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Resumo: A Cidade Antiga - Fustel de Coulanges

Por:   •  25/10/2016  •  Resenha  •  1.776 Palavras (8 Páginas)  •  2.740 Visualizações

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A Cidade Antiga

LIVRO PRIMEIRO – CRENÇAS ANTIGAS

I – CRENÇAS SOBRE A ALMA E SOBRE A MORTE

Há então uma breve apresentação sobre o que será falado nos capítulos seguintes, e como o homem desde os primórdios da organização social, teve esse sentimento religioso, que regeu por várias gerações a sociedade. Veremos o quão grande era a influência da religião em toda a vida do homem até tempos muito próximos dos que vivemos hoje. E até hoje também temos essa forte influência.

II – O CULTO DOS MORTOS

Temos pois o que parece ser – Com base em pesquisas – a crença primeira às outras, que era a do culto dos mortos. Tendo perdurado por gerações, essa crença consistia no ato de prestar culto aos mortos. Nesses cultos tínhamos rituais, oferendas, onde acreditavam que tal culto era necessário para todo e qualquer ser humano que morresse. A negligência à esse culto era maldição, pois sem o determinado culto o mort não poderia descansar em paz. Nesses cultos levava-se comid, vinho, armas de guerra, eram sacrificados cavalos, inimigos e até mesmo escravos, pois acreditava-se que o morto precisaria disso na outra vida que estava vivendo. Esse culto era tão importante que era necessário deixar descendentes para realizar tais cultos, pois se não houvesse o morto não descansaria. Cada morto se tornava então, em uma divindade. Assim nasce o sentimento religioso no homem, onde agora ele vai pensar além do que ele pode ver, e vai haver uma ligação entre o humano e o divino. Surge daí o sentimento de sepultamento dos mortos.

III – O FOGO SAGRADO

Outra crença existente era a do fogo sagrado – O que não substitui a do culto dos mortos, mas sim existem simultaneamente – e logo veremos que era muito importante para o homem ao ponto de até gerar um direito exclusivo de cada chefe de família. Cada pessoa – E quando me refiro a “pessoa”, falo das sociedades que o Fustel analisou, que foram os Gregos, Romanos e Hindus, onde ele apresenta várias provas e fatos que nos mostram muita semelhança entre as crenças existentes nessas sociedades desde os primórdios – mantinha em sua casa um altar com uma fogueira acesa todo tempo. Sempre tinha que haver cinza e brasa na fogueira. Cria-se que o fogo era um deus, e que através dele viria proteção, riqueza, mantimento e bênçãos para toda a família. Ao extinguir-se esse fogo, extinguia-se o deus. A família estaria então sem um deus, sem um “Lar” que era como os antigos chamavam o Deus doméstico. Vemos também que há estreita relação entre o culto dos mortos e a crença do fogo sagrado. Com o passar das gerações a crença foi mudando, mas nunca extinguiu-se completamente.

IV – A RELIGIÃO DOMÉSTICA

Diz-se que essa religião da qual falamos é doméstica porque cada lar tinha seu próprio deus, sua própria religião. Chamavam-se essa deuses – Lares, que eram os fogos sagrados, e Manes, que eram as divindades em que os mortos de transformavam – de ocultos, pois eram exclusivos de cada família. Cada família fazia seus cultos e ritos em oculto. A presença de um estranho no culto era uma ofensa. O Lar protegia os seus, e somente os seus. O pai era o sacerdote da família, e também a autoridade máxima, ele não conhecia superiores. Importante ressaltar que essa religião se transformava de pai para filho, nunca para filha, e o motivo veremos adiante. Daí surge então, a necessidade de prosseguir com a geração, ou seja, a de deixar filhos para que esses os cultuassem e realizassem os rituais para os lares e manes, porém o culto só poderia ser continuado pelo filho.

LIVRO SEGUNDO – A FAMÍLIA

I – A RELIGIÃO COMO PRINCIPAL ELEMENTO CONSTITUTIVO DA FAMÍLIA ANTIGA

Na antiguidade, mais precisamente na época dessas antigas divindades, a família era inviolável, e era ligada mais do que pela geração, pois o princípio de família estava além da associação natural. Ela era unida pela religião doméstica. A palavra em grego para família, epíston, significa: Aquilo que está junto do fogo.

II – O CASAMENTO

A primeira instituição estabelecida pela religião domestica foi o casamento. Consistia em a filha desvincular-se do lar do pai, e passar agora a cultuar os deuses do esposo. E como esse era um acontecimento importantíssimo, a religião presidia o ato. Há grande semelhança entre os casamentos grego e romano, falaremos, pois como se passava esse ritual em ambos. Tais atos ocorriam em casa, e não em templos. Primeiramente o pai desvinculava a filha de seu lar, entregando-a ao esposo. Logo após isso o esposo a levava para sua casa, carregando-a com cuidado para que não tocasse a sola do pé no chão ou no batente da ports de sua casa. Em seguida havia um ritual para a apresentação da esposa perante o fogo, onde estaria, então oficializado o casamento. Após isso os recém casados comiam bolo e algumas frutas. A partir de agora a mulher estava sobre a tutela de seu marido. Somente ao deus e aos antepassados dele ela prestaria culto, pois não tinha mais o direito de fazê-lo pela familia do pai, logo estaria desvinculada totalmente da família anterior, sendo agora família de seu esposo. Essa instituição não permitia a poligamia, e também agora existia o sentimento de necessidade de deixar herdeiros para os cultos que precisavam ser prestados.

III – DA CONTINUIDADE DA FAMÍLIA. CELIBATO PROIBIDO. DIVÓRCIO EM CASO DE ESTERILIDADE. DESIGUALDADE ENTRE O FILHO E A FILHA

Como já vimos, a religião doméstica era a principal fundamentadora da família. Daí nasce o dever da continuidade da família, pois assim a família seria imortal, uma vez que os filhos continuaríam o culto doméstico pelas gerações seguintes, garantindo o descanso de seus antpassados. Desgraça grande para uma pessoa é não deixar filhos para a realização dos cultos e ritos, pois assim não existiria descanso para a família. A religião era forte influenciadora nos direitos dos antigos. Tanto ao ponto de coibir o celibato, tanto pela força da religião quanto, futuramente, por leis que o proibíam, pois era impiedade descontinuar o culto da família, pois assim não haveria descanso para os antepassados. E era tamanha essa tentativa de continuidade de culto que passou então a ser admitido o divórcio em caso de esterilidade da esposa. O casamento era obrigatório. Ele era um contrato para continuidade do culto, logo pode ser entendido que haja esse caso de divórcio em caso de esterilidade. Se houvesse esterilidade por parte do homem, a mulher era obrigada a se entregar a outro homem, a escolha do marido, e o filho dessa relação seria então filho do marido. E se uma mulher ficasse viúva e casasse novamente, o filho seria filho do defunto. A filha não satisfazia o fim do casamento. Simplesmente por não poder continuar o culto, pois sabemos que sua continuação era exclusiva do filho. A admissão do filho, como da mulher pelo seu marido, era com base também em rituais.

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