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A Sociabilidade e Simmel

Por:   •  9/6/2022  •  Resenha  •  1.316 Palavras (6 Páginas)  •  93 Visualizações

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A sociabilidade, Simmel          

Simmel cita Kant para elucidar que a medida de liberdade de cada um coexiste com a liberdade da outra pessoa, sendo assim a sociabilidade se constitui nesse conceito não apenas em satisfazer o impulso próprio, mas em satisfazer o impulso das outras pessoas quando este for compatível; cada impulso próprio deve garantir a outra pessoa o máximo de valores sociais, o mesmo deve ser compatível com os valores sociais recebidos dessa pessoa (o meu impulso de interação social vai até onde o seu impulso vai, questão de relação e interação social). Deste modo, Simmel argumenta que esse conceito é inteiramente democrático expondo a estrutura democrática de qualquer sociabilidade e, por conseguinte, só pode ser realizado dentro de um estrato social (eliminação de um lado do que é inteiramente pessoal  e de outro do que é inteiramente material). Entretanto a democracia da sociabilidade é um jogo de cena mesmo entre aqueles que são iguais, posto que ela pode criar um mundo sociologicamente ideal, onde há somente o enriquecimento do outro, e que esse mundo da sociabilidade é um mundo artificial onde os indivíduos desejam para si mesmo essa interação pura que não tenha influência de nenhuma outra tensão material (mas isso só ocorre entre iguais), desta maneira a satisfação de sentimentos própria não pode ser contrária a de outros.

         Para Simmel, a moda é uma forma de relação social que permite a quem deseja adequar-se as demandas de um grupo. Por outro lado à moda pode se sobressair, em termos gerais, á aqueles que querem ser singulares. É um processo histórico. Cada um aceita o que está na moda e inevitavelmente os indivíduos se desviam dela e, neste processo de “desviação”, podem adotar uma nova visão do que está na moda.
        Uma das contradições dualísticas da moda é a “moda e imitação”, onde temos a sensação de segurança e bem-estar, apesar de ser um instinto do ser humano que se caracteriza em nossa forma de evolução, nossa capacidade individual de agir é colocada em jogo quando não conseguimos agir sem nos espelharmos na ação do outro. Nesse caso a moda pode ser uma forma de hierarquização e distinção social, a medida que se não conseguimos agir por conta própria, sentimos a necessidade de aceitação (busca dessa segurança) em outros grupos sociais, conduzindo a um circulo social fechado, separado dos demais, onde a vontade única é sufocada pela vontade de pertencer a muitos.
        Outro contradição seria a “moda e classes”, onde a moda dita a forma como cada um deve se expressar em  todos os ambitos sociais, fazendo com que as classes inferiores queiram “participar” desses ciclos e serem interpretadas como sendo pertencentes a esses ambitos, isso cria uma aproximação com as classes superiores que logo que notam essa aproximação criam outra forma de se distinguir e se diferenciar; o capitalismo acelerou esse processo onde algumas aquisições particulares de um classe só são possível com alto valor capital, ás vezes se tornam impossíveis de se conseguir sem ele.  
        Nesse sentido temos a vida social como dualismo, parafraseando Simmel, podemos sentir em cada ponto de nossa vida uma pluralidade de forças que advém de nossa própria maneira de interpretar seus fenômenos, que pode ser manifestado em sentido real ou mera tendência e\ou desejo, nisso temos a tese de que tudo é um de outro.  

        Aquele que é ajudado por outras pessoas ou pelo menos tem direito a essa ajuda é considerado como pobre (em termo de relações sociais). A condição de ser pobre, ou ser definido como pobre depende da assistência que este recebe dos demais membros da sociedade, essa assistência depende de um conjunto de direitos e obrigações entre o que ajuda e o que é ajudado. Nisso entra a questão funcionalista que Simmel adotou onde a ajuda social ao pobre ajuda a manter o sistema. Simmel explica que a sociedade requer ajuda para o pobre para que este não se converta em inimigo ativo e perigoso para sociedade e também para tornar mais produtiva sua influência e boa aparência (a ajuda ao pobre ajuda a manter o sistema), no entanto a ajuda para o pobre se tornou mais um beneficio para a sociedade do que para o pobre, a medida que os mecanismos responsáveis de distribuir e organizar essa ajuda vão se burocratizando. Também temos a questão relativista da pobreza que Simmel mostra, onde os pobres não são apenas aqueles que se encontram no ponto mais baixo da sociedade, se os indivíduos da classe alta possuem menos que outros indivíduos da mesma classe, então é muito provável que se sintam pobres em relação a eles, neste caso a pobreza se encontra em todos os meios sociais.

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