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PRODUTOS ADICIONAIS EMPRESA GRAVIOLA

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Por:   •  12/12/2014  •  Projeto de pesquisa  •  5.719 Palavras (23 Páginas)  •  371 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

CURSO DE AGRONOMIA

VALOR NUTRITIVO DE SILAGENS DE CAPIM ELEFANTE

(Pennisetum purpureum Schum.) COM NÍVEIS CRESCENTES

DE ADIÇÃO DO SUBPRODUTO DA GRAVIOLA

(Anona muricata L.)

JÚNIOR RÉGIS BATISTA CYSNE

Monografia apresentada ao Curso de

Agronomia do Centro de Ciências

Agrárias da Universidade Federal do

Ceará, como parte das exigências da

Disciplina Atividade Supervisionada

(Estágio Curricular Obrigatório).

Orientador

Prof. Dr. Jose Neuman Miranda Neiva

FORTALEZA

CEARÁ - BRASIL

2004

JÚNIOR RÉGIS BATISTA CYSNE

VALOR NUTRITIVO DE SILAGENS DE CAPIM ELEFANTE

(Pennisetum purpureum SCHUM.) COM NÍVEIS

CRESCENTES DE ADIÇÃO DO SUBPRODUTO DA

GRAVIOLA (Anona muricata L.)

Monografia apresentada ao Curso de

Agronomia do Centro de Ciências

Agrárias da Universidade Federal do

Ceará, como parte das exigências da

Disciplina Atividade Supervisionada

(Estágio Curricular Obrigatório).

APROVADA em 21 de Junho de 2004

_____________________________ __________________________

Maria Andréa Borges Cavalcante Magno José Duarte Cândido

________________________________

José Neuman Miranda Neiva

ii

Dedico:

A Deus, por ter me ajudado em todos os momentos da minha vida;

A meus pais Francisco Guilardo Ramos Nogueira e Maria Luzineti Batista Nogueira, por

todo carinho e incentivo para comigo;

A minha mulher Valdilene Rufino do Nascimento por todo amor e carinho;

A meus avos, Luiz Batista Filho e Rita Batista Costa, dos quais nunca me faltou apoio;

Aos meus amigos sempre presentes: Ciro, Josemir, Michael, Guthemberg, João Paulo,

Aney Kelber (in memorian), Jonas, Olienaide, Cynthia e Ana Luiza.

iii

AGRADECIMENTOS

A Deus, por me ajudar muito nos momentos difíceis e me dando força para superar

as dificuldades do curso, e por iluminar meus caminhos;

A Universidade Federal do Ceará, pela oportunidade de formação no curso de

Engenharia Agronômica, e pela concessão da bolsa de monitoria no período de março de

2004 até o momento;

Ao CNPq pela concessão da bolsa de iniciação científica no período de julho de

2001 a agosto de 2003;

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Nível Superior (CAPES), pela concessão da

bolsa de estudos no Programa Especial de Treinamento (PET – Agronomia) no período de

julho de 2000 a julho de 2001;

Aos professores Arlindo de Alencar Araripe Moura, João Licínio Nunes Pinho, José

Neuman Miranda Neiva, Ervino Bleicher e Sebastião Medeiros;

Aos meus amigos do curso de Agronomia, Ciro de Miranda Pinto e Josemir de

Souza Gonçalves, pela amizade e companheirismo;

Aos meus familiares que contribuíram para o meu sucesso no curso de Agronomia;

A todos que contribuíram para realização deste trabalho e que por desatenção me

foram esquecidos.

iv

ÍNDICE

Páginas

RESUMO...........................................................................................................................V

SUMMARY......................................................................................................................VII

1. INTRODUÇÃO.............................................................................................................01

2. REVISÃO DE LITERATURA......................................................................................04

2.1 O capim elefante............................................................................................04

2.2 Características da silagem de capim elefante.................................................06

2.3 Adição de subprodutos na ensilagem do capim elefante................................08

2.4 A cultura da graviola.......................................................................................09

3. MATERIAL E METODOS............................................................................................12

3.1 Local...............................................................................................................12

3.2 Tratamentos e Delineamento Experimental....................................................13

3.3 Processo de Ensilagem....................................................................................13

3.4 Análises Laboratoriais.....................................................................................14

3.5 Análise estatística............................................................................................15

4. RESULTADOS E DISCURSSÕES................................................................................16

4.1 Teores de Matéria Seca...................................................................................17

4.2 Teores de Proteína Bruta.................................................................................18

4.3 Teores de Fibra em Detergente Neutro............................................................19

4.4 Teores de Fibra em Detergente Ácido.............................................................20

4.5 Teores de Hemicelulose...................................................................................20

4.6 Teores de Extrato Etéreo..................................................................................21

4.7 Teores de Nitrogênio Amoniacal.....................................................................22

4.8 Valores de pH...................................................................................................22

5. CONCLUSÕES................................................................................................................24

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................25

v

RESUMO

CYSNE, Júnior Régis Batista. Valor nutritivo de silagens de capim elefante (Pennisetum

purpureum Schum.) com níveis crescentes de adição do subproduto da graviola

(Anona muricataL.). Fortaleza: UFC, 2004, 25p. (Monografia).Graduação em

Agronomia – Universidade Federal do Ceará, 2004.

O experimento foi conduzido no Núcleo de Pesquisa em Forragicultura objetivando

avaliar o valor nutritivo e as características fermentativas de silagens de capim Elefante

com adição do subproduto da Graviola (SG). Foram utilizados 20 silos experimentais de

cano PVC com 100 x 340 mm em delineamento inteiramente casualizado com cinco níveis

de adição (0; 5; 10; 15 e 20%) do SG e quatro repetições. Após 32 dias da ensilagem,

amostras foram colhidas para a determinação dos teores de Matéria seca (MS), Proteína

bruta (PB), Fibra em detergente neutro (FDN), Fibra em detergente ácido (FDA),

Hemicelulose, Extrato etéreo (EE), Nitrogênio amoniacal (N-NH3) e valores de pH. Os

teores de MS e PB foram elevados em 0,80 e 0,14 pontos percentuais a cada 1% de adição

do SG. Os teores de FDN apresentaram o valor médio de 68,13% (P>0,05) enquanto que

elevações de 0,18 pontos percentuais nos teores de FDA foram observadas para cada 1% de

adição do SG. O teor de EE variou de 4,46 a 16,60% entre as silagens com 0 e 20%,

respectivamente (P<0,05). Os teores de N-NH3 das silagens ficaram abaixo dos 12%,

apresentando valor médio de 9,50% (P>0,05), e os valores de pH ficaram dentro da faixa

considerada para silagens bem fermentadas. A adição de SG melhorou o valor nutritivo das

silagens mantendo suas características fermentativas. Contudo os elevados teores de EE

vi

observados nas silagens produzidas indicam que a inclusão do SG na ensilagem do capim

Elefante deve ser de, no máximo, 2,63 %.

_________________________________

*Orientador: Prof. Dr. Jose Neuman Miranda Neiva. Membros da banca: Dr. Magno

José Duarte Cândido e Dra. Maria Andréa Borges Cavalcante

vii

SUMMARY

CYSNE, Júnior Régis Batista. Nutritive value of elepahnt grass (Pennisetum purpureum

Schum.) silages with increasing levels of Anatto (Anona muricata L.) by-product

addition. Fortaleza: UFC, 2004. 30p. (Monography).*

To evaluate the nutritive value and the fermentative characteristics of elephant grass

silages with increasing soursop by-product addition levels (0; 5; 10; 15 and 20%), this work

was carried out. A completely ramdomized design with four replicates was adopted. In the

silages elaboration, 20 silos of PVC with 100 mm of diameter and 340 mm of length were

used, reaching a density of 600 kg/m3. After 32 days from ensiling, samples were collected

to determine the levels of dry matter (DM), crude protein (CP), neutral detergent fiber

(NDF), acid detergent fiber (ADF), hemicellulose, ammonia (N-NH3) and pH values. The

DM level raised 0.80 to each 1% of soursop by-product addition. The CP level was

elevated by 0.14 percent unit to each 1% of soursop by-product addition. The NDF level

was not affected by the soursop by-product addition levels, obtaining mean values of

68.13%. On the other hand, reductions of 0.22 percent unit at the hemicellulose and

elevation of the 0.18 percent unit in the ADF level of the silages, respectively, to each 1%

of soursop by-product addition. The EE level was affected by addition levels, obtaining

mean values of 4.17 and 16.60% in the silages with addition of 0 of 20% from soursop byproduct,

respectively. All silages showed N-NH3 levels below the limit of 12%, whereas the

pH values raised 0.01 percent unit to each 1% of soursop by-product addition. The soursop

by-product addition improved the silages nutritive value, without, but, to alter their

viii

fermentative patterns. As soon, about to obtain silages with until 5% of EE, must add in the

maximum 2.63% of soursop by-product to Elephant grass for occasion of your ensilage.

1

1. INTRODUÇÃO

A má distribuição das chuvas na região Nordeste faz com que muitos produtores

rurais adotem práticas de conservação de alimentos, para que assim possam manter seus

rebanhos durante o período seco do ano.

Nos últimos anos, tem havido crescente interesse na utilização de gramíneas

forrageiras para a produção de silagens.

A ensilagem do excedente de produção das capineiras que se concentra na época das

chuvas quando bem utilizada, se torna uma opção viável aos criadores, minimizando assim

os custos com a manutenção dos rebanhos e um aproveitamento mais eficiente da produção

da área cultivada.

O valor nutritivo da silagem de capim Elefante, quanto aos aspectos quantitativos e

qualitativos é inferior ao das silagens de milho ou sorgo. Porém, é a gramínea mais

2

utilizada para formação de capineiras no Brasil e por isso tem sido bastante utilizada para

ensilagem.

Os fatores que mais afetam a qualidade das silagens consideram-se são a idade em

que a planta é ensilada, propriedades inerente à própria planta e as condições de

acondicionamento (Silveira, 1988).

Segundo Van Soest (1987), tanto a composição químico bromatológica quanto o

valor nutritivo das silagens podem ser alterados através da adição de vários produtos no

momento da ensilagem, influenciando o curso da fermentação e favorecendo a conservação

das silagens.

Das gramíneas utilizadas para a produção de silagens na região Nordeste, o capim

Elefante (Pennisetum purpureum Schum.) destaca-se por sua alta produção de matéria seca

e bom valor nutritivo. É fato bem conhecido que, com a maturação, as plantas, ainda que

aumentem a produção de matéria seca, têm o seu valor nutritivo reduzido (Vilela, 1994).

Entretanto, a elevada umidade na idade com o valor nutritivo ideal para o corte, os baixos

teores de carboidratos solúveis e ainda o alto poder tampão, são fatores que inibem um

adequado processo fermentativo, dificultando a obtenção de silagens de boa qualidade

(McDonald, 1981).

Na tentativa de minimizar estes problemas, a utilização de subprodutos oriundos do

processamento de frutas seria uma alternativa, já que devido ao crescimento vertiginoso da

fruticultura irrigada ocorrido na região Nordeste, há disponibilidade de grandes quantidades

de resíduos, dentre esses os da graviola (Anona muricata L.), que muitas vezes são

deixados nos pátios das agroindústrias, podendo provocar sérios problemas ambientais.

Este trabalho foi conduzido com o objetivo de avaliar os efeitos da adição de níveis

crescentes do subproduto da graviola (Anona muricata L.) sobre a composição químico3

bromatológica e características fermentativas de silagens de capim Elefante (Pennisetum

purpureum Schum.).

4

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 O capim Elefante

O Capim Elefante (Pennisetum purpureum, Schum) é um planta de origem africana

muito utilizada no Brasil, tanto para pastejo direto como para consumo no cocho nas

formas verde picado, silagem e feno.

Apesar de ser relativamente fácil obter silagens de milho ou sorgo de alta qualidade,

é também possível conseguir silagens de capim, principalmente de Elefante, de qualidade

razoável. Esta gramínea vem se destacando para ensilagem em face de sua alta

produtividade, elevado número de variedades, grande adaptabilidade, facilidade de cultivo,

boa aceitabilidade pelos animais e bom valor nutritivo, quando no estádio inicial de

5

desenvolvimento. Deve-se enfatizar o seu alto rendimento por área, tendo sido registradas

produções em solos de Cerrados de 260,9; 260,0; 220,6 e 214,6 ton de matéria verde/ha

ano, respectivamente para as variedades Mercker, Napier, Porto Rico 534 e Mineiro

(Pereira et al.,1976), bem como produções que variam de 30,3 a 200,4 ton de matéria

verde/ha ano, respectivamente para os cultivadores Porto Rico e Mineiro (Carvalho et al.,

1972).

Considerando que à medida que avança o estádio de desenvolvimento das

gramíneas, há aumento da produção de matéria seca e, em contrapartida, ocorre redução no

valor nutritivo, ao se realizar a ensilagem de capim Elefante deve-se aliar alta produção por

área e elevado valor nutritivo. Estas duas características, que alguns denominam equilíbrio

nutritivo, são observadas no capim Elefante quando cortado aos 50-60 dias de

desenvolvimento (Lavezzo, 1985).

Embora o equilíbrio nutritivo do capim Elefante seja alcançado aos 50-60 dias de

desenvolvimento, deve-se ressaltar que nestas condições, alguns fatores poderiam ser

considerados como limitantes para obtenção de silagens de boa qualidade.

Diversos trabalhos realizados com capins do grupo Elefante têm mostrado teores de

matéria seca, na idade do equilíbrio nutritivo, muito aquém do mínimo estabelecido para

obtenção de uma boa silagem. Desta forma, Faria et al., (1970), em observações

preliminares sobre os capins Cameron, Vruckwona e Taiwan A-241, cortados aos 79 e 139

dias de crescimento, encontraram teores de matéria seca entre 9 e 22%. Já Condé (1970) e

Faria (1971), trabalhando com o capim Elefante Napier aos 84 e 86 dias de crescimento,

registraram teores de matéria seca de 20,05 e 18,95%, respectivamente. O último autor

concluiu que o capim Elefante Napier, mesmo após cerca de 120 dias de crescimento, ainda

apresenta teor de umidade inadequado ao processo de ensilagem. O teor de matéria seca do

6

capim Cameron, aos 97 dias de idade, segundo Gutierrez (1975), foi cerca de 19,99%. No

entanto, Rosa (1983), obteve teor de matéria seca inferior (16,72%) para esta forrageira,

com o mesmo período de crescimento.

Assim, para ensilar os capins do grupo Elefante, cortados aos 50-60 dias de

desenvolvimento, o fator básico e limitante na conservação do material é o excesso de

umidade, uma vez que altos teores de água (≥75%) foram significativamente

correlacionados com os constituintes indicadores de baixa qualidade, ou seja, ácido

butírico, bases voláteis e amônia (Archibald, 1953).

Outro fator que deve ser levado em conta na ensilagem de capins do grupo Elefante

é o seu teor de proteína bruta. Para capim Elefante Napier cortado aos 84 dias de

crescimento, Pedreira & Boin (1969) encontraram 6,7% de proteína bruta na matéria seca.

Resultados muito inferiores foram encontrados por Faria (1971), aos 86 dias (3,87%) e por

Tosi (1973), aos 97 dias de crescimento (4,25%).

2.2 Características da silagem de capim Elefante

O capim Elefante colhido no estádio inicial de desenvolvimento tem um razoável

valor nutritivo, mas tem inconvenientes para ensilagem: alto teor de umidade e baixos

teores de carboidratos solúveis. Esses fatores interferem negativamente no processo

fermentativo e, conseqüentemente, na qualidade da silagem.

Para se produzir silagem de boa qualidade as forragens devem possuir alto teor de

carboidratos solúveis, facilitando assim, a ação das bactérias produtoras de ácido lático,

promovendo uma conseqüente queda no pH para níveis entre 3,8 e 4,2 e uma melhor

conservação da silagem.

7

A acidez é considerada um fator importante na conservação da silagem. Ela atua

inibindo ou controlando o desenvolvimento de microorganismos prejudiciais, como as

bactérias do gênero Clostridium, sensíveis à pH abaixo de 4 (Whittenbury, et al., 1967).

Um pH elevado indica perda de nutrientes, principalmente, proteínas resultando em

material menos palatável e de odor desagradável (Faria, 1971).

A presença de ácido butírico na massa ensilada é sempre acompanhada de

mudanças na qualidade do produto. Estas alterações são devidas ao odor desagradável e

penetrante, às vezes de material em putrefação. Em realidade, o efeito mais prejudicial das

bactérias produtoras de ácido butírico é o desdobramento de proteínas (Faria, 1971).

Altos níveis de amônia têm sido associados a um forte desdobramento de

aminoácidos e, de acordo com a maioria dos pesquisadores, é uma indicação de silagens de

baixa qualidade. Nilson et al., (1959) citados por Lopes (1975), apontam valores de

nitrogênio amoniacal acima de 15% de nitrogênio total, como indicadores de silagens de

baixa qualidade.

Lavezzo (1994) ressalta a importância de se adequar o valor nutritivo das gramíneas

forrageiras tropicais com seu estádio de desenvolvimento, pois apesar de com o tempo

essas gramíneas aumentarem a produção de matéria seca, ocorre diminuição do valor

nutritivo, o que produzirá uma silagem de baixa qualidade nutricional.

2.3 Adição de subprodutos na ensilagem do capim Elefante

Segundo Pizarro (1978), aditivos são substâncias, misturas ou combinações destas

que quando adicionadas às forragens no momento da ensilagem podem promover melhorias

na sua fermentação, aceitabilidade e valor nutritivo.

8

Entretanto, é fundamental lembrar que a utilização de aditivos não elimina os

cuidados normais para obtenção de boas silagens (época de corte, compactação da

forragem, vedação do silo etc.). Deve-se, também, considerar alguns fatores em relação aos

aditivos: custo e facilidade de aplicação, eficiência na fermentação e melhoria do valor

nutritivo. Assim, o sucesso na utilização de aditivo na silagem de capim Elefante depende

da escolha de um material que atenda o grande porte dessas condições.

Diversos subprodutos da agroindústria do processamento de sucos vêm sendo

utilizados e estudados como aditivos na silagem do capim Elefante. Uma das variáveis a ser

melhorada é o teor de matéria seca do capim Elefante que invariavelmente, é muito baixo

na época ideal de corte. Diversos trabalhos com subprodutos da agroindústria têm

apresentado resultados interessantes.

Gonçalves et al. (2002) observaram que para cada 1% de adição do subproduto da

acerola até o nível de 20% os teores de matéria seca das silagens sofreram elevações de

0,55 ponto percentual e com o 15% de adição, o teor mínimo de 30% citado como ideal foi

atingido. Em relação à proteína bruta os autores observaram um crescimento linear com a

adição do subproduto da acerola, atingindo o nível máximo de 7,52% ligeiramente apenas

superior ao mínimo de 7% necessário para a mantença dos ruminantes. (Silva & Leão,

1979).

Neiva et al.,(2002), trabalhando com o subproduto da goiaba, observaram que para

cada 1% de sua adição na ensilagem do capim Elefante, observou-se um acréscimo de 0,5

ponto percentual nos teores de matéria seca. Com a adição de 15%, os teores de matéria

seca já alcançavam 30,3% estando dentro da faixa ideal para a adequada fermentação lática.

Oliveira Filho et al., (2002), trabalhando com o subproduto da casca de abacaxi,

verificaram elevações nos teores de matéria seca na silagem de capim Elefante. O valor

9

máximo atingido com adição de 20% do subproduto foi de 28,89%, chegando próximo ao

nível ideal de 30% de matéria seca. Já para os teores de proteína bruta, observou-se que a

variação entre os níveis de adição de subproduto foi pequena (8,39% a 9,54%), o que foi

atribuído à proximidade dos teores de proteína bruta do capim Elefante e do subproduto do

abacaxi.

2.4 A cultura da graviola

Pinto (1994), afirmou que a gravioleira (Anona muricata L.) é originária das terras

baixas da América Tropical, mais precisamente da América Central e dos vales peruanos. É

encontrada tanto na forma silvestre como na forma cultivada, em altitudes que variam do

nível do mar a 1.120 m, distribuídos do Caribe ao Sudeste do México e Brasil.

Com grande destaque nos mercados frutícolas, a graviola é uma fruta tropical

importante nos mercados da América Tropical sendo a Venezuela o maior produtor sulamericano

com uma área plantada superior a mil hectares. A sua importância comercial no

Brasil é pequena apesar da demanda crescente pela polpa do fruto no país, no Oriente

Médio e na Europa (Alemanha e Espanha).

Entre os anos de 1980 e 1985, a produção de graviola no estado do Ceará

concentrava-se nas regiões compreendidas entre Pacajus, Trairi e Redenção. Atualmente a

região de Trairi apresenta uma área de 140 ha plantada com graviola irrigada por

microaspersão e fertirrigação, cujas perspectivas é a obtenção de elevadas produções nos

próximos anos.

A polpa da graviola é de difícil digestão pelo organismo humano, em virtude do alto

teor de celulose (1,8%) que contém. Seu aproveitamento no preparo de sucos, sorvetes e

10

xaropes anti-escorbúticos e diuréticos é, entretanto, excelente. Além do aproveitamento da

polpa, as folhas, a casca do tronco e as sementes podem ser esmagadas e sendo utilizadas

como vermífugo e antihelmíntico contra vermes, parasitas e piolho. Outra importância

presente nas sementes é o fato de possuírem certos alcalóides (Rocha et al., 1981), como a

“anonina” e a “muricina”, que podem ser utilizados na produção de inseticidas. Vale

ressaltar que a presença destes alcalóides e de outros que estão presentes nas sementes de

graviola, poderão vir a causar alguns distúrbios intestinais em ruminantes de acordo com as

quantidades dos mesmos presentes nas sementes quando usadas na alimentação destes

animais.

A crescente demanda e interesse, do consumidor e da indústria de suco de graviola,

justifica a implantação do cultivo sistemático da espécie. Indústrias de suco e sorvetes

como a Maguari, Gelar, Jandaia e Maísa, no Nordeste, produzem e processam a polpa da

fruta para ser comercializada nos mercados interno e externo, gerando resíduos capazes de

serem aproveitados na alimentação animal.

Em toda literatura consultada não foram encontrados trabalhos sobre o emprego da

graviola, na forma de subproduto ou ensilada, na alimentação de ruminantes, o que torna

relevante a realização deste trabalho.

11

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Local

O presente trabalho foi conduzido no Núcleo de Pesquisa em Forragicultura (NPF)

do Departamento de Zootecnia do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do

Ceará, na cidade de Fortaleza-CE.

O município de Fortaleza situa-se na Zona Litorânea, a 15,49m de altitude, 3°43'02''

de Latitude Sul e 38°32'35'' de Longitude Oeste.

12

3.2 Tratamentos e delineamento experimental

Os tratamentos experimentais consistiram em cinco níveis de adição (0, 5, 10, 15 e

20% na matéria natural) de resíduos do processamento da graviola ao capim Elefante,

quando da sua ensilagem.

Foram utilizados 20 silos experimentais de cano PVC, de 100 mm de diâmetro e

340 mm de comprimento, distribuídos em um delineamento inteiramente casualizado.

Em cada silo foi colocada uma quantidade correspondente à densidade de 600

kg/m3, de modo a se conseguir uma boa compactação da massa ensilada.

3.3 O Processo de ensilagem

Foi utilizado o capim Elefante (Pennisetum purpureum Schum.) proveniente de

capineira previamente já estabelecida em áreas da Fazenda Experimental Vale do Curu,

situada no município de Pentecoste-CE distante de 120 Km de Fortaleza, cortado

manualmente com aproximadamente 50 dias de idade. Posteriormente, o capim Elefante foi

triturado em picadeira de forragem convencional em partículas de 2 a 3 cm.

O subproduto desidratado da graviola foi adquirido na agroindústria MAISA,

localizada no município de Mossoró-RN, sendo desidratado ao sol. Levado ao NPF, o

subproduto da graviola foi triturado em moinho tipo martelo com peneira de 5 mm e

ensilado juntamente com o capim Elefante.

Após as devidas pesagens, o material a ser ensilado, composto do capim Elefante e

das proporções do subproduto conforme o tratamento foi misturado manualmente de forma

13

homogênea, e colocado dentro dos silos experimentais, de modo a se conseguir a

compactação ideal e boa vedação dos mesmos. Os silos experimentais foram

acondicionados em pé e à sombra no NPF. Uma amostra do material original do capim

Elefante e outra do subproduto da graviola foi separada para determinações químicobromatológicas.

Após 32 dias da ensilagem, os silos foram abertos, sendo colhidas amostras de,

aproximadamente, 300 g de cada unidade experimental, após a homogeneização das

mesmas. As amostras foram acondicionadas em sacos plásticos etiquetados e armazenadas

em congelador para posteriores análises.

3.4 Análises laboratoriais

No Laboratório de Nutrição Animal do Departamento de Zootecnia da Universidade

Federal do Ceará foram determinados os teores de matéria seca (MS), proteína bruta (PB),

extrato etéreo (EE), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA) e

os teores de (N-NH3) e os valores de pH das silagens, do material original e das silagens,

segundo metodologias descritas em Silva & Queiroz (2002), com modificações. Os teores

de HC foram obtidos por diferença entre a FDN e a FDA.

A composição químico-bromatológica do capim Elefante e do subproduto do

processamento da graviola utilizados para produção das silagens são mostrados na (Tabela

1).

14

Tabela 1. Teores de matéria seca (MS), proteína bruta (PB), extrato etéreo (EE), fibra

em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA) e de hemicelulose (HC)

do capim Elefante e do subproduto do processamento da graviola utilizado para

produção de silagens.

Alimento MS PB EE FDN FDA HC

%

C. Elefante 13,19 7,61 1,88 76,58 41,39 35,19

Subproduto

da Graviola

91,75 13,75 24,46 56,76 27,23 29,53

3.5 Análise estatística

Os dados foram inicialmente analisados quanto às pressuposições de normalidade,

aditividade e homocedasticidade. Apenas os dados relativos ao teor de EE sofreram a

transformação logarítmica, para atender tais pressuposições. Em seguida, os dados foram

analisados por meio de análise de variância e de regressão. Quando significativo ao nível de

5% de probabilidade pelo teste “F”, o modelo escolhido foi o linear.

Como ferramenta de auxílio à análise estatística, foi adotado o procedimento GLM,

do pacote estatístico SAS (SAS INSTITUTE, 1991).

15

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os dados referentes aos teores de matéria seca (MS), proteína bruta (PB), extrato

etéreo (EE), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA),

hemicelulose (HC), nitrogênio amoniacal (N-NH3) e valores de pH das silagens, bem como

as análises de regressão estão apresentados na Tabela 2.

16

Tabela 2 – Teores de Matéria Seca (MS), Proteína Bruta (PB), Extrato Etéreo (EE),

Fibra em Detergente Neutro (FDN), Fibra em Detergente Ácido (FDA),

Hemicelulose (HC), Nitrogênio Amoniacal (N-NH3) e valores de pH de

silagens de capim Elefante (Pennisetum purpureum Schum.) com

diferentes níveis crescentes de adição do subproduto da graviola

(Annona muricata L.)

Níveis de adição do subproduto da

graviola(%)

Variável 0 5 10 15 20 Regressão R2

MS 11,87 25,51 19,05 23,64 27,84 Ŷ=11,57 + 0,80x 0,99

PB 7,66 9,08 9,62 10,18 10,60 Ŷ =8,04 + 0,14x 0,90

EE 3,08 7,66 10,41 12,52 14,25 LOG10(Ŷ) = 0,62 + 0,03x 0,83

FDN 69,72 68,03 65,89 70,32 67,67 Ŷ =68.33% NS

FDA 45,23 47,09 46,61 47,88 49,40 Ŷ =45,42 + 0,18x 0,65

Hemicelulose 24,49 20,94 19,28 22,44 18,26 Ŷ =23,27 - 0,22x 0,33

N-NH3 10,85 9,63 8,43 9,56 9,01 Ŷ =9,50% NS

pH 4,07 4,11 4,11 4,42 4,27 Ŷ =4,06 + 0,01x 0,45

NS = (P>0,05)

4.1 Teores de matéria seca (MS)

Os teores de MS das silagens sofreram elevações (P<0,01) na medida em que se

adicionou o subproduto da graviola, observando-se que a cada 1% de adição de subproduto

da graviola, os teores de MS foram elevados 0,80 ponto percentual (Tabela 2). Estes

aumentos foram superiores aos obtidos por Neiva et al., (2002), que verificaram

incrementos de 0,50 ponto percentual no teor da MS do capim Elefante para cada 1% de

adição de subproduto da goiaba adicionado à forrageira, que apresentava 23,2% de MS, no

17

momento da ensilagem. Destaca-se que, apesar das elevações evidenciadas o nível mínimo

de 30% de MS, citado por McDonald (1981) como necessário para a predominância da

fermentação lática e inibição da fermentação butírica, não foi alcançado. Mesmo não se

atingindo este teor mínimo, vale ressaltar que o percentual de MS encontrado no maior

nível de adição sofreu elevação de 15,97 pontos percentuais nos teores de MS quando

comparado às silagens testemunhas (0% de subproduto da graviola). Ressalta-se que as

silagens com 20% de adição de subproduto da graviola apresentaram teores de MS

(27,84%) próximo do nível ideal (30% MS). Apesar do subproduto da graviola apresentar

alto teor de MS (91,75%), o seu uso como aditivo no presente trabalho não conseguiu

atingir o nível ideal de MS, possivelmente porque o capim Elefante usado na silagem foi

cortado aos 50 dias de idade e apresentava elevado teor de umidade. Este teor de umidade

ficou bem evidenciado na abertura dos silos pela elevada quantidade de efluentes presentes

nas silagens. Segundo McDonald (1981), em silagens com 85% de umidade, a perda de MS

na foram de efluente pode exceder 9%. Diante de tais resultados, inferiu-se que a de adição

de 20% de subproduto da graviola a um capim Elefante um pouco mais velho poderia

permitir o alcance do teor de matéria seca ideal na massa ensilada.

4.2 Teores de proteína bruta (PB)

Para os teores de PB, observou-se um aumento linear nos níveis obtidos nas

silagens, à medida que se adicionou o subproduto da graviola (Tabela 2.). Foram

verificadas elevações de 0,14 ponto percentual para cada 1% de adição do subproduto da

graviola adicionado às silagens (P<0,01). Ressalta-se que o capim Elefante, antes da

ensilagem, já apresentava um percentual de PB (7,61%) superior ao mínimo (7%) indicado

por Silva & Leão (1979) para ocorrência de um bom funcionamento ruminal. Os teores de

18

PB variaram 2,94 pontos percentuais entre as silagens do tratamento testemunha e do maior

nível de adição de subproduto da graviola.

4.3 Teores de fibra em detergente neutro (FDN)

Mesmo que a graviola tenha apresentado um menor teor de FDN, quando

comparada ao capim Elefante, pois apresentaram 56,76 e 76,58% respectivamente, na

ocasião de ensilar (Tabela 1). A adição de níveis crescentes de subproduto da graviola não

acarretou variações (P>0,05) nos teores de FDN das silagens. Para esta variável, o valor

médio foi de 68,32% (Tabela 2.). Essa ligeira redução nos teores de FDN das silagens de

capim Elefante pode estar relacionada com a utilização de parte da hemicelulose como

substrato para a fermentação. Os resultados encontrados concordam com os obtidos por

Gonçalves et al., (2002) que, trabalhando com a adição do subproduto da acerola em

silagens de capim Elefante, não observaram alterações nos teores de FDN do material

original para as silagens de capim Elefante com subproduto da acerola, que foi atribuído à

proximidade dos teores de FDN do capim Elefante puro e do subproduto da acerola

adicionado às silagens. Entretanto, Gonçalves et al., (2004) ao avaliarem silagem do

subproduto do urucum e capim Elefante, observaram reduções de 0,64 ponto percentual nos

teores de FDN.

19

4.4 Teores de fibra em detergente ácido (FDA)

Os teores de FDA apresentaram elevações ao se adicionar o subproduto da graviola

(P<0,01) sendo que para cada 1% de adição de subproduto da graviola foram obtidas

elevações de 0,18 ponto percentual nos teores de FDA. Isto indica que a graviola

apresentou um menor teor de FDA, quando comparada ao capim Elefante, pois

apresentaram 27,23 e 41,39% respectivamente, na ocasião da ensilagem (Tabela 1). Estas

elevações foram divergentes dos resultados de Oliveira Filho et al. (2002), que verificaram

reduções de 0,66 ponto percentual no teor de FDA do capim Elefante por unidade do

subproduto do abacaxi; contudo próximas dos resultados encontrados por Pompeu et al.

(2002), que observaram efeito linear positivo quando trabalharam com a adição do

subproduto do melão em silagens de capim Elefante. Segundo Van Soest (1994), existe

uma correlação negativa entre os teores de FDA e a digestibilidade do alimento, ou seja,

com a redução dos teores de FDA ocorre aumento da digestibilidade MS. Dessa forma,

pode-se inferir que a adição de subproduto da graviola diminua o aproveitamento pelo

ruminante de alguns constituintes da parede celular das silagens produzidas.

4.5 Teores de hemicelulose

Para os teores de hemicelulose das silagens foi observada uma redução linear à

medida que se adicionou o subproduto da graviola (Tabela 2.). Foram verificadas reduções

de 0,22 ponto percentual a cada 1% de subproduto da graviola adicionado às silagens

(P<0,01). Os teores de hemicelulose variaram de 23,27 a 18,87%, respectivamente para as

20

silagens com 0 e 20% de subproduto da graviola, correspondendo ao decréscimo de 4,4

pontos percentuais nos teores de hemicelulose. Este resultado pode estar relacionado com o

menor teor de hemicelulose do subproduto da graviola (29,53%), quando comparado com o

do capim Elefante (35,19%), como também, com a utilização de parte da hemicelulose

pelas bactérias láticas.

4.6 Teores de extrato etéreo

Os resultados dos teores de EE das silagens podem ser observados na Tabela 2. O

aumento do subproduto da graviola provocou aumento linear no teor de EE (P<0,01),

ajustando-se a equação: LOG10(Ŷ) = 0,62 + 0,03x e R2 = 83%. Isto é decorrente do

subproduto da graviola ter apresentado um maior teor de EE, quando comparado ao capim

Elefante, 24,46 e 1,88% respectivamente, na ocasião da ensilagem (Tabela 1). Este teor

variou de 4,17 a 16,60%, respectivamente nas silagens com 0 e 20% de subproduto da

graviola, o que correspondeu a um acréscimo de 12,43 pontos percentuais nos teores de

EE. Ressalta-se que as silagens com 5% de adição de subproduto da graviola apresentaram

teores de EE (7,66%) que ultrapassou o nível máximo admitido (5% EE) para alimentação

de ruminantes (Palmquist, 1994).

Utilizando-se a equação obtida a partir dos dados gerados no experimento, foi

calculado que para se obter o nível máximo admitido de 5% de EE nas silagens de capim

Elefante, deve-se adicionar 2,63% do subproduto da graviola na massa ensilada.

21

4.7 Teores de nitrogênio amoniacal (N-NH3)

Os teores de N-NH3 das silagens não sofreram variações significativas (P>0,05)

com a adição do subproduto da graviola (Tabela 2.). Destaca-se que em todos os níveis de

adição as silagens apresentaram teores de N-NH3 satisfatórios ou seja, ficaram abaixo de

12%, valor este que segundo McDonald (1981) é o limite superior para se classificar as

silagens como de boa qualidade. Os resultados encontrados estão de acordo com os obtidos

por Gonçalves et al. (2004) que trabalhando com a adição do subproduto do urucum em

silagens de capim Elefante, também não observaram alterações significativas nos teores de

N-NH3 das silagens.

A ausência de tal efeito decorre do teor de PB da graviola ser de apenas 13,75% o

que, associado aos níveis de adição estudados, de até 20%, representaram acréscimo

desprezível no teor de PB das silagens, entidade da qual fazem parte os substratos

(peptídeos, aminoácidos, aminas, amidas e proteína verdadeira) que podem ser desdobrados

a amônia (McDonald, 1981).

4.7 Valores de pH

Foram observados efeitos da adição do subproduto da graviola sobre os valores de

pH das silagens (P<0,01). As elevações de 0,01 ponto percentual nos valores de pH fizeram

com que as silagens com 15 e 20% de adição do subproduto da graviola ficassem um pouco

acima do limite superior da faixa de pH ideal (3,8 a 4,2) citado por McDonald (1981) para

caracterizar uma silagem como de boa qualidade. Estas elevações de pH foram menores do

22

que as encontradas por Pompeu et al., (2002), que verificaram um valor médio de 5,4 no

pH das silagens do capim Elefante com adição do subproduto do melão. Possivelmente, o

teor elevado de PB do subproduto da graviola provocou o tamponamento do meio e com

isto o pH não atingiu valores ideais.

23

5. CONCLUSÕES

A adição do subproduto da graviola nas silagens de capim elefante promoveu

incrementos nos teores de MS e PB não havendo alterações significativas no padrão

fermentativo das silagens, porém causou ligeira elevação nos teores de FDA o que pode

diminuir o valor nutritivo das mesmas.

O subproduto da graviola elevou os níveis de EE acima dos níveis desejados para

alimentação de ruminantes. Assim, para se obter silagens com até 5% de EE, deve-se

adicionar no máximo 2,63 % de subproduto da graviola ao capim Elefante por ocasião da

sua ensilagem.

24

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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