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Sistema Imunologico

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Por:   •  27/8/2014  •  1.227 Palavras (5 Páginas)  •  2.229 Visualizações

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Sistema Imunitário – Parte I

Fundamentos da imunidade inata com ênfase nos mecanismos moleculares e celulares da resposta inflamatória

Wilson de Melo Cruvinel1, Danilo Mesquita Júnior2, Júlio Antônio Pereira Araújo3, Tânia Tieko Takao Catelan4, Alexandre Wagner Silva de Souza5, Neusa Pereira da Silva6, Luís Eduardo Coelho Andrade6

RESUMO

O sistema imunológico é constituído por uma intrincada rede de órgãos, células e moléculas, e tem por finalidade manter a homeostase do organismo, combatendo as agressões em geral. A imunidade inata atua em conjunto com a imunidade adaptativa e caracteriza-se pela rápida resposta à agressão, independentemente de estímulo prévio, sendo a primeira linha de defesa do organismo. Seus mecanismos compreendem barreiras físicas, químicas e biológicas, componentes celulares e moléculas solúveis. A primeira defesa do organismo frente a um dano tecidual envolve diversas etapas intimamente integradas e constituídas pelos diferentes componentes desse sistema. A presente revisão tem como objetivo resgatar os fundamentos dessa resposta, que apresenta elevada complexidade e é constituída por diversos componentes articulados que convergem para a elaboração da resposta imune adaptativa. Destacamos algumas etapas: reconhecimento molecular dos agentes agressores; ativação de vias bioquímicas intracelulares que resultam em modificações vasculares e teciduais; produção de uma miríade de mediadores com efeitos locais e sistêmicos no âmbito da ativação e proliferação celulares, síntese de novos produtos envolvidos na quimioatração e migração de células especializadas na destruição e remoção do agente agressor, e finalmente a recuperação tecidual com o restabelecimento funcional do tecido ou órgão.

Palavras-chave: imunidade inata, inflamação, autoimunidade, PAMPs, receptores toll-like.

INTRODUÇÃO

A função imunológica tem sido conceitualmente dividida em imunidade inata e imunidade adaptativa. A imunidade inata representa uma resposta rápida e estereotipada a um número grande, mas limitado, de estímulos. É representada por barreiras físicas, químicas e biológicas, células especializadas e moléculas solúveis, presentes em todos os indivíduos, independentemente de contato prévio com imunógenos ou agentes agressores, e não se altera qualitativa ou quantitativamente após o contato.1

As principais células efetoras da imunidade inata são: macrófagos, neutrófilos, células dendríticas e células Natural Killer – NK (Tabela 1). Fagocitose, liberação de mediadores inflamatórios, ativação de proteínas do sistema complemento, bem como síntese de proteínas de fase aguda, citocinas e qui- miocinas são os principais mecanismos na imunidade inata. Esses mecanismos são ativados por estímulos específicos, representados por estruturas moleculares de ocorrência ubí- qua em micro-organismos, mas que não ocorrem na espécie humana. Moléculas tais como lipopolissacarídeos, resíduos

Recebido em 15/01/2010. Aprovado, após revisão, em 18/05/2010. Declaramos a inexistência de conflitos de interesse. Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP

1. Doutorando em Reumatologia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e Professor Assistente de Imunologia dos cursos de Medicina e Biomedicina da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-Goiás)

2. Doutorando em Reumatologia – UNIFESP

3. Mestre em Reumatologia pela UNIFESP

4. Mestrando em Reumatologia da UNIFESP

5. Médico-assistente da Disciplina de Reumatologia da UNIFESP

6. Professor Adjunto da Disciplina de Reumatologia da UNIFESP

Endereço de correspondência: Luis Eduardo Coelho Andrade. Rua Botucatu, 740, 3º andar, 04023-900, São Paulo, Brasil. Tel/fax: 55 (11) 5576-4239. E-mail: luis.andrade@unifesp.br

Tabela 1

Células e moléculas solúveis do sistema imunológico

Componente Imunidade inata Imunidade adquirida

Células Fagócitos (células Linfócitos T, B e NK/T

dendríticas, macrófagos Células dendríticas

e neutrófilos) ou apresentadoras de

Células natural- antígenos (APCs)

killer (NK)

Mastócitos, basófilos

e eosinófilos

Moléculas solúveis Complemento Anticorpos

Proteínas de fase aguda Citocinas

Citocinas Quimiocinas

Quimiocinas

de manose e ácidos teicoicos, comumente encontradas na su- perfície de microorganismos, constituem Padrões Moleculares Associados a Patógenos (PAMPs) e ativam a resposta imune inata, por interação com diferentes receptores conhecidos como Receptores de Reconhecimento de Padrões (RRP), dentre os quais a família dos receptores Toll-like (TLRs).2 Essa interação é semelhante à complementaridade entre antígeno e anticorpo ou entre antígeno e receptor de linfócitos T (TCR), mas, nesse caso, não há diversidade nem capacidade adapta- tiva para a geração de novos receptores ou reconhecimento de novos padrões moleculares que não aqueles já programados no código genético.

Entre os vários RRPs envolvidos em opsonização, ativação de complemento e fagocitose, os TLRs se destacam por seu papel central na ligação a patógenos e iniciação da resposta inflamatória. Esses receptores estão presentes principalmen- te em macrófagos, neutrófilos e células dendríticas (DCs). Atualmente, 11 diferentes TLRs já foram identificados, alguns localizados na membrana celular, outros no interior das células3 (Figura 1). Outros receptores presentes em fagócitos, com importante papel na resposta imune, são aqueles para frações

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