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Renascimento vs Humanismo

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Por:   •  1/11/2014  •  Pesquisas Acadêmicas  •  4.116 Palavras (17 Páginas)  •  445 Visualizações

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Renascimento vs Humanismo

Renascimento, período da história européia caracterizado por um renovado interesse pelo passado greco-romano clássico, especialmente pela sua arte. O Renascimento começou na Itália, no século XIV, e difundiu-se por toda a Europa, durante os séculos XV e XVI.

A fragmentada sociedade feudal da Idade Média transformou-se em uma sociedade dominada, progressivamente, por instituições políticas centralizadas, com uma economia urbana e mercantil, em que floresceu o mecenato da educação, das artes e da música.

O termo “Renascimento” foi empregado pela primeira vez em 1855, pelo históriador francês Jules Michelet, para referir-se ao “descobrimento do Mundo e do homem” no século XVI. O historiador suíço Jakob Burckhardt ampliou este conceito em sua obra A civilização do renascimento italiano (1860), definindo essa época como o renascimento da humanidade e da consciência moderna, após um longo período de decadência.

O Renascimento italiano foi, sobretudo, um fenômeno urbano, produto das cidades que floresceram no centro e no norte da Itália, como Florença, Ferrara, Milão e Veneza, resultado de um período de grande expansão econômica e demográfica dos séculos XII e XIII.

Uma das mais significativas rupturas renascentistas com as tradições medievais verifica-se no campo da história. A visão renascentista da história possuía três partes: a Antigüidade, a Idade Média e a Idade de Ouro ou Renascimento, que estava começando.

A idéia renascentista do humanismo pressupunha uma outra ruptura cultural com a tradição medieval. Redescobriram-se os Diálogos de Platão, os textos históricos de Heródoto e Tucídides e as obras dos dramaturgos e poetas gregos. O estudo da literatura antiga, da história e da filosofia moral tinha por objetivo criar seres humanos livres e civilizados, pessoas de requinte e julgamento, cidadãos, mais que apenas sacerdotes e monges.

Os estudos humanísticos e as grandes conquistas artísticas da época foram fomentados e apoiados economicamente por grandes famílias como os Medici, em Florença; os Este, em Ferrara; os Sforza, em Milão; os Gonzaga, em Mântua; os duques de Urbino; os Dogos, em Veneza; e o Papado, em Roma.

No campo das belas-artes, a ruptura definitiva com a tradição medieval teve lugar em Florença, por volta de 1420, quando a arte renascentista alcançou o conceito científico da perspectiva linear, que possibilitou a representação tridimensional do espaço, de forma convincente, numa superfície plana.

Os ideais renascentistas de harmonia e proporção conheceram o apogeu nas obras de Rafael, Leonardo da Vinci e Michelangelo, durante o século XVI.

O conceito de humanismo tem várias acepções. Trata-se, por exemplo, da doutrina que tem por base a integração dos valores humanos. O humanismo também é um movimento renascentista que se propôs a voltar-se para a cultura greco-latina a fim de restaurar os valores humanos.

O humanismo, regra geral, é um comportamento ou uma atitude que exalta o género humano. Sob esta concepção, a arte, a cultura, o desporto e as actividades humanas gerais tornam-se transcendentes.

Pode-se dizer que o humanismo procura a transcendência do ser humano como espécie. Trata-se de uma doutrina antropocêntrica em que o homem é a medida de todas as coisas. A organização social como tal, deve desenvolver-se a partir do bem-estar humano. Esta corrente opõe-se ao teocentrismo medieval, onde Deus era o centro da vida.

O humanismo reconhece valores como o prestígio, o poder e a glória, que eram criticados pela moral cristã e, inclusive, considerados pecados. Ainda contrariamente às doutrinas religiosas, o humanismo faz do homem um objecto de fé, ao passo que, outrora, a fé era património de Deus.

Enquanto movimento intelectual surgido na Europa durante o século XV, o humanismo promovia a formação integral das pessoas. Posto isto, os humanistas costumavam reunir-se para partilhar experiências e debater as mesmas.

O humanismo opõe-se ao consumismo, tendo em conta que é contra tudo aquilo que é superficial, o narcisismo bem como aquilo que não é próprio da dignidade humana. A coisificação do homem enquanto produtor ou consumidor é um atentado ao seu desenvolvimento integral.

Giovanni Pico della Mirandola

Nessa obra o autor expõe, muito brevemente, uma das idéias-motriz do Renascimento. Redigido para a abertura de um debate frustrado que teria lugar em Roma, o texto traz algumas considerações acerca da natureza humana, desenvolvendo o antropocentrismo até a sua literalidade: na reconstrução do mito da criação, empreendida com o objetivo de ilustrar seus argumentos, o homem é oportunamente colocado no centro de um universo em pleno e prévio funcionamento.

Mirandola afirma que a dignidade do homem não depende apenas do Criador, mas principalmente das ações humanas, considerando o homem enquanto criatura livre. Convém observar que a dignitas latina tem uma semântica ligeiramente maior que a dignidade portuguesa não soube conservar, ou conservou de modo muito discreto e apenas na linguagem formal. Em um mundo criado e posto a funcionar sob as rígidas leis de um “melhor criador” em um mundo onde todas as espécies têm desde o princípio uma função e uma atribuição, onde todas as criaturas vinculam-se rigidamente à sua própria natureza, não há lugar para o homem, porque não há função que se lhe possa atribuir. Mirandola está a dizer que o ser humano não é, de modo algum, indispensável para o funcionamento do mundo. O universo tal como fora criado era já um sistema perfeito e, na verdade, a criação do homem seria como que a introdução de um corpo estranho e perturbador. O homem em Ficino é o microcosmo perfeito de um universo macrocósmico e tem sua alma composta por cinco diferentes faculdades, das quais três interessam-nos mais particularmente: a alma inferior e o intelecto somado à razão ou alma superior. Retomando o homem mirandolano, observamos que: por meio da alma inferior ele admira, e nisso não difere dos animais – porque tendo Deus esgotado as possibilidades, estando todos os arquétipos distribuídos, entregou ao homem um pouco daquilo que já tinha dado aos outros. Esse homem ama, pois, o belo através de seu intelecto e aqui também não há nenhuma peculiaridade, porque os anjos igualmente amam o belo. Por fim, compreende o mundo através da razão, donde, finalmente, distancia-se de todas as outras criaturas, estando por isso acima dos animais que não a possuem e abaixo dos anjos que possuem qualquer outra coisa superior. A razão, sustenta o filósofo, é exclusivamente humana.Tem-se, em síntese, no homem de

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