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Rui Barbosa e reforma educacional

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Por:   •  20/9/2014  •  Tese  •  1.530 Palavras (7 Páginas)  •  272 Visualizações

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Rui Barbosa e a Reforma do Ensino

Rui Barbosa, ao analisar a situação escolar no país concluiu que em matéria de instrução tudo estava por ser feito.

As bases para suas observações obedeciam a idéias gerais, sobre educação obtidas a partir de estudos sobre experiências desenvolvidas em todos os países civilizados. Fez uma incursão atenta aos dados obtidos sobre o estado da instrução em diversos países, como a Inglaterra, os Estados Unidos, a França, a Suíça, a Alemanha, a Áustria, a Austrália, etc. Comparou estes dados aos que retratavam a situação do ensino no Brasil.

Desta comparação ressaltou que eram deploráveis as condições da instrução que existiam no país, fosse em qualidade, em seu espírito ou seus instrumentos.

Nos pareceres destacou a responsabilidade do Estado com o ensino público; este deveria assumi-la consciente de que seria preciso dispender grandes verbas para a reforma do ensino. Mas Rui Barbosa tambem defendia a liberdade no ensino, esta representa uma das primeiras liberdades humanas. Rui destaca, a necessidade do Estado não impor condições para a abertura de estabelecimentos de ensino, diz que o Estado deve ser imparcial, devido ao fato de ele estar acima de todas as convenções ou idéias que passam de acordo com os povos e seu desenvolvimento.

Rui Barbosa participa da ala antipapista do cenário nacional, e que defendia a separação do Estado e da Igreja.Mostra-se contra ao ensino ministrado por religiosos que tinham o monopólio desse "aparelho do estado", afirma a impropriedade do Estado em estabelecer um culto obrigatório para o ensino, pois defende que o Estado não pode ter um modelo obrigatório de ensino.

Defende com a mesma veemência, o ensino obrigatório. Diz ele que "obrigar à instrução elementar é necessidade e justiça".

Necessidade, porque a sociedade humana necessita de que a inteligência dos seus

membros preencha, ao menos, as suas funções simples, as quais sem certas bases de instrução não podem executa-las.

Justiça, porque todos tem o direito de aprender, não somente os "soberanos". Para ele, a formação da inteligência popular por meio da instrução escolar, era fundamental para a reconstituição do caráter nacional; a ciência estava de mãos dadas com a liberdade. Colocava a educação como um fator de desenvolvimento, a alavanca capaz de modernizar o país. Nos seus pareceres a educação foi apresentada como questão de vida ou morte. Era muito enfático nas suas conclusões e buscava todos os argumentos possíveis para sensibilizar o parlamento para sua importância.

Rui deixa claro a importância que atribui ao método: "reforma dos métodos e reforma do mestre"sendo esta uma expressão completa, a reforma escolar teria que ser inteira.

Ele começa propondo a criação de um método, pois os métodos utilizados pelos educadores não condizem com a capacidade intelectual dos alunos, que os educadores ensinam o aluno a memorizar, e que isso não é inteligência, diz que "a educação não se considera como um fato fisiológico e moral, mas como uma espécie de trabalho de encaixe"

Para a realização do seu projeto, fez algumas visitas às escolas da corte, e traz delas alguns exemplos muito interessantes do modo como as crianças aprendiam, dos livros utilizados, da forma com que aprendiam. Rui propõe uma reforma que não seja enxerto dos modos já conhecidos, mas que reorganize inteiramente o programa escolar, repudiando tudo aquilo que existe. Rui também traz as disciplinas que deveriam compor o programa escolar, e desfecha-as minuciosamente começando pela educação física, depois pela música e canto, o desenho, as lições de coisas (que é a aplicação do método por intuição, isolado, abrangeria vários ensinos apreendidos de forma intuitiva), a língua materna, as ciências físicas e naturais, as matemáticas, a geografia e a cosmografia, história, os rudimentos de economia política, a cultura moral e cívica.

Esses novos conteúdos, associados aos conteúdos tradicionais, deveriam ser ministrados de forma a desenvolver no aluno o gosto pelo estudo e sua aplicação. Procurando cultivar os sentidos e o entendimento. Recomendava, portanto, a adoção do método intuitivo. Para o autor em estudo, essas mudanças no sistema de ensino eram fundamentais para tornar o Brasil uma nação civilizada.

Quanto ao ensino de História, Rui fala do modo impróprio como a História é ensinada pelos livros, e diz que a função dessa disciplina é ser veículo de cultura.

A importância do ensino de História deve sim ocupar os primeiros anos do ensino, mas a quantidade de nomes e fatos que é ligado, isso não permite aos primeiros anos de ensino, concedendo-lhe lugar privilegiado apenas no ensino secundário e superior.

Explica que é normal o interesse das crianças ainda pequenas pelas narrativas históricas cheias de encantos,mas que elas apreendem apenas pela via da imaginação, e não pela do discernimento e compreensão. Mas Rui esclarece que não propõe que se tire a História dos planos de ensino, nem que a apresente às crianças de forma completa desde os primeiros estudos, ele propõe o equilíbrio que não afete o desenvolvimento natural da criança, conforme já havia se referido quando das questões do método.

Rui ainda propõe que o ensino de História seja iniciado das questões que circundam a criança, e que não se comece pelos primórdios da civilização. A criança deve aprender a sua história imediata, de sua família, de sua cidade, de sua pátria, e ir alongando esse tentáculo de conhecimentos progressivamente.

Com certeza, foi bastante "reformadora" essa proposta de Rui.

A Reforma de Benjamin Constant

A Reforma de Benjamin Constant tinha como princípios orientadores a liberdade

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