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Sociologia

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Por:   •  23/10/2013  •  1.799 Palavras (8 Páginas)  •  434 Visualizações

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Passo 3 (Individual)

1 Ler e debater o texto a seguir indicado:

 HOBSBAWN, Eric. A Era das Revoluções 1789-1848. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2001,

p. 71-82.

2 Responder às seguintes questões:

a. Por que o conflito entre o velho regime e as novas forças ascendentes era mais

agudo na França do que nos outros países da Europa?

b. Qual foi a classe social que deu ao movimento revolucionário uma unidade efetiva?

c. Em quais sentidos as reivindicações da Declaração dos Direitos do Homem e do

Cidadão são reivindicações dessa classe social?

Passo 4 (Equipe)

uma revolução e os conspiradores não tinham acesso à única alavanca eficaz de insurreição, em uma situação além do mais ainda não amadurecida para isso, ou seja, um exército descontente. O exército francês, naquela época e durante todo o século XIX, erauma parte do funcionalismo público, o que quer dizer que ele cumpria as ordens de qualquer que fosse o governo oficial. As insurreições obtiveram sucesso completo, mas apenas temporariamente, em alguns estados italianos e especialmente na Espanha, onde a insurreição "pura" descobriu sua fórmula mais eficiente, o pronunciamento militar. Coronéis liberais, organizados em suas próprias irmandades secretas de oficiais, ordenavam que seus regimentos os seguissem na insurreição, e eles o faziam. (Os conspiradores dezembristas na Rússia tentaram fazer o mesmo com seus regimentos de guardas em 1825, mas fracassaram devido ao temor de irem muito longe.) As irmandades de oficiais - frequentemente de tendência liberal, visto que os novos exércitos forneciam carreiras para os jovens nãoaristocráticos - e o pronunciamento daí em diante se tornaram características regulares das cenas políticas ibérica e latino-americana e uma das mais duradouras e duvidosas criações políticas do período carbonarista. Pode-se observar de passagem que a sociedade secreta ritualizada e hierárquica, como a maçonaria, atraía muito fortemente os militares, por razões compreensíveis. O novo regime liberal espanhol foi deposto por uma invasão1 francesa apoiada pela reação europeia em 1823.

Só urna das revoluções de 1820-2 manteve-se, graças em parte ao seu sucesso em desencadear uma genuína insurreição do povo, e em parte a uma situação diplomática favorável: o levante grego de 1821 *. A Grécia, portanto, tornou-se a inspiração para o liberalismo internacional, e o "filo-helenismo", que incluía o apoio organizado aos gregos e a partida de inúmeros combatentes voluntários, desempenhou, em relação à esquerda europeia na década de 1820, um papel análogo ao que a República Espanhola viria a desempenhar no fim da década de 1930.

As revoluções de 1830 mudaram a situação inteiramente. Como vimos, elas foram os primeiros produtos de um período geral de aguda e disseminada intranquilidade económica e social e de rápidas transformações. Dois principais resultados seguiram-se a isto. O primeiro foi que a política de massa e a revolução de massa, com base no modelo de 1789, mais uma vez tornaram-se possíveis, e a dependência exclusiva das irmandades secretas, portanto, menos necessária. Os Bourbon foram derrubados em Paris por uma típica combinação de crise do que se considerava a política da monarquia Restaurada e de intranquilidade popular devida à depressão económica. Cidade sempre agitada pela atividade de massa, Paris em julho de 1830 mostrava as barricadas surgindo em maior número e em mais lugares do que em qualquer época anterior ou posterior. (De fato, 1830 fez da barricada um símbolo da insurreição popular. Embora sua história revolucionária em Paris retroceda pelo menos a 1588, a barricada não desempenhou nenhum papel importante em 1789-94.) O segundo resultado foi que, com o progresso do capitalismo, "o povo" e os "trabalhadores pobres" - i.e. os homens que construíram as barricadas - podiam ser cada vez mais identificados com o novo proletariado industrial como "a classe operária". Portanto, um movimento revolucionário proletá-rio-socialista passou a existir.

As revoluções de 1830 também introduziram outras duas modificações na política de esquerda. Elas separaram os moderados dos radicais e criaram uma nova situação internacional. Ao fazê-lo, elas ajudaram a dividir o movimento não só em diferentes segmentos sociais mas também nacionais.

Internacionalmente, as revoluções dividiram a Europa em duas grandes regiões. A oeste do Reno, elas romperam para sempre o domínio das potências reacionárias unidas. O liberalismo moderado triunfou na França, na Grã-Bretanha e na Bélgica. O liberalismo (de um tipo mais radical) não triunfou por inteiro na Suíça nem na Península Ibérica, onde os movimentos católicos liberais e antiliberais de bases populares confrontavam-se, mas a Sagrada Aliança não mais podia intervir nessas regiões, como ainda costumava fazer em todas as regiões a leste do Reno. Nas guerras civis portuguesa e espanhola da década de 1830, cada uma das potências absolutistas ou liberal-moderadas apoiava o seu lado, embora os liberais o fizessem com um pouco mais de energia e com a ajuda de alguns voluntários e simpatizantes radicais estrangeiros, que prenunciavam vagamente o filo-hispanismo da década de 1930 *. Mas no fundo a questão nestes países ficou para ser decidida pelo equilíbrio local de forças, o que quer dizer que ela continuou sem uma decisão, flutuando entre pequenos períodos de vitória liberal (1833-7, 1840-3) e recuperação conservadora.

A leste do Reno a situação permaneceu superficialmente como antes de 1830, pois todas as revoluções foram suprimidas: a italiana e a alemã pelos austríacos ou com a ajuda destes, e a polonesa, de longe a mais séria, pelos russos. Além disso, nessa região o problema nacional continuou a ser mais importante que todos os outros. Todos os povos viviam em Estados que eram ou muito pequenos ou muito grandes segundo os critérios nacionais: como membros de nações desunidas, divididas em pequenos principados ou ainda em coisa nenhuma (Alemanha, Itália, Polónia), ou de impérios multinacionais (o dos Habsbur-go, o russo e o turco), ou como ambas.as coisas. Não precisamos nos preocupar com os holandeses e os escandinavos que viviam uma vida relativamente tranquila fora dos dramáticos acontecimentos do resto da Europa, embora pertencendo de uma maneira geral à zona não absolutista.

Havia muita

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