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Sexualidade

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Por:   •  23/11/2013  •  Seminário  •  7.706 Palavras (31 Páginas)  •  247 Visualizações

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Sexualidade

Ao tratar do tema Orientação Sexual, busca-se considerar a sexualidade como algo inerente à vida e à saúde humana que se expressa desde cedo, englobando o papel social do homem e da mulher, o respeito por si e pelo outro, as discriminações e os estereótipos atribuídos e vivenciados em seus relacionamentos, o avanço da AIDS e da gravidez indesejada na adolescência, entre outros, que são problemas atuais preocupantes.

O conhecimento da sexualidade leva à compreensão das experiências sexuais em diferentes tempos e lugares. Tal entendimento leva a aprofundar a discussão sobre a condição da criança buscando ampliar os conhecimentos das conflituosas dimensões de seu desejo e construção subjetiva de sua sexualidade.

A sexualidade faz parte da vida de todo o ser humano, e do seu equilíbrio depende a estabilidade emocional do individuo. Entre os seres humanos, a sexualidade não diz respeito apenas às funções de reprodução, ela inclui necessariamente o amor e o prazer.

Como sabemos o comportamento sexual dos indivíduos varia muito de acordo com as normas da sociedade e com os padrões culturais de seu povo. Assim, hábitos perfeitamente aceitos para alguns são absolutamente vedados para outros.

Em nosso país, depois do enorme progresso nos meios de comunicação, as influências dos diferentes povos ocidentais têm ocasionado um certo tumulto nos costumes até então vigentes, trazendo, conseqüentemente, uma situação conflituosa para os jovens que, de um lado, tendem a copiar os hábitos adotados em outros países, de outros, sentem-se constrangidos pelas suas tradições culturais e familiares que os impedem de, com uma verdadeira liberdade interna, escolher os rumos de sua sexualidade. Os pais, por sua vez, parecem estar perplexos entre o desejo de evoluir e a tendência de conservar os antigos padrões educacionais adquiridos. As mudanças sociais, entretanto, impelem-nos a sair das posições tradicionais, sem saberem como fazê-lo.

Com o aumento dos desempenhos sociais da mulher e sua participação no capital e na técnica, influindo consideravelmente no volume dos bens de produção, o progresso no controle da natalidade, a influência da psicanálise no pensamento ocidental têm permitido mudar a característica tradicional da dependência sexual da mulher. Conseqüentemente, as mulheres passaram a exigir de si mesmas experiências sexuais gratificantes, ao mesmo tempo em que se acentuou o rechaço a submeter-se a casamentos convenientes ou uniões frustradas e tomaram mais consciência do sexo como prazer e diversão. Percebe-se também que na sociedade moderna a ética individual regula mais a conduta sexual do que a moral instituída.

No decorrer dos dias, modificações vinham surgindo na atitude pública referentes às distintas formas de desvios sexuais, tais como homossexualismo. Esta atitude tornou-se mais tolerante a ponto de, em certos países, esse comportamento deixar de ser visto como um delito e sim como uma patologia.

Apesar de todas essas transformações, uma grande parcela da população atual ainda encara o sexo como um “tabu”, se não fosse isso, não seria necessário falar e escrever tanto sobre educação sexual, porque ela se processaria naturalmente no ambiente da família e no meio social sem que houvesse tantas resistências.

De acordo com Bernardi (1985, p.55): “ a observação da realidade atual poderia levar à conclusão de que o homem, conscientemente, trabalha com prodigiosa perseverança para a própria infelicidade”. Ao mesmo tempo em que o autor nos coloca estas palavras, ele mesmo diz que não pode ser verdade, que não é possível que a maioria das pessoas vivem infelizes. Temos a certeza que até o mais medíocre ser humano deseja a felicidade que brota das grandes emoções.

Ao abordar a sexualidade como temática escolar, sente-se a necessidade de levar em consideração que a educação sexual no Brasil não conta com uma história bem explicitada. O que se sabe é que a primeira experiência de uma abordagem institucional da educação sexual no Brasil esteja ligada à questão da educação da mulher, com forte assento moral, que tratava sobre os cuidados sobre a mulher e a prevenção de doenças venéreas, bem como ao controle da masturbação enfatizando recomendações para a preparação da mulher sobre o seu papel tradicional de mãe e esposa.

A respeito disso, Guimarães (1995, p. 59) enfatiza que “no início do século começaram as preocupações com a educação sexual no Brasil, com intenções higienistas e médicas”. O objetivo era combater a masturbação, as doenças venéreas e o preparo da mulher para seu papel de esposa e mãe, ou seja, a “saúde pública” e “moral sadia”, procurando assegurar-se a saudável reprodução da espécie.

Nas décadas de 20 e 30 ocorreram inúmeras reivindicações sobre a instrução sexual dos jovens. Em 1928, foi realizado um Congresso Nacional de Educadores, onde se aprovou a defesa de Programa Sexual nas escolas, para crianças acima de 11 anos de idade.

O Colégio Batista do Rio de Janeiro, em 1930, através da iniciativa do professor Stawiarski, inclui em seu currículo a educação sexual, que a principio tratava do papel feminino na reprodução humana e em 1935, inclui estudos sobre o comportamento sexual masculino. Mesmo o professor sendo prudente e agisse com austeridade em advertências morais, o mesmo foi inquirido judicialmente e demitido.

Com o passar de alguns anos ocorrem divulgações das idéias do Círculo Brasileiro de Educação Sexual, o qual pretendia divulgar uma cultura sexual científica com bases educacionais, de modo a trabalhar a formação da professora primária e com isso lançaram propostas de uma educação sexual inovadora e alcançou notável sucesso.

De acordo com Cabral (1995, p.60), “o período anterior à década de 60, foi marcado pelo domínio da igreja católica sobre o sistema educacional e conseqüentemente manteve severa repressão à Educação Sexual”, a partir daí percebeu-se uma ampliação do debate sobre a educação escolar.

Nesta década surgem os livros do Padre Charboneau, que tiveram grande influência nos meios católicos uma vez que abordava a moral cristã católica na linha da “educação e da responsabilidade e consciência da paternidade”.

Entre 1954 e 1970, o Serviço da Saúde Pública de São Paulo, realiza trabalhos de orientação sexual para meninas da quarta série com a participação das mães. As orientações eram realizadas pelos Orientadores Sanitários e abordavam as mudanças sexuais na puberdade, gravidez e parto. Este programa foi interrompido pelo MEC, em 1970.

Foi também nesta década que surgiram várias tentativas de implantação de educação sexual,

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