesco pelo culto não foi mais o único a ser considerado. À medida que a antiga religião se enfraquece, a voz do sangue fala mais alto, e o parentesco por nascimento

foi reconhecido em direito.

CAPÍTULO VI

O DIREITO DE PROPRIEDADE

Os antigos basearam o direito de propriedade sobre princípios

que não são mais os das gerações presentes, e daqui resultou que as leis pelas quais o garantiram são sensivelmente diversas das nossas. Os tártaros admitem direitos de propriedade quando se trata de rebanhos, e não o compreendem quando se trata do solo. Entre os antigos germanos, de acordo com alguns autores, a terra não pertencia a ninguém; as populações da Grécia e da Itália, desde a mais remota antiguidade, sempre reconheceram e praticaram a propriedade privada.

A idéia de propriedade privada fazia parte da própria religião. Cada família tinha seu lar e seus antepassados. Esses deuses não podiam ser adorados senão por ela, e não protegiam

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