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Terapia Celular Para Acidente Vascular Cerebral Isquêmico: Esperança Ou Panacéia?

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Por:   •  27/11/2014  •  540 Palavras (3 Páginas)  •  384 Visualizações

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Células-tronco são definidas como células que mantêm a capacidade de auto-replicação e diferenciação em múltiplas linhagens1. Estas células, presentes em proporções variáveis em órgãos adultos, teoricamente podem dar origem a qualquer tecido vivo de um organismo. Embora o conceito de transplante de células-tronco não seja novo, vem tendo um interesse crescente com este tipo de terapia, após a demonstração de que a medula óssea adulta poderia fornecer uma quantidade suficiente de células multipotentes para um transplante autólogo2. Entretanto, o otimismo relacionado a qualquer novo tratamento deve ser avaliado com cautela. O primeiro transplante autólogo de células-tronco derivadas da medula óssea em paciente com acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico. Apesar dos resultados parecerem sugerir que o procedimento tenha sido seguro, exeqüível e resultado em um aumento precoce do metabolismo na região cerebral afetada pela isquemia, o simples relato de caso não deve receber um título que defina estes atributos. Portanto, tais termos devem ser suprimidos do título, o que já foi feito na versão eletrônica dos Arquivos Brasileiros de Cardiologia. Ainda mais quando sabemos que a análise da fase aguda do AVC isquêmico é um desafio e os autores corretamente enfatizaram que os achados nesta paciente podem ser secundários à recuperação espontânea. Em uma série de casos local, por exemplo, 61% dos pacientes apresentaram recuperação espontânea para independência completa (medida pelo escore de Rankin < 3)3. Além disso, nesse relato de caso, houve recanalização espontânea da artéria cerebral média, evidenciado pelo Doppler transcraniano, o qual é um preditor de bom prognóstico4,5.

Exames de neuroimagem para avaliação da evolução do AVC nesta paciente também foram realizados e incluíram ressonância magnética, cintilografia (SPECT) e tomografia computadorizada com emissão de pósitrons (PET) cerebral. O padrão mais freqüente em pacientes com AVC agudo é que a área de necrose (core) é envolvida por uma área de hipoperfusão de tecido cerebral isquêmico, mas ainda viável (penumbra)6. Este padrão normalmente persiste por 24h. As células localizadas na zona de penumbra morrem progressivamente e o core se expande em aproximadamente, toda a área de hipoperfusão inicial6. A melhora da hipoperfusão inicial é esperada na maioria dos pacientes com AVC com o decorrer do tempo, e até as anormalidades observadas nas imagens de difusão podem apresentar melhora em casos selecionados7,8. O aumento do metabolismo regional neste caso foi sugerido pelo PET, mas alguma regeneração tecidual espontânea é possível em pacientes com AVC. A falta de dados quantitativos limita as conclusões quanto a este achado.

A pesquisa com células-tronco abre uma avenida fascinante em doenças neurológicas. Entretanto muito ainda precisa ser esclarecido: estudos de ciência básica devem elucidar os mecanismos exatos pelos quais a terapia celular é capaz de recuperar déficits relacionados ao AVC; estudos clínicos em seres humanos, controlados e randomizados serão necessários para avaliação dos pacientes submetidos ao transplantes com células-tronco da medula óssea comparados àqueles com história natural do AVC isquêmico. A avaliação cuidadosa da segurança deste tipo de procedimento também é fundamental, uma vez que um risco aumentado de trombose no sítio de injeção

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