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Segmentos De Listagem

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Por:   •  4/5/2014  •  2.852 Palavras (12 Páginas)  •  281 Visualizações

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A LEI DE SAY

A LONGA VIDA DA LEI DE SAY

A lei de Say foi um postulado criado pelo economista Jean Baptist Say, tendo sido bastante difundido no meio econômico, sobretudo, por David Ricardo na teoria clássica, e John Stuart Mill, dentro da teoria neoclássica. Segundo Miglioli, Say não foi o autor da lei, tendo em vista que havia, como relatava Marx, a ideia de James Mill, pai de John Stuart, a qual existia a ideia de um “equilíbrio metafisico entre vendedores e compradores”. E também, porque o referido pensamento fazia parte dos escritos de Adam Smith. O autor ainda coloca que, todo o conhecimento da lei se deve a Ricardo e a John Stuart Mill. O desapreço de Keynes por Ricardo seria justamente por Ricardo ter difundido a referida lei dentro da economia politica ortodoxa. Mesmo sendo citada com uma lei controversa e prejudicial ao desenvolvimento da teoria economia, se manteve ate os dias de hoje sendo estudada.

Kalecki apresenta duas razoes para a lei ser conhecida e estudada por tanto tempo: em primeiro lugar, a Lei de Say, representa os interesses da classe capitalista; em segundo lugar, por ela ser aparentemente confirmada dia a dia pelas experiências dos indivíduos em suas economias pessoais.

“uma doutrina que excluía a superprodução geral fazia o sistema capitalista aparecer como sendo capaz de uma plena utilização dos recursos produtivos e desprezava as flutuações cíclicas como sendo insignificantes fricções. Essa apologética era facilitada pela aplicação a economia como um todo da experiência da economia individual, na qual claramente um consumo menor significa uma poupança maior. Mas enquanto a renda de um individuo é fixa, a renda nacional num sistema capitalista é determinada pelas decisões de consumo e de investimento, sendo que uma queda de qualquer um destes componentes de modo nenhum leva automaticamente a um aumento do outro. Assim, a experiência individual não corresponde ao curso da economia como um todo. Em outras palavras, a lei de SAY, era um dogma escorando os fundamentos do capitalismo, o que era facilitado pela aplicação da experiência individual cotidiana ao sistema econômico”.

Logo, somente diminuiria o investimento ou a poupança, se diminuísse a renda, em contrapartida, ao manter a renda, mas diminuir o consumo, sumariamente, aumentaria a poupança e ao diminuir a poupança, poderia aumentar o consumo, por sua vez, diminuiria o investimento.

FORMULAÇÃO E SIGNIFICADO DA LEI

John Baptist Say dizia: quando um produto é criado, seguidamente se cria um mercado para outros produtos em toda grandeza de seu próprio valor. Quando o produtor termina seu produto, ele o quer vender para que não haja a depreciação de seu bem. Também, está ansioso para usar o dinheiro que deste bem possa ter adquirido, pois, o dinheiro também deprecia. Para se desfazer do dinheiro, o produtor terá de adquirir outro produto, ou seja, a criação de um produto abre portas para outro. Isso passou a ser chamado de Lei de SAY ou Lei dos Mercados, ou ainda, lei da preservação do poder de compra. Tudo significa que, a “produção cria a sua própria demanda”.

Mas esse principio seria valido para uma economia simples, onde uma família seria produtora de seus meios de produção e trocaria o excedente por outros produtos. Mas a economia em evidencia na época era capitalista.

Para entender como colocar a lei de Say na economia capitalista, relembremos que o preço se decompõe em três partes: o custo dos meios de produção; os salários pagos aos trabalhadores; e o lucro buscado pelo produtor. Também vale dizer que, o processo de produção do bem é ao mesmo tempo um processo de geração de valor correspondente a este bem. Logo ao vender uma mercadoria, o produtor obterá um montante de dinheiro exatamente igual ao valor para compra-lo. Com uma parte deste dinheiro, compra bens para manter sua produção e outra parte, o lucro, adquire bens de consumo que precisa e volume adicional para ampliar suas atividades laborais. Com outra parte, paga os salários dos trabalhadores, que adquirem outros bens dos capitalistas. Logo, a produção gera uma capacidade de compra capaz de absorver a própria produção. Os capitalistas compram e vendem entre si e pagam salários aos trabalhadores para adquirirem bens dos próprios capitalistas, ou seja, há uma troca de produtos, onde o dinheiro é utilizado apenas como facilitador das trocas, não sendo mantido como fonte de acumulação, pois pode perecer.

Adam Smith falava que a troca de produtos por produtos se dava porque uma parcela pequena das necessidades do homem era suprida com produtos de seu trabalho, as demais necessidades vinham a ser supridas com produtos de outros trabalhadores, por exemplo, um trabalhador produzia somente sapatos e outro somente calças, logo, quem produz somente sapato não utilizara todo o arsenal produzido, o produtor de calças idem, ambos têm necessidades de sapatos e calças, por tanto, um trocara pelo produto do outro o excedente existente. Quando as trocas envolvessem mais produtores, ficando esta difícil de ser realizada, seria criado o dinheiro, para trocar o valor do produto por dinheiro, para assim poder trocar por outros produtos, logo, o dinheiro seria apenas um meio de troca, para facilitar as transações.

Ricardo dizia que o homem não produz para ganhar dinheiro, produz para adquirir outros produtos, e ele só vende com a intenção de adquirir outras mercadorias que lhe possam ser uteis imediatamente, ou que contribuam para sua produção. As produções são sempre trocadas por produções ou serviços.

Para Ricardo, o produtor vende sua mercadoria para adquiri outra, logo o objetivo é o consumo. Para Say, o produtor vende sua mercadoria porque esta é depreciativa, e obtendo dinheiro, logo compra outra mercadoria, porque o dinheiro também é depreciativo. Apesar de diferentes os entendimentos, ambos concordam que na economia simples se produz para obter outros produtos, independente se por meio de troca por outros produtos ou por dinheiro; o dinheiro é simplesmente um meio de troca e neutro; sendo o dinheiro neutro, os produtos são trocados por produtos;

Segundo John Stuart Mill, todos os vendedores são compradores, onde, as mercadorias são pagas com mercadorias, sendo o meio de pagamento aquilo que cada pessoa produz. Caso fosse aumentada a produção de um país, logo também aumentaria a capacidade de compra.

Para Marx, o dinheiro poderia atribuir valor aos produtos, poderia ser um meio de troca e circulação de mercadorias ou ainda um meio de acumulação. Porem, o capitalista ao acumular dinheiro, causaria uma diminuição na circulação de mercadoria ou se usar para aumentar seu poder de capital, pode interromper

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