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Sociedade Em Rede

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Por:   •  8/11/2013  •  9.405 Palavras (38 Páginas)  •  471 Visualizações

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Manuel Castells e a Sociedade em Rede

Manuel Castells é um sociólogo espanhol que foi um dos precursores do estudo sobre o impacto da tecnologia na sociedade.

A revolução dos estudantes franceses de 1968 (Campus de Nanterre da Universidade de Paris) começou na sala dele, sendo que foi expulso e estabeleceu-se na Universidade de Berkeley. Ele tem uma boa compreensão sobre a área de tecnologia. Dá uma disciplina sobre o assunto, na área sociológica.

Seu livro "Sociedade em Rede" é o primeiro trabalho a englobar a nossa cultura frente à tecnologia. A obra caracteriza a versão dele, versão baseada numa grande quantidade de dados científicos. É um estudo sobre a interface da tecnologia com as pessoas.

"Sociedade em Rede", examina muitos aspectos da sociedade e coloca no contexto de uma organização de rede. Quanto à organização em rede, o autor quer dizer SCA (Sistemas Complexos Adaptativos). Um exemplo é a própria Internet ou os grupos que se formam dentro dela nela. Uma da novidade na abordagem de Castells é o conceito de Rede no centro da avaliação. Ele é contrastado com a idéia de indivíduo. Há uma ênfase na agilidade e organização por causa da rede. Ele explora a transformação pela rede, por exemplo, fazendo um paralelo com o que aconteceu aos PC em 1970, computadores interconectando-se pela Internet, e a sociedade organizando-se em rede. O computador funciona como mediador da comunicação entre humanos através da rede.

O estudo de Castells deu origem a uma trilogia:

1.) A Sociedade em Rede (1.996)

2.) O Poder da Identidade (1.997)

3.) O Fim do Milênio (1.998)

Pontos de partida

"O Poder da Identidade" examina de que forma a identidade do indivíduo, dos grupos, dos movimentos sociais e dos estados se refletem na transição para a organização em rede. Primeira obra de compreensão, tenta analisar diferentes aspectos em função do impacto da tecnologia. Representa a visão do próprio autor.A trilogia levou cerca de 20 anos para ser concluída. Um ponto interessante é, a medida que o tempo passa, ver como estavam refletidas as coisas que temos agora, pois temos um processo em evolução constante.

"O Fim do Milênio" é mais concreto, tenta pegar os acontecimentos políticos dos últimos 30 anos para argumentar que a rede está indo para o centro da sociedade. A mulher de Castells é uma socióloga russa, estuda o colapso da ex-URSS e as dificuldades de adaptação para organizar todas as funções em rede. Castells analisa a situação no livro, sendo contrário às antigas visões de estado russas. Ele observa como atores políticos são afetados. Ásia e o crime organizado, também são estudados nesta obra, tentando demonstrar que estão organizados em rede. Ex.: UE (União Européia) rede de países que preservam uma identidade particular, refletindo compromissos históricos, e querem uma rede sem abdicar dessas identidades. Querem formar uma unidade econômica e política.

"A Sociedade em Rede" está dividido em 9 partes:

Introdução: A Rede e o Ser

Capítulo 1: Revolução da TI

Capítulo 2: A Economia Informacional e o Processo de Globalização

Uma das motivações da economia informacional para os fornecedores é a troca de informação.

Capítulo 3: A Empresa em Rede

Empresas não são um todo coeso, mas unidades menores interconectadas pela rede, como as franquias, que utilizam-se das vantagens da rede.

A organização monolítica está sendo substituída pela rede. Os grupos locais ganham em autonomia, mas perdem em influência global.

Capítulo 4: A Transformação do Trabalho

Ênfase na transformação, a natureza da ligação do indivíduo com a sociedade é que muda.

Capítulo 5: A Cultura da Virtualidade Real

A integração da comunicação eletrônica e o fim da audiência de massa, como sintetizou Pierre Lévy: "a pós modernidade proclama o fim das grandes narrativas totalizantes". Há uma ênfase na comunicação ponto a ponto em contraponto com a comunicação em massa.

Capítulo 6: O Espaço de Fluxos

Capítulo 7: O Limiar do Eterno, o Tempo Intemporal

Nestes dois últimos capítulos há uma análise da nossa percepção do espaço e do tempo, com o advento da rede.

Conclusão: A Sociedade em rede

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Texto extraído do livro "A Sociedade em Rede" de Manuel Castells, páginas 485-486.

"Com certeza, até nas sociedades dominantes, o fim da guerra não significa o fim da violência e da intensa confrontação com aparatos políticos de vários tipos. A transformação da guerra introduz novas formas de conflito violento, sendo o terrorismo a pior de todas. O terrorismo potencial nuclear, químico e bacteriológico, bem como massacres indiscriminados e tomadas de reféns, tendo a mídia como foco de atenção, provavelmente se tornarão as expressões dos conflitos armados nas sociedades desenvolvidas. No entanto, até esses atos violentos, susceptíveis de afetar a psique de todos, são vivenciados como instantes descontínuos no curso da normalidade pacífica. Com isso, há um contraste surpreendente com a generalização da violência provocada pelo Estado em boa parte do planeta.

As guerras instantâneas e sua temporalidade tecnologicamente induzida são atributos das sociedades informacionais, mas, a exemplo de outras dimensões da nova temporalidade, caracterizam as formas de dominação do novo sistema, a ponto de excluir os países e acontecimentos não centrais para a lógica dominante emergente.

Colaboração dos textos de: Nelson Guedes Paulo Júnior

Fonte: http://lauromonteclaro.sites.uol.com.br/Textos_Selecionados/Manual_Castells.htm

Revista Virtual Textos & Contextos, nº 1, nov. 2002. Textos & Contextos Revista Virtual Textos & Contextos. Nº 1, ano I, nov. 2002 1

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