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Frank Stella

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Por:   •  12/10/2014  •  1.936 Palavras (8 Páginas)  •  354 Visualizações

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Stella, Frank • The Foundling (n#6), 2004

Acrílica e aerógrafo s/ tela recortada, recortes de linólio

e resina plástica s/ lona resinada • 1600 x 400 cm

Acervo cedido pela Justiça Federal de São Paulo nos termos dos autos

nº.2005.61.81.900396-6 em trâmite na Sexta Vara Criminal Federal Especializada

em Crimes contra o Sistema Financeiro Nacional e em Lavagem de valores.

A obra de Frank Stella apresenta-se como agente catalisador. É dotada de uma energia plástica que extravasa os limites da tela e ganha o espaço real. As suas criações convidam à interatividade. É um dos pioneiros do Minimalismo, com suas célebres telas negras do final de 1950. Na evolução de sua produção, transforma-se em referência de uma exuberância pictórica, através de suas acumulações e obras repletas de curvas, torções e contorções.

Para Ronaldo Brito, antes, Stella “agia por subtração, agora o faz por saturação”. Valoriza mais o processo do que o produto final. Apresenta um universo aparentemente caótico, absorvendo todos os elementos ao redor. Hoje, o que pode oferecer a inteligência voraz desse artista?

Frank Philip Stella nasce em 12 de maio de 1936 em Malden, Massachusetts. Estuda pintura na Philips Academy e, posteriormente, arte e história na Universidade de Princeton. Em fins da década de 1950, logo após o término da graduação, transfere-se para a cidade de Nova York, que está em especial efervescência com a presença de artistas como Jackson Pollock, Willem De Kooning, Franz Kline, Barnett Newman, entre outros.

“Vim para Nova York porque queria, porque sentia-me atraído pela pintura americana do pós-guerra (...) Quando vi as pinturas de Franz Kline, quando vi a pintura abstrata, simplesmente comecei, já estava a caminho de Nova York.” (entrevista de Frank Stella para Vanda Klabin, em 2004).

No início de sua trajetória, sua obra é marcada pelas influências do Expressionismo Abstrato de Jackson Pollock. Mas depois de sua mudança para Nova York, sua produção passa por grandes alterações. Entre 1958 e 1960, com a série de 23 telas conhecidas como Black Paintings, Frank Stella anula referências ou efeitos ilusionistas e cria “imagens não-relacionais”. Constrói um padrão linear, organizando uma estrutura de faixas paralelas. Com a frase “What you see is what you see” (“o que você vê é o que você vê”), propõe os elementos da planaridade absoluta da sua pintura, construindo uma lógica para seu sistema visual. É o momento do rigor geométrico fundamentado sobre a simetria, a regularidade e a repetição serial. Em seu minimalismo, Stella elimina a cor, usando tinta preta e depois, cinza-metálica e acobreada; para reduzir a idéia de ilusão. Ao privilegiar a unicidade e a homegeneidade da superfície da tela – o “all over” –, expressa uma das vertentes do movimento minimalista. Estas pinturas fazem parte da exposição “Sixteen Americans” (Dezesseis Americanos), em 1959, no MoMA.

No entanto, o programa redutivo de Stella leva-o por caminho alternativo: opta pelo fim da austeridade, substituindo as fitas de uma só cor por múltiplas cores e tonalidades que imediatamente se prestam a interpretações espaciais. A arte de Stella não leva em consideração os limites retangulares das telas tradicionais, lembrando sempre que, não importa quais conotações suas pinturas possam evocar, continuam a ser essencialmente objetos coloridos.

Embora os primeiros trabalhos de Stella utilizem enorme variedade de cores, em telas moldadas (telas em formato diferente dos tradicionais retangular ou quadrado, às vezes em formato de L, N, U ou T), os formatos diferenciados são largamente explorados em vários momentos, como por exemplo, na série Irregular Polygons, durante a década de 1960.

Ao lado do inesperado formato de seus trabalhos, ocorrem: a multiplicidade de suas escolhas, novos caminhos estéticos e a utilização de diversos materiais. A partir de 1963, sua produção passa a ser conhecida como “séries”. As primeiras obras têm caráter bidimensional. Os espaços apresentam-se em constante expansão e cada vez mais hipersaturados. Os planos multiplicam-se em complexo jogo entre duas e três dimensões. O resultado passa a ser conhecido como as “shaped canvases”, marcando o esforço para dar “fisicalidade a uma forma” ou a construir superfícies sobre as quais Stella passa a pintar.

“(...) durante os anos 60, a noção de trabalhar num grupo de séries foi explorada por mim praticamente até o limite. Foram algumas séries ou variações sobre o mesmo tema (...) tem a ver com trabalhar com alguma coisa e prosseguir até o fim”. (entrevista de Frank Stella para Vanda Klabin, em 2004).

Na década de 1970, o estilo de Stella passa por uma profunda transformação. As delineações geométricas cuidadosamente construídas, executadas em planos lisos de cor, são substituídas por um estilo “solto” com reminiscências do grafite. As telas com formatos diferentes atingem formas ainda menos regulares na série Eccentric Polygon, e elementos de colagem são introduzidos, como peças de telas sendo coladas na madeira compensada, por exemplo.

A produção de Stella torna-se mais tridimensional. Surge a série em grande escala ou os “maximalistas” – espaços pictóricos capazes de envolver gestos plásticos “imaginativos ou físicos”. Produz peças de metal que não se prendem a nenhum lugar e, apesar de serem pictóricas, podem ter a atribuição tridimensional. Os trabalhos em série são mais recorrentes, nessa época. Entre eles, destaca-se Brazilian, relevos de metais com títulos de áreas do Rio de Janeiro.

Entre 1970 e 1973 é criada a importante série Polish Village. Massas e volumes são intensificados. Stella assinala que Polish Village constitui momento de abertura para novas possibilidades plásticas: “construir e depois pintar”. O artista substitui a tela pela madeira e, nas séries seguintes, passa utilizar o metal.

Cria as pinturas-construções, grandes, arqueadas, com várias partes tridimensionais que incorporam cores brilhantes, versões aumentadas de curvas francesas, e modelos de pinceladas vivas. Nesse momento, Stella produz um número expressivo de obras para espaços públicos, e a tridimensionalidade abre caminhos para experiências arquitetônicas, como, por exemplo, a elaboração de uma concha acústica para a cidade de Miami.

No momento seguinte imprime novo ritmo à superfície. Aplica curvas, materiais

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