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Tudo Sobre Gravidez

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Por:   •  15/9/2013  •  3.176 Palavras (13 Páginas)  •  733 Visualizações

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Nos tempos de nossas mães, as mulheres contavam com uma ampla e eficiente rede feminina de apoio para lidar com o bebê logo após o parto: era uma legião de avós, tias, cunhadas e irmãs mais velhas que podiam oferecer ajuda, ficar com o pequeno por uns tempos e orientar com as dificuldades que surgiam no dia a dia. Hoje a configuração da família mudou bastante. Os núcleos familiares ficaram mais enxutos e a ala feminina da maioria deles está no mercado de trabalho. Sem contar que, muitas vezes, a mulher dispensa reforços de parentes ou amigos porque colocaram na nossa cabeça que o gênero feminino tem que ser capaz de dar conta de tudo, a qualquer custo.

Mas a verdade é que toda ajuda é bem-vinda quando se tem um bebê para cuidar e ninguém tem que se achar menos mulher porque pediu para a sogra ficar algumas horas com o filho. “Na maioria das vezes, acaba tudo nas mãos do casal. Como depois de alguns dias o homem volta ao trabalho, a mãe fica numa situação de grande solidão a maior parte do tempo”, constata Cristina Toledano, psicóloga que coordena um grupo de apoio a mulheres no pós-parto em São Paulo. Mesmo com a ajuda profissional de uma babá ou empregada, fica a sensação de não ter com quem dividir tantas angústias, todas as dúvidas sobre aquele momento tão transformador da vida. “Por isso, fazer parte de um grupo de mães na mesma situação pode ser tão interessante. Ao compartilhar suas emoções com outras mulheres, não fica mais aquele sentimento sem nome pairando no ar”, ressalta Cristina. “E há também o aspecto social, o sair de casa e se reintegrar a uma atividade prazerosa. Quando tive meu filho, hoje com 4 anos, eu sentia tanta vontade de estar com outras pessoas que voltei a frequentar o grupo de grávidas do qual fazia parte durante a gestação. Era até engraçado estar lá com meu bebê nos braços, mas na época não existia nenhum grupo de apoio a mulheres no pós-parto. Algum tempo depois, acabei sendo convidada para coordenar um”, lembra.

Trocas virtuais

Quando não é possível fazer parte de um grupo de “carne e osso”, dá para recorrer às inúmeras redes virtuais formadas por mães e para mães. São mulheres que trocam todo tipo de experiência sobre maternidade através de blogs e formam uma espécie de irmandade, como a Rede Mulher e Mãe. “Esse movimento é maravilhoso. Mesmo quando não há a mediação de um profissional, só o fato de existir troca já é um alento”, observa Cristina.

Portanto, sempre que sobrar um tempinho entre uma mamada e outra, vá até o computador e dê uma espiada no que outras mães como você andam vivendo e relatando. O melhor de tudo é que em muitos grupos as mulheres acabam combinando encontros reais, enriquecendo a vida social de todas elas.

E, claro, não deixe de solicitar ajuda quando achar necessário. Muitas vezes as vovós, tias ou madrinhas estão só esperando um telefonema para poder dar uma força. Mesmo que sua família não seja tão numerosa como as de antigamente, com certeza haverá alguém para passar algumas horinhas com seu filhote enquanto você arruma um tempo para cuidar de si.

Mais ajuda

O grupo de apoio às mulheres no pós-parto coordenado pela psicóloga Cristiana Toledano se reúne toda segunda-feira, das 14h às 16h, no Espaço Nascente, em São Paulo. A participação é gratuita. Mais informações em http://cristoledano.blogspot.com.

A Casa Moara, na zona sul da capital paulista, também conta com um grupo de apoio ao pós-parto. A participação é gratuita. Mais informações em http://casamoara.com.br.

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Ana Cristina Duarte

Tags: doula, parteira, parto domiciliar, parto em casa, pré-natal

Ela atende o telefone e logo sai acelerando seu “partomóvel” pela cidade de São Paulo: um bebê está para nascer e a parteira urbana, Ana Cristina Duarte vai acompanhar. Veja como é a vida da profissional que já ajudou centenas de mulheres a acreditarem em sua capacidade de parir e recebeu mais de 200 bebês

Como você se tornou uma parteira urbana?

Foi uma trajetória natural. Após o parto da minha filha mais velha, hoje com 15 anos, que foi uma indicação incorreta de cesárea e me deixou muito revoltada, resolvi aprender sobre o assunto. Me tornei doula e comecei um trabalho intenso de ativismo para proteger mulheres contra o sistema obstétrico hospitalar e suas cesáreas desnecessárias e partos desrespeitosos. Acontece que, como doula, eu ajudava a mulher durante a gestação e o trabalho de parto, mas no clímax, ou seja, na hora de pegar o bebê, quem entrava era o médico. Sentia uma vontade tão grande de fazer parte do momento mais especial, de pegar os bebês, que resolvi virar parteira. A filosofia de parteira não combina muito com o modelo hospitalar, ela é baseada no parto como um evento fisiológico e natural que pode perfeitamente acontecer em casa.

A palavra parteira remete à mulher de antigamente, aquela do campo, o que diferencia a parteira moderna desta figura antiga?

Antigamente era assim por falta de opção, não era propriamente uma escolha. A mulher urbana que opta pelo parto domiciliar com obstetriz tem um leque de opções, como parto hospitalar e casa de parto, e escolhe chamar a parteira em sua casa. A diferença na atuação da parteira urbana para a parteira tradicional, aquela da roça, é, principalmente, a profissionalização do atendimento. A quantidade que temos de materiais e utensílios, o aumento da segurança no parto (com monitoramento e acompanhamento desde o pré-natal) o uso de respaldos científicos e acesso à evidências, enfim, um parto mais legal em todos os aspectos, inclusive sob o ponto de vista de legislação, e que oferece à mulher tudo que lhe é de direito. Em comum com a parteira tradicional, penso que ambas estão profundamente conectadas com o momento do nascimento. O veículo que liga parteira e mulher é a empatia. Por isso, estabeleço uma forte ligação com a família e tenho sempre uma preocupação em manter o clima tranquilo, o ambiente respeitoso, deixar que tudo aconteça em seu próprio tempo.

E a mulher que escolhe o parto com parteira de hoje, em comparação com a de décadas atrás, mudou?

Completamente! Ela escolhe parir com parteira pois já está informada, tomou posse do seu direito e passou a crer em sua capacidade de parir e em seu corpo. Ela sabe que o nascimento acontecerá por ela, através dela. A gestante vai ficando tão

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