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Visibilidade do Tradutor

Por:   •  1/6/2017  •  Artigo  •  3.355 Palavras (14 Páginas)  •  234 Visualizações

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  1. ANA MARIA SARMENTO PEREIRA (8014712)
  1. Formação de Tradutores em Língua Inglesa

  1. VISIBILIDADE DO TRADUTOR

Tutor: Prof. Renata Helena Pin Pucci Gobbi E Silva

Claretiano - Centro Universitário

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

2016


VISIBILIDADE DO TRADUTOR

Este artigo tem por objetivo discutir a necessidade de tornar o tradutor visível na elaboração de seus trabalhos em gêneros textuais específicos, para isso foi realizada uma pesquisa e foram encontrados teóricos renomados no tema como, por exemplo, o americano Lawrence Venuti e a brasileira Rosemary Arrojo, dois teóricos muito respeitados no meio acadêmico. Percebeu-se durante a elaboração deste trabalho que o tema tem sido amplamente discutido nos Estudos da Tradução, sendo que ainda existe divergência e ambos os lados contam com defensores árduos. Discute-se os benefícios que a visibilidade do tradutor gera no texto, principalmente no literário, o estímulo causado no leitor e como o tradutor pode se tornar visível no texto, por meio, por exemplo, das Notas do Tradutor. Discute-se também suas vantagens, como, quando e porquê utilizá-las. Percebeu-se que esses debates são imensamente importantes nos Estudos da Tradução e que provavelmente sempre existirão tradutores que apoiam a visibilidade ou a invisibilidade do tradutor, o que torna a discussão rica e interessante.

Palavras-chave: Visibilidade do tradutor. Estudos da Tradução. Nota do Tradutor.


INTRODUÇÃO

O trabalho do tradutor é, normalmente, invisível aos olhos do público em geral. A grande maioria de editoras, clientes e, até mesmo, leitores preferem que o texto traduzido tenha uma fácil aceitação. Ou seja, que seja fluido, que soe natural, que pareça ter sido escrito originalmente na língua de chegada, na cultura do próprio país, basicamente, que não pareça uma tradução.

Venuti (1996, p. 122) afirma que: “O estudo da tradução é, na realidade, uma forma de erudição histórica, pois obriga o estudioso a enfrentar o problema da diferença histórica na cambiante recepção de um texto estrangeiro”. O tradutor precisa lidar com a responsabilidade de conseguir transmitir para o leitor uma ideia que foi originalmente construída em outra língua, de uma maneira que não traia a originalidade do autor, a concordância na língua de chegada e a fluidez do texto.

Para França (2014, p. 6), para fazer com que o estrangeiro apareça no texto da tradução, é necessário que ele apareça já no texto traduzido, mesmo que isso cause um estranhamento na língua de chegada e na fluidez do texto.

Conforme afirma Arrojo (1992, p. 58):

a impossível tarefa que se impõe a todo tradutor: a expectativa de que seja não apenas invisível e inconspícuo mas de que possa também colocar-se na pele, no lugar e no tempo do autor que traduz, sem deixar de ser ele mesmo e sem violentar a sintaxe e a fluidez de sua língua, de seu tempo e de sua cultura.

É um trabalho quase impossível de ser feito com completo sucesso, se a meta for agradar a essas exigências. É também injusto com o tradutor que passa anos se dedicando a ser um bom profissional, exigir que ele se anule no seu próprio trabalho, que fique invisível, finja que nunca passou por ali. O intuito deste trabalho é justamente ir ao contrário dessa ideia. Pretende-se defender a visibilidade do tradutor no texto.

A questão da visibilidade do tradutor é algo que vem sendo estudado por grandes teóricos da tradução, mas ainda precisa ser mais disseminado e destrinchado. Venuti criou grandes discussões com seus trabalhos e conseguiu fazer com que a comunidade da tradução considere a visibilidade do tradutor como algo positivo. Depois de ser levantada essa possibilidade, vários outros estudiosos obtiveram destaque e sucesso na defesa desse ponto de vista. No Brasil, a maior teórica do tema é Arrojo, que defende pontos muito interessantes e serve de base para muitos dos estudantes da área.

O tradutor precisa ter, ao menos, o poder de escolha na hora de realizar seu trabalho. Atualmente há uma grande pressão para que a tradução seja feita de determinada maneira, e além dessa pressão, muitas vezes o cliente (seja direto, agência ou editoras) exige que o trabalho seja feito de um jeito, mesmo que o tradutor seja contra essa abordagem. O tradutor pode até não ter a palavra final, em um mundo ideal, mas sua voz precisa ser ouvida, seus pensamentos precisam ser considerados, afinal ele é o responsável pelo projeto.

O presente trabalho tem como objetivo discutir e disseminar a importância da visibilidade do tradutor, principalmente no texto literário. Para isso foi feita uma pesquisa procurando teóricos que abordaram o tema e o defenderam.

Apresentar o ponto de vista de alguns estudiosos que defendem o tema, mostrando suas justificativas e motivos pelo que acreditam que o assunto merece e deve ser explorado.

O presente trabalho é um artigo científico de revisão bibliográfica. Para a sua elaboração foram feitas pesquisas entre estudiosos da área para que seja possível comparar o ponto de vista de cada um e observar como o tema do trabalho é importante no meio acadêmico da tradução.

DESENVOLVIMENTO

Em um mundo ideal, o tradutor teria a liberdade de fazer com o texto o que julgasse o melhor, porém isso está longe de ser a realidade da profissão. Existem debates nos Estudos da Tradução que defendem que o tradutor, por ser o coautor do texto, mereça seu devido reconhecimento sendo visível ao leitor, porém ainda existem autores e tradutores que acreditam que o texto deve permanecer sem a influência do tradutor para que possa se manter puro (QUERIDO, 2012, p. 105).

Aponta Venuti (1996, p. 122) que: “O estudo da tradução é, na realidade, uma forma de erudição histórica, pois obriga o estudioso a enfrentar o problema da diferença histórica na cambiante recepção de um texto estrangeiro”.

Como ressalta Bohunovsky:

[...] no âmbito das discussões teóricas sobre tradução mais recentes, a “fidelidade” na tradução não é mais entendida como a tentativa de “reproduzir” o texto de partida, mas está sendo relacionado à inevitável interferência por parte do tradutor, à sua interpretação e manipulação do texto. O tradutor é entendido como um sujeito inserido num certo contexto cultural, ideológico, político e psicológico - que não pode ser ignorado ou eliminado ao elaborar uma tradução. O tradutor tornou-se “visível” (BOHUNOVSKY, 2001, p. 54).

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