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UTILIZAÇÃO DE FONTES ALTERNATIVAS DE PROTEINAS NA ALIMENTACÃO DE RUMINANTES

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Por:   •  31/7/2014  •  13.091 Palavras (53 Páginas)  •  589 Visualizações

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UTILIZAÇÃO DE FONTES ALTERNATIVAS DE PROTEINAS NA ALIMENTACÃO DE RUMINANTES

I - INTRODUÇÃO

A utilização de fontes alternativas de proteína na alimentação de animais tem se tornado cada vez mais importante, uma vez que as fontes convencionais são concorrentes com a alimentação humana e, conseqüentemente, estão com os preços cada vez mais elevados. A uréia destaca-se como uma fonte de nitrogênio não-protéico, sendo bastante utilizada na alimentação de ruminantes, ao passo que para animais não-ruminantes, o uso ainda é limitado, em conseqüência da ineficiente conversão em proteína microbiana, alta toxidez e baixa palatabilidade.

A uréia é a fonte de NNP mais comum, porém outros compostos químicos, como o biureto,creatina, cama de frango e duireido de isobutano(DUIB), podem ser utilizados como fontes de NNP na alimentação de animais.

2 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A utilização de nitrogênio na alimentação animal é fundamental. O uso do nitrogênio não protéico (NNP), na nutrição dos ruminantes teve sua origem em 1879, na Alemanha, sendo que em 1939 participava do arraçoamento de animais nos Estados Unidos. A uréia, um NNP, começou a ser fabricada industrialmente em 1870, quando Bassarow promoveu sua síntese à partir do gás carbônico e da amônia. Mas foi no período de 1914 a 1918, devido a escassez de alimentos ocasionado pela primeira guerra mundial, que a Alemanha intensificou a utilização da uréia como fonte protéica na alimentação de ruminantes. O intuito do aumento na utilização de uréia visava uma produção intensiva e de baixo custo de carne e de leite.

O NNP não é uma proteína, ou seja, não são aminoácidos reunidos por vínculos peptídicos e existem tanto em animais quanto nas plantas. Embora exista uma variedade de composto NNP (compostos de purinas e pirimidinas, uréia, biureto, ácido úrico, glicosídeos nitrogenados, alcalóides, sais de amônio e nitratos), a uréia por causa do custo, disponibilidade e emprego, é uma das mais utilizadas na alimentação.

Auréia possui características específicas: é deficiente em todos os minerais, não possui valor energético próprio; é extremamente solúvel e no rúmen é rapidamente convertida em amônia, no entanto se fornecida em doses elevadas pode ocasionar toxidez (MAYNARD et al., 1984).

Considera-se que a degradabilidade da proteína no rúmen é a conversão da proteína da dieta até amônia, envolvendo então, o processo de digestão (proteína até aminoácidos) e de fermentação (aminoácidos até ácidos graxos voláteis) (BRODERICK et al., 1991 e RUSSELL et al., 1991). Desta forma, a proteína é um dos ingredientes de custo mais elevado na dietas dos animais e a economia da produção está altamente dependente da eficiência de utilização da proteína. A uréia, entretanto, é transformada rapidamente à amônia, tendo um custo energético menor que o despendido pela proteína bruta.

3 - URÉIA

A uréia pode ser considerada uma alternativa interessante, principalmente no período das secas, quando as forrageiras apresentam baixas taxas de crescimento e baixos níveis de proteína. Pode ser fornecida em diferentes sistemas de alimentação: associada ao sal mineral, misturas múltiplas, cana-de-açúcar, capim picado, silagem, concentrados e outros.

Pode-se destacar algumas vantagens do uso da uréia como, por exemplo, fonte de nitrogênio não-protéico de baixo custo; baixo custo de implantação; redução das perdas de peso dos animais no período seco e também mantém e estimula a produção de leite.

Nitrogênio não protéico de fontes como uréia é convertida em proteína no rúmen. A proteína assim sintetizada é de valor para o animal sendo que 33% da exigência protéica total pode ser suprida eficientemente pela uréia. O nível de uréia recomendado na alimentação de ruminantes é limitado em parte pela extrema solubilidade da uréia cristalina a qual é rapidamente convertida em amônia no rúmen.

Uma série de estudos sobre o balanço nitrogenado comprova que o nitrogênio, em forma de uréia, administrado como alimento aos ruminantes, fica retido no organismo e que os tecidos dos animais em crescimento são de composição normal. Estudos subseqüentes sobre a digestão mostram que os suplementos de uréia algumas vezes aumentam a digestibilidade da celulose e da fibra bruta de rações hipoproteicas.

Em média, a uréia comercial contém 46,4% de nitrogênio; 0,55% de biureto; 0,25% de água; 0,008% de amônia livre; 0,003% de cinzas e 0,0003% de ferro e chumbo. Em solução aquosa a 20%, seu pH é 9,0 e em formaldeído 7,0 e turvidez igual a 100.

A uréia disponível ao animal pode ter duas origens: exógena e endógena. A exógena é fornecida aos animais através dos suplementos alimentares. Ela é produzida sinteticamente a partir do gás carbônico (CO2) e amoníaco (NH3). E a uréia endógena é sintetizada no fígado através do ciclo da uréia.

3.1 - A Transformação de Proteína no Rúmen

As proteínas alimentares são degradadas pelos microorganismos ruminais em aminoácidos, depois em amônia e em ácidos graxos de cadeia ramificada. O nitrogênio não protéico presente nos alimentos e na uréia são reciclados no rúmen através da saliva e a parede ruminal também contribui na concentração final de amônia no rúmen. Se os níveis de amônia no rúmen estão muito baixos, ocorre uma restrição de nitrogênio para as bactérias e, deste modo, a digestibilidade do alimento diminui. Um excesso de amônia no rúmen leva ao desperdício, toxidez devido à amônia, e mesmo morte do animal em casos extremos.

A capacidade das bactérias para utilizarem o nitrogênio não-proteico (NNP) vai depender, primariamente, da quantidade e do nível de degradação da energia fornecida ao animal (carboidratos) e da capacidade de crescimento da população de microrganismos, mas existe um limite para o crescimento

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