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Teoria Da Contabilidade

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Por:   •  24/2/2014  •  2.311 Palavras (10 Páginas)  •  1.602 Visualizações

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1.2.2 A abordagem comportamental

Segundo esta abordagem, as informações contábeis deveriam ser feitas "sob medida", de forma que os usuários reagissem para tomar a decisão corret~. Esta abordagem atinge os campos da Psicologia, da Sociologia e da Economia. E dada ênfase à forma pela qual os relatórios contábeis são utilizados mais do que ao desenvolvimento lógico dos demonstrativos. Em outras palavras, é melhor um procedimento empírico que leve a decisões corretas do que um procedimento contábil conceitualmente correto que possa levar a uma decisão ou a um compor­ tamento inadequado. Esta abordagem repousa no julgamento subjetivo do que é bom ou mau comportamento ou reação. Muita pesquisa será necessária, ain­ da, no campo da teoria do comportamento, antes que esta abordagem possa ser aplicada, com maior intensidade, na Contabilidade. Desempenha, por enquanto, um papel não relevante, embora a tendência pareça ser a de seu uso crescente, principalmente na pesquisa.

1.2.3 A abordagem macroeconômica

A abordagem macroeconômica é semelhante à da teoria do comportamento, porém fixa-se em objetivos econômicos definidos. Utiliza-se do approach da teoria

Objetivos e Metodologia da Contabilidade 9

do comportamento para atingir determinados fins macroeconômicos. Por exem­ plo, durante períodos de recessão, os relatórios contábeis poderiam ser elabora­ dos obedecendo a um conjunto de princípios que favorecessem uma retomada do processo econômico, por meio da distribuição de mais dividendos ou de maiores gastos de capital. Note, todavia, que quem toma as decisões para distribuir mais dividendos ou gastar mais em termos de expansão são os administradores, to­ madores de decisão. A Contabilidade apenas favoreceria este tipo de política. Por outro lado, o inverso poderia ocorrer em períodos de expansão exagerada e de conseqüente inflação, de forma que as práticas contábeis desfavorecessem os investimentos. A maioria dos países realiza tais políticas de aquecimento ou desa­ que cimento por intermédio da política monetária ou da política fiscal, enquanto outros, principalmente a Suécia, fazem tentativas para basear seus conceitos con­ tábeis em metas macroeconômicas. Um dos aspectos fundamentais desta abor­ dagem é reportar lucros relativamente estáveis de período para período, o que é conseguido por meio de políticas flexíveis de depreciação e de provisões.

Da mesma forma que a teoria do comportamento, esta abordagem apresenta aspectos subjetivos de difícil avaliação à luz do estágio atual do desenvolvimento da economia. Por outro lado, por restringir-se à obtenção de determinadas metas macroeconômicas, que são normalmente determinadas pelo planejamento cen­ tral de um país, esta abordagem somente seria viável em economias altamente planificadas. Parece-nos que as vias mais fáceis e diretas para os governos obte­ rem algumas metas passam por suas políticas fiscais e monetárias, deixando às unidades micro econômicas a tarefa de apurar seus resultados de forma adequada e consistente. Não nOS parece que a função da Contabilidade seja a de "equalizar" os lucros dos períodos, e sim ~eportar, por meio da ~tilização conscie~te d~ um conjunto de postulados, princípios, normas e procedimentos, o lucro real dos empreendimentos, de forma que o investidor possa tomar adequadamente suas decisões de distribuição, investimento e financiamento.

4 A abordagem sociológica

A Contabilidade, nesta abordagem, é julgada por seus efeitos no campo so­ ciológico. É uma abordagem do tipo "bem-estar social" (welfare), no sentido de que os procedimentos contábeis e os relatórios emanados da Contabilidade deve­ riam atender a finalidades sociais mais amplas, inclusive relatar adequadamente ao público informações sobre a amplitude e a utilização dos poderes das gran­ des companhias. Na Inglaterra e Grã-Bretanha, a abordagem tem uma aplicação parcial quando se obrigam as sociedades anônimas a evidenciarem, claramente, eventuais contribuições para entidades de caridade e para organizações políticas. São. bastante complexas a definição e a aplicação precisa desta abordagem, pois, muitas vezes, os aspectos sociológicos podem ser inferidos apenas na análise dos procedimentos que estão sendo utilizados. As inter-relações de interesses afeta­ dos pelo uso dos poderes e recursos das grandes sociedades são inúmeras e às vezes, contra~tantes. Nos países em desenvolvimento, por exemplo, esta abor­ dagem podena ser confundida com restrições à ação das multinacionais e ser

10 Teoria da Conrahi l idads. • Iudícibus

motivo para grandes disputas que escapariam do âmbito contábil. Todavia não há dúvidas de que certos itens de "despesa" das grandes sociedades mereceriam uma explicação melhor, mas isto pode ser obtido por intermédio de normas bem precisas sobre a evidenciação em notas explicativas ou em quadros suplemen­ tares ao balanço. Discutiremos esse assunto em detalhes no Capítulo 6. Uma variante desta abordagem é a chamada Contabilidade Social, que consiste em ampliar a evidenciação contábil para incluir informações sobre níveis de emprego da entidade, tipos de treinamento, demonstração de valor adicionado etc. Outra ramificação importante é a Contabilidade Ecológica (Ambienta]).

Esta abordagem está sendo bastante pesquisada na atualidade, dada a ampli­ tude de interesses que procura atingir (sindicatos de empregados, governos etc.). Inclusive, mais recentemente, tendo como seu pioneiro Hopwood (1978), surge uma nova abordagem que poderíamos denominar de Institucional e Social, que vai muito além das motivações puramente técnicas e formais da Contabilidade, para estudar o caráter simbólico e de legitimização que pode ter, na estrutura social, influenciando-a e sendo por ela influenciada, principalmente dentro das empresas e em seu ambiente mais amplo. Assim, por exemplo, uma empresa que possua um sistema de informação contábil avantajado é passível de ser conside­ rada, pela sociedade, como respeitável e digna de confiança etc. Esta vertente tem inúmeras facetas que podem ser pesquisadas e contribui ou pode contribuir bastante para a Teoria da Contabilidade, não podendo, todavia, ser sua ênfase única ou, mesmo, principal. O aspecto racional nunca pode deixar de ser enfati­ zado pois, mais importante do que "o que a contabilidade faz" é "o que ela é ou pode vir a ser".

1.2.5 A abordagem sistêmica

Esta parece ser uma base

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