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Rudolf Laban, O grande Mestre do Movimento

Por:   •  24/4/2017  •  Pesquisas Acadêmicas  •  2.301 Palavras (10 Páginas)  •  534 Visualizações

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Este trabalho é resultado de pesquisas e estudos sobre Rudolf Laban, criador do Método do movimento, onde a importância é desenvolver movimentos naturais e espontâneos. Tendo como base de pesquisa fontes bibliográfica sobre o assunto aqui exposto. O objetivo principal é encaminhar o leitor a avaliar e compreender o trabalho, de forma a esclarecer informações e os objetivos sobre os estudos, pesquisas, e métodos de Laban.

Rudolf Laban nasceu em Pressburg, atual Bratislava, Eslováquia no dia 15 de Dezembro de 1879. O mesmo planejava em seguir arquitetura. Entrou para a École des Beaux – Arts. Em 1899, estudou por três anos com o escultor Hermam Obrist, do Arts and Crafts. Por necessidade pictórica, voltou-se para os estudos da postura e do comportamento humano.

Através de pesquisas e estudos, Laban entendeu que nos métodos de Mesendieck e Bode, havia uma “cultura física do corpo” e que a prática de exercícios físicos promovia o bem estar. Por meados de 1910 e 1914, Laban se tornou famoso por suas produções avant-garde e satíricas.

Em Viena na época da Art Nouveau, de 1912 a 1914, os desenhos de Laban sintonizavam com o erotismo de Egon Schiele, e com as linhas alongadas de Klint, apesar de ele jamais ter feito parte do movimento.

Foi no cabaré de modelo em Berlim, que ele encontrou um abrigo perfeito para a sua passagem das artes gráficas para o corpo. Laban já era familiarizado com os cabarés. Nos tempos parisienses quando habitava no Boulevard Montparnasse, tinha sido vizinho de muitas casas burlescas. Em Munique, Laban também foi vizinho do Schawabing, o famoso Quarteirão boêmio. Mais tarde, essas experiências influenciariam no seu trabalho coreográfico [como em Nacht (“Noite”), de 1927, ou em Grunen Clowns (“Palhaços verdes”), de 1928.

À partir de 1912, ele habitou em dois lugares: Munique e Monte Verità, Ascona, na Suíça, e foi lá, no fim do verão de 1914, que Laban soube da Primeira Guerra. À princípio, em  Munique, trabalhava como artista gráfico na revista Jugend, publicando ilustrações satíricas, e também ilustrava livros.

Laban era interessado em descobrir uma base espiritual para o homem comum, porém discordava de Steiner, no seu entendimento a respeito do modo como o movimento e espiritualidade se relacionavam. Laban, apontava que lhes faltava, primordialmente, uma concepção adequado do corpo no espaço.

Por se interessar pela medida arquitetônica, a carreira de Laban, era comparada a de Paul Virillio, que entendia o espaço como movimento, qualidade de um volume. Por isso a dança na qual o tempo e espaço se ligam como modo de realizar um no outro, forçosamente acabaria de atrair Virillio e se transformar na arte eleita por Laban. Para Virillio a arquitetura está repleta de geografias e carente de coreografias. O arquiteto não possui instrumentos para qualificar volumes, apenas para medir superfícies. Daí seu interesse pelo método de notação Laban.

Para ele, o corpo é uma partitura que obedece a um princípio ordenador: o esforço – aquilo que promove o deslocamento do peso. Quando Laban cita a “forma de esforço”, está se referindo à construção do espaço pelo deslocamento do peso. Laban acreditava que o corpo não era somente o humano, mas também todo o corpo vivo-, o qual passa a ser entendido da perspectiva da vida, dos tipos de vida que existiam no mundo.

Laban herdou do balé, o octaedro, com suas seis direções ( alto/baixo, frente/trás, esquerda/direita ). Esse material básico, composto de movimentos de braços e passos, produziu formas determinadas. Seus passos são passagens através do espaço que quase sempre terminam em posições verticais ou que fazem destas posições o seu eixo. Para Laban era necessário construir um modo de dançar que fosse capaz de conter todas as possibilidades do corpo. Só assim, poderia falar dos tempos caóticos, apresentando o corpo do homem daqueles dias conturbados, pois para ele isso era a sua razão fundamental. Laban propôs uma releitura da dança  e do corpo, pois para ele, o balé se mostrava inteiramente inadequado para essa função.

Laban expandiu a base espacial do balé. Depois de anos estudando as formas de movimento no comportamento do cidadão comum, descobriu o que nomeou de “ordem coreológica”, um tipo de princípio espacial de organização. Ao invés de encontrar as seis direções do balé no corpo comum, encontrou as mais instáveis formas espaciais, diferentes diâmetros e diagonais. Juntou tudo isso em doze direções – um icosaedro -, e cada direção do clássico uma outra se opõe, duplicando-a.

Porém Laban não abandonou as seis direções; ele as incluiu como contrastes estáveis para as suas posições fora do equilíbrio, pois estava disposto a proporcionar experiências harmonicamente contrastantes aos seus alunos.

Laban inovou no tratamento do sistema harmônico. Afinal, seu objetivo focava o padrão comum, o que também reflete o pensamento do século XX. Uma das primeiras atitudes de Laban ao abandonar as artes gráficas, e optar pela dança, foi iniciar uma campanha pela revolução na dança social, apresentada como uma nova forma de movimento artístico. Para ele, cabia ao dançarino expressar a voz interior, e na dança de conjunto, teria algo a mais: a comunidade, a comunhão, a celebração.

Ele sustentava a ideia que a linha é “a impressão da energia”  - o traço visível do invisível. Isso se percebe quando Laban salienta que os gestos do dançarino são “formas traçadas no reino do silêncio”. Para ele, o dançarino deveria entrar no plano espiritual, para que os ritmos e as formas mutantes se impregnassem do movimento. Para Laban, as qualidades dinâmicas do movimento do dançarino são seis: leveza e peso (esforço), cortado ou sustentado (tempo), focado ou difuso (espaço). A estes, Laban adicionou outro fator: fluência.

Sempre produzindo teorias sobre sua arte, em 1928, Laban divulgou a Kinetographie (hoje Labanotation), que foi o resultado de vinte anos de busca de uma notação do movimento, e lançou simultaneamente a “ciência da dança”, a sua Coreologia, hoje chamada de Estudos Coreológicos. Nesse mesmo ano, um acidente encerrou sua carreira de intérprete.

Como um artista pesquisador, Laban transitava da visão espiritual para a curiosidade analítica. Cuidou da pedagogia da sua arte com Gymnastik und Tanz (“Exercício e dança”, 1926) e, mais tarde com Modern educational dance (“Educação moderna de dança”, 1948). Esses dois livros registram os elementos básicos de uma técnica de dança e os conceitos de forma no corpo (corêutica) e ritmo no corpo (eukinetics). Laban promovia a “dança para todos” – a dança coral – um forma de dançar que permitia ao indivíduo comum, e dançarinos, encontrar no trabalho grupal, um espaço e um refúgio para se manifestar livremente.

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