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A CASA DA MULHER BRASILEIRA

Por:   •  30/10/2021  •  Resenha  •  812 Palavras (4 Páginas)  •  92 Visualizações

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Filósofos do renascimento como Maquiavel e Hobbes acreditavam que o homem era mal por natureza e que a única forma de convívio social estável seria através do Estado e seu monopólio da violência. E, portanto, é a partir da transferência do poder individual para o poder coletivo, simbolizado pelo Estado, que o homem encontraria estabilidade e segurança. Partindo deste pressuposto filosófico entende-se que o controle da violência para a construção da sociedade moderna fez-se fundamental a partir de Instituições de poder estatal como presídios.

Já os clássicos da antropologia como Levi-Strauss argumentam que a guerra, e portanto a violência, é o contato que não teve sucesso pois toda relação humana é baseada no contato. Logo a violência seria a resposta aquilo que não foi acordado ou a uma acordo não cumprido. Não podemos esquecer também que no contexto nacional a violência, dita endêmica, também é discutida.

Aqui nos trópicos sofremos a colonização europeia e com isto a imposição de um mundo moderno que segundo Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda e Caio Prado Júnior, nunca chegou; ou se chegou foi adaptado, pois estes autores argumentam que o Brasil como nação se estruturou sobre o arcaico e o moderno, “antagonismos em equilíbrio” no qual a economia é moderna, mas os costumes são arcaicos. E quando nos referimos a costumes o patriarcado, tão forte em toda a América Latina, tem um peso muito forte na forma com que o brasileiro vê o mundo. Patriarcado pode ser entendido como poder que o pai, o homem, exerce sobre os demais familiares incluindo esposa e filhos. Este poder pode ser entendido também como dominação, nos termos de Weber, já que há obediência, e portanto introjeção de mando. Este conceito é fundamental para entendermos que a violência contra as mulheres que é tão combatido pelo grupo “A casa da mulher brasileira de Curitiba” não é endêmico no Brasil, mas sim estrutural.

Desse modo entende-se que a violência no Brasil tem origem numa desigualdade social – pela diminuição do poder estatal frente as milícias e segurança privada, e consequente perda do monopólio da violência –, na dificuldade de alteridade e empatia entre os grupos, e no patriarcado estrutural brasileiro.

O objetivo da Casa da mulher Brasileira é oferecer a mulheres em situação de risco de violência doméstica acolhimento e orientações quanto a procedimentos legais que podem ser acionados. A grande questão da violência doméstica é a dependência econômica – o homem como provedor da família ou como principal renda – e psicológica – a introjeção da necessidade deste provedor – presente em muitos contextos femininos. Entretanto, a introjeção de um ideal feminino do século XIX através da família ou religião de que a mulher deve ser “o pescoço” do homem, que ela é a base da família ou mesmo a naturalização do amor materno traz às mulheres amarras muito fortes. A questão da violência doméstica passa, em grande parte, do entendimento do que é ser mulher na sociedade brasileira. Contudo, não podemos esquecer que a violência pode ser física, através de lesões corporais, e psicológica – ameaças e ofensas. E que muitas vezes a psicológica é a primeira violência sofrida e passa desapercebida.

O acolhimento, oferecido pela Casa da Mulher Brasileira, é uma tentativa de empoderamento feminino a

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