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Sociedade E Sistemas Economicos

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Por:   •  27/4/2014  •  403 Palavras (2 Páginas)  •  519 Visualizações

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nascimento do

laissez faire

provocou um choque na visão que o homemcivilizado tinha de si próprio, de cujos efeitos ainda quase não conseguiu refazer-se. Sómuito gradualmente nos damos conta daquilo que nos aconteceu há tão pouco tempocomo um século.A economia liberal, essa primeira reacção do homem perante a máquina, foi umaquebra violenta relativamente às condições que a precederam. Deu-se uma reacção emcadeia - o que até então eram simples mercados isolados converteu-se num

sistema

auto-regulado de mercados. E com a nova economia surgiu uma nova sociedade. O passocrucial foi o seguinte: trabalho e terra foram transformados em mercadorias, foramtratados

como se

tivessem sido produzidos para a venda. Evidentemente que, narealidade, não eram mercadorias, uma vez que não eram sequer produzidos (como a terra)ou, quando o eram, não o eram para a venda (como o trabalho). E no entanto nunca houveuma ficção tão completamente eficaz como esta. Com a compra e venda livre do trabalhoe da terra, o mecanismo do mercado tornava-se aplicável a estes,. Havia agora oferta eprocura de trabalho; havia oferta e procura de terra. Havia, por conseguinte, um preço demercado para o uso da força de trabalho, chamado salário, e um preço de mercado para ouso da terra, chamado renda. Ao trabalho e à terra foram agora atribuidos mercadospróprios, tal como acontecia com as mercadorias que eram produzidas por seuintermédio. O verdadeiro alcance de um tal passo pode ser entendido se nos lembrarmosque

trabalho é

apenas um outro nome para

homem e terra

para

natureza.

A ficção de queeram mercadorias confiou o destino do homem e da natureza ao funcionamentocaprichoso de um autómato marchando pelos seus próprios pés e governando-se pelassuas próprias leis.Nunca, antes, tinha acontecido semelhante coisa. Sob o regime mercantilista,embora houvesse uma pressão deliberada no sentido de se criarem mercados, o princípiooposto ainda vigorava. O trabalho e a terra não se encontravam confiadas ao mercado;faziam parte da estrutura orgânica da sociedade. Quando a terra era comercializável, só adeterminação do preço era, regra geral, deixada ao acordo das partes ; quando o trabalho

estava sujeito a contrato, os salários eram geralmente fixados pelas autoridades. A terrapermaneceu sujeita ao costume da propriedade feudal, do mosteiro ou da legislaçãourbana, dependente das limitações reais e costumeiras respeitantes aos direitos dos bensde raiz; o trabalho era regulado por leis contra a indigência e vagabundagem, porestatutos de trabalhadores e artifices, leis sobre a pobreza, ordenanças corporativas oumunicipais. Com efeito, todas as sociedades conhecidas dos antropólogos e historiadoresrestringiam os mercados às mercadorias no sentido genuíno do termo.

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