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A SITUAÇÃO DAS METRÓPOLES

Por:   •  7/12/2017  •  Projeto de pesquisa  •  2.812 Palavras (12 Páginas)  •  154 Visualizações

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Em geral, as metrópoles são aglomerações de grande porte, mas o tamanho não é imprescindível, pois cidades como Londres, Paris, Genebra ou Frankfurt têm papel importante nos fluxos financeiros e de serviços globais sem serem gigantescas. Portanto um dado central que caracteriza as metrópoles é sua capacidade de irradiar influencias sobre um vasto território. São Paulo e, em menor escala, o Rio de Janeiro, também têm participação relevante nos circuitos mundiais financeiros, econômicos e de informação.

Para cumprir seu papel, as metrópoles constituíram-se com grande densidade técnica (infraestrutura de transportes, comunicação e informação) e caracterizam-se pela grande concentração de recursos humanos, financeiros e econômicos, associados aos diversos setores de atividades.

Assim, São Paulo e Rio de Janeiro formam o coração econômico do país, envoltas por uma constelação de outras aglomerações urbanas e cidades médias. O papel de metrópole reflete-se na organização espacial das cidades, como os Central Business Districts (CBDs), centros de negócios e serviços que podem ser encontrados em São Paulo em vias situadas nos anéis interiores da cidade.

Nelas se concentram também grandes universidades públicas e privadas, centros de pesquisa e de publicações universitárias, bem como as salas de cinema, teatros, museus etc. portanto, agregam-se elementos para a produção do conhecimento científico-tecnológico e a difusão cultural.

Em contrapartida vem ocorrendo nos últimos anos uma desconcentração de atividades – sobretudo industriais -, com o deslocamento de unidades produtivas do núcleo central de metrópoles como São Paulo para outras cidades e aglomerações urbanas de diferentes portes e localizadas em diferentes estados e regiões do país.

É nítida também a redução no ritmo de crescimento populacional de São Paulo e do Rio de Janeiro. Isso não quer dizer, entretanto, que houve redução do poder e da influência nacional e internacional de ambas. Processo semelhante ocorreu em Nova York, nos Estados Unidos, o que diminuiu o peso dessa metrópole global no cenário mundial. São Paulo, em especial, participa intensamente das redes e fluxos de cada escala global.

No caso das metrópoles brasileiras, se         elas concentram recursos de toda ordem, mostram também o “pior dos mundos”: a situação de extrema pobreza de parte de suas populações. Contudo, não é possível estabelecer correspondência direta entre pobreza e urbanização. A pobreza tem muito mais a ver com desigualdades estruturais e históricas do que com o fato de viver em cidades.

Ao longo da década de 1970, constatou-se no Brasil a existência de grandes aglomerações, formadas pelo município principal e seus vizinhos, em muitos casos em processo de conturbação (junção física das cidades) e com forte integração econômica, social e cultural. Em face das dimensões da construção urbana nas grandes metrópoles do país, foram criadas nesse período nove regiões metropolitanas: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador, Recife, Fortaleza, Curitiba e Belém.

Mas o que são chamadas regiões metropolitanas? Trata-se de uma forma político-administrativa que serve para orientar investimentos e, no nível metropolitano, em especial, para resolver problemas que ultrapassam a ação de um município, como deficiência nos transportes, no abastecimento de água, no tratamento de esgotos, entre outros.

A legislação que rege a criação dessas regiões é estadual, embora os recursos para projetos e investimentos venham das três esferas de governo (federal, estadual, municipal). Hoje, já são quase quarenta regiões metropolitanas, criadas ao longo das últimas duas décadas.

Outros eventos, que tornam mais complexa a rede urbana brasileira, foram o crescimento das cidades médias e a formação de aglomerações urbanas não metropolitanas -  estas reconhecidas também ao longo dos anos de 1990. São múltiplas as causas desse crescimento: uma divisão do trabalho das metrópoles com os demais núcleos ( sobretudo nas indústrias e nos serviços modernos); a atração de atividades diversas pelas cidades médias, com cerca de 100 mil habitantes, e até por algumas consideradas pequenas, em torno de 20 mil habitantes, como montadoras de veículos, , fábricas de aviões e helicópteros, agroindústria, novas universidades e centros de produção científica e tecnológica, comércio e serviços ligados a produção agrícola moderna, polos de informática, entre outros. É importante lembrar as novas condições geográficas que permitiram essa descentralização, como os sistemas de transportes, comunicações e informações. Veja os exemplos a seguir e localize em um mapa do Brasil os núcleos urbanos citados.

Sobral, município do Vale do Cariri (Juazeiro do Norte, Crato) e da Região Metropolitana de Fortaleza, com a instalação de inúmeras fábricas de calçados, no caso de Sobral, trabalham no setor de populações que moram em pequenos municípios vizinhos, como Santana do Acaraú, Senador Sá, Cariré, Mucambo, entre outros.

Itajubá, no Sul de Minas Gerais, como a ampliação de seu parque educacional e tecnológico, instalação de fábricas de componentes eletrônicos e de empresa que produz helicópteros, exportados para países como Argentina, Chile, México e Uruguai.

Dourados, hoje a segunda cidade em números de habitantes de Mato Grosso do Sul, que desenvolveu um forte setor agroindustrial, com base no cultivo de grãos (soja, milho, trigo) e na produção de carne para exportação (chamado agrobusiness).

Igarassu, na Região Metropolitana do Recife, que combina a tração de indústrias de transformação, turismo e a produção de flores e bens hortifrutigranjeiros.

Florianópolis, consideradas por muitos a “cereja do bolo” entre as cidades de porte médio. A capital catarinense experimentou e um crescimentos de 6% de seu PIB per capita ao longo dos anos 1990, com receitas com base no turismo, nos serviços, no comercio e na indústria de transformação, atraindo contingentes da população de classe média.

É preciso citar também o exemplo de Campina Grande, na Paraíba, que vem se destacando pela constituição de um importante parque cientifico e tecnológico e pelas empresas associadas. Outros polos tecnológicos especializados são os de Santa Rita do Sapucaí (MG), São Carlos (SP) e Ilhéus (BA). Caxias do Sul e municípios vizinhos, como Bento Gonçalves e Farroupilha, também constituem uma importante aglomeração urbana do Rio Grande do Sul, de economia de base industrial diversificada (incluindo a cadeia automotiva e a tradição vinícola), e bons indicadores sociais.

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