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A CONJUNTURA BRASILEIRA DE 2013-2016: uma análise sociológica sobre a crise social, política e econômica com ênfase na observação dos processos de interação social

Por:   •  12/7/2016  •  Trabalho acadêmico  •  2.087 Palavras (9 Páginas)  •  577 Visualizações

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ATUAL CONJUNTURA BRASILEIRA: uma análise sociológica sobre a crise social, política e econômica com ênfase na observação dos processos de interação social

Airton dos Santos Sena ¹

Geraldo Santos Meireles Junior ²

RESUMO

Com base nas discussões do método sociológico de Durkheim e dos processos sociais ministrados pela disciplina de Introdução a Sociologia, juntamente com pesquisas realizadas na internet, leituras de revistas e veículos eletrônicos, esse texto tem como objetivo analisar o cenário de crise em que se encontra o Brasil, observando os processos de interação social.

Palavras chaves: conflito, crise brasileira, interação social.

Junho de 2013 como um momento de abertura societária no país

No mês de junho de 2013, o Movimento Passe Livre através da mobilização nas redes sociais articulou, nas principais capitais brasileiras, uma onda de protestos contra os reajustes da tarifa de ônibus, que em um primeiro momento não tiveram visibilidade e apoio midiático. Em decorrência da violenta repressão da força policial, registradas e divulgadas na internet pelos próprios manifestantes, o movimento sofreu um crescimento exponencial, se alastrando por todo o país. O foco inicial dos protestos que era a revogação do aumento das tarifas de transporte urbano, em São Paulo, foi alcançado. Aqui pode se observar o processo de cooperação, isto é, uma forma de interação social na qual diferentes pessoas, grupos ou comunidades se unem, de forma mais ou menos organizada, para trabalhar conjuntamente, visando alcançar um mesmo fim.

Entretanto, a importância do recente junho de 2013 está na contribuição deixada por ele: uma das consequências das manifestações foi o fato de que, como os manifestantes diziam, “O Gigante acordou”. Houve um despertar da sociedade civil para a necessidade de ter maior envolvimento político, visto que a consciência do brasileiro foi provocada.

Uma vez que aberto o espaço de protestos pelas mobilizações, a população brasileira reinaugurava as ruas, que anteriormente foram o palco das Diretas Já e do Fora Collor. Em seu ápice, as manifestações de 2013 levaram milhões de pessoas às ruas que nesse momento pressionavam o governo por “melhorias econômicas e sociais para o país e na qualidade da atuação dos governos de uma forma mais geral, havendo pouca divergência entre os manifestantes” (IBOPE, 2016).

Mas esse cenário não durou muito em razão da heterogeneidade em termos de estratos sociais e valores ideológicos presente nas ruas. A multiplicidade de pautas, dentre a maioria, genéricas, e algumas até mesmo contraditórias, revelou uma incompatibilidade de interesses dos indivíduos envolvidos e iniciou uma disputa pelo sentido da efervescência, diminuindo a pressão por mudanças políticas objetivas.

Do cenário político-econômica presente no Brasil

Há alguns anos, o Brasil vivia um momento de enorme crescimento econômico, alcançando e ultrapassando alguns países consolidados no mercado mundial. A pobreza nesse período diminuía de maneira significativa, com o apoio de projetos sociais. Todavia, enquanto a economia mundial se recuperava da crise internacional vivida em 2008, instaurava-se no Brasil uma crise no setor industrial em virtude da queda de investimentos e a perda de competitividade (GERBELLI; PAPP, 2015) nos âmbitos nacional e internacional. Sendo a indústria um dos setores de maior contribuição para a economia, a queda no nível de produção e as demissões ocorridas no período tiveram um enorme impacto no crescimento econômico, resultando no aumento da taxa de desemprego, redução de renda e, consequentemente, redução do poder de compra do consumidor, diminuindo o capital de giro.

Desde então, diversos fatores vêm tornando o cenário econômico cada vez mais catastrófico, sejam eles climáticos como as recentes crises hídrica e energética, que também influenciaram negativamente na produtividade dos setores agrícola e industrial (WAYCARBON, 2015), ou econômicos como a interdependência das atividades que provoca um efeito em cadeia nos setores. Uma vez que as crises hídrica e energética afetam nos insumos, fazendo com que a produção na indústria decresça, o consumo tem, então, uma queda, enfraquecendo o comércio e os serviços.  

Em paralelo ao desastre econômico, mais um caso se somava à rede de escândalos de corrupção: o Petrolão. A Operação Lava Jato da Polícia Federal desvendou “um esquema de corrupção na Petrobras armado durante os governos do PT com o objetivo de financiar campanhas políticas” (VEJA, 2014) e beneficiar políticos ligados a base do governo (PT, PMDB e PP). Segundo estimativas do Ministério Público Federal (2015), o volume de recursos desviados dos cofres da estatal circunda a casa de bilhões de reais e, agregado à expressão econômica e política dos suspeitos de envolvimento no esquema, classifica o maior escândalo de corrupção na história da República.

Entretanto, ao contrário do que é amplamente divulgado na mídia, como no trecho citado do infográfico da revista Veja, o problema da corrupção não é único e exclusivo do governo petista e de sua base aliada, visto que conta com envolvimento de personalidades de partidos que fazem oposição ao governo como o PSDB. Dados sobre os totais de doações recebidas diretamente pelos candidatos ou pelos partidos, nas eleições 2014, de empresas relacionadas na Operação Lava Jato obtidos no Tribunal Superior Eleitoral mostram que o PT lidera lista dos financiados, seguido do PSDB, sua principal frente oposicionista (MEU CONGRESSO NACIONAL, s.d.).

No entanto, a Operação Lava Jato, que é tida como a maior arma de combate à corrupção nos tempos atuais, recebe críticas quanto atuação dos agentes da Justiça Federal, Polícia Federal e Ministério Público Federal por parte promotores, magistrados dos tribunais superiores, advogados renomados, juristas e cientistas políticos (CAVALCANTI, 2016). Para eles, práticas como a quebra do direito ao contraditório pelos réus, o cerceamento do direito de defesa, prisões preventivas visando delações premiadas e o vazamento de informações, revelam um certo grau de seletividade e uma relação simbiótica com a imprensa que objetiva produzir um julgamento público ainda no decorrer das investigações.

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