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Trabalhar O Interior E Aperfeiçoar O Conhecimento De Si Mesmo Por Uma Sociedade Fraterna, Solidária E Justa.

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Por:   •  6/11/2013  •  1.941 Palavras (8 Páginas)  •  804 Visualizações

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Trabalhar o interior e aperfeiçoar o conhecimento de si mesmo por uma sociedade fraterna, solidária e justa.

Podemos perceber, sem muito esforço, que o tema do poema de Carlos Drummond de Andrade está embasado na frase atribuída a Sócrates “Conheça-te a ti mesmo”, ainda que o poeta nem tenha pensado nisso quando se propôs a escrevê-lo. O modelo de poema faz mais referências aos versos de Camões, no primeiro canto de “Os Luzíadas” que para Sócrates.

Os filósofos pré-socráticos estavam mais preocupados em encontrar o fundamento (arké) das coisas. A Sócrates interessava a nossa relação conosco, com os outros e com o mundo. Ele pregava que devemos nos preocupar com o conhecimento de nós mesmos e menos com o conhecimento das coisas (riqueza, fama, poder, a ciência). Poderíamos nos indagar: por que devo me preocupar comigo mesmo? Segundo Sócrates, porque esse é o caminho que me aproxima da verdade. Mas, de que verdade está se falando? É claro que não se trata de qualquer verdade, da verdade racional, exata tal como uma equação matemática, mas a verdade que é capaz nos transformar em sujeito.

É preciso que eu conheça a mim mesmo para saber como modificar minha relação para comigo, para com os outros e com o mundo. Assim, podemos deixar de investigar apenas as coisas, passando a pensar sobre nós mesmos, nossas relações sociais.

Tal atitude fez o filósofo dedicar-se inteiramente à filosofia e à prática dialógica (uma forma especial de diálogo, denominada maiêutica) por meio da qual ele fazia com que seu interlocutor percebesse as contradições em seu discurso e se corrigisse. O que está no centro do cuidado de si é que o acesso à verdade se torna impossível sem a reflexão, sem a meditação, sem se fazer o exame de consciência. A verdade depende de determinados exercícios espirituais capazes de transfigurar nosso próprio ser. A descoberta da verdade, não é resultado da pesquisa, do estudo, mas de uma prática que deve vir sempre acompanhada de reflexão constante sobre as ações, as atitudes - e de como posso me modificar para que me torne uma pessoa melhor. É como se viver fosse um processo em que vamos nos moldando, nos aperfeiçoando como em uma obra de arte.

Na atualidade, estamos bem distantes dessa perspectiva do cuidado de si, propagada pelo filósofo. A ciência moderna está apenas preocupada com a produção e acumulação de conhecimentos. É essa preocupação que Carlos Drummond de Andrade passa em seu poema.

Antes, porém, é necessário fazer uma contextualização do poema. Ele foi publicado em 1973, no livro “Impureza do Branco”, portanto apenas quatro anos depois de o homem ter ido à lua e cinco anos após o desencadeamento do movimento ecológico, conforme Reigotta (1999:34-35).

Drummond, entre parênteses, pergunta de forma irônica se o homem está preparado para fazer a viagem para dentro de si mesmo, que ele chama de difícil e dangerosíssima viagem. Dangerosíssima é um neologismo inventado pelo poeta, a partir da palavra DANGER em inglês que significa perigo.

O poeta conclama ao ser humano a fazer a perigosa viagem para dentro de si, refletir seus atos e ao mesmo tempo a por o pé no chão do seu coração. Estar com o pé no chão que tem sentido de estar racionalmente equilibrado, aqui é para se equilibrar no coração, no sentimento, no respeito ao outro, na tolerância. É possível perceber na sequência que ele convida a experimentar, colonizar, civilizar, humanizar o próprio homem.

Experimentar o homem pode ser entendido como uma crítica à ciência que se pretende definir, descobrir, inventar, entretanto se não for para benefício do homem ela não tem sentido. Afinal, para que serve a ciência se ela não for para benefício da humanidade? Mas ela está a benefício dos homens? Há muita dúvida sobre isso, haja vista, a bomba atômica, resultado de pesquisas científicas.

Colonizar o homem também pode ser vista como uma crítica àquilo que o homem faz com o meio ambiente. Se buscarmos além desse fragmento do poema, poderemos notar que o poeta fala em colonizações e abandono. Como se o homem nunca estivesse satisfeito com o que tem. Além disso, podemos inferir uma sutil chamada às consequências para com o meio ambiente. Dessa forma, os versos posteriores vêm também de forma irônica, conclamando para que se possa civilizar e humanizar o homem, para que este perceba a “insuspeitada alegria” da convivência. Tal alegria seria possibilitada por sociedades mais fraternas, solidárias e justas.

Para a palavra conviver, o poeta deu um destaque especial no sentido de que ele tenha realmente o sentido de viver junto, viver com o outro, respeitando as diferenças, estabelecendo harmonia nas relações entre os seres humanos e com o meio ambiente, caso façamos um pequeno esforço de interpretação.

Na proposta de civilização preconizada neste poema por Drummond, o modelo sujeito-objeto seria substituído por um paradigma sujeito-sujeito. Tanto o homem quanto o ambiente como um todo não poderão ser aleijados de seus significados, que passam a ser imprescindíveis para a sobrevivência e o equilíbrio do mundo.

A viagem que Carlos Drummond de Andrade destaca em seu poema é uma viagem para seu interior, que o ser humano deve se auto reconhecer, reconhecer seus limites, deixar de lado a razão e colocar à frente a emoção, viajar dentro de si mesmo e entender que seus limites, porém, estão ali para serem superados, eles estão ali como uma defesa. Após isso acontecer ele ira conhecer o diferente e aceitar sem querer mudar, conseguindo viver em paz consigo e com todos a sua volta.

De acordo com a realidade do mundo atual e a evolução da ciência o homem passou a ocupar a maior parte do tempo de sua vida preso aos compromissos regidos por um conjunto de lideres, que controlam o centro do sistema em benefícios lucrativos, remuneratórios e históricos. Causando certo desequilíbrio e impacto ao seu meio de convívio comunitário, sócio ambiental. Politicas que regem e elaboram decretos, para construções de usinas e indústrias em função de beneficio próprio, deixando de analisar a outra parte do processo, a própria comunidade.

No entanto, o homem é capaz de se reconhecer e se defender, diante das dificuldades, embora exista dentro dele a emoção, esse sentimento só falta ser desenvolvido, através de sensibilização, diante da realidade de cada um, para poder respeitar a ideia e assim tornar o mundo melhor. Homem comum na busca de fugir da realidade, procura em outros lugares o que não acha em si mesmo, na tentativa de mudar as suas atitudes irá se sentir mais solidário a ajudar ao próximo.

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