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Capítulo I: Estado, Política E Sociabilidade

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Por:   •  8/5/2014  •  665 Palavras (3 Páginas)  •  1.407 Visualizações

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Quando se procura iniciar um debate sobre o conceito e o papel do Estado Moderno, o senso comum, e, em alguns momentos, o pensamento acadêmico delimitam um campo semântico, e por que não dizer cognitivo, que destaca a reflexão sobre um lócus privilegiado de poder e uma função gerencial, reguladora ou política de fixação dos parâmetros de igualdade, assim como das ações para melhor promovê-la. Não é de se estranhar, portanto, que o Estado seja o objeto por excelência da Ciência Política, do Direito Administrativo e de áreas de conhecimento prático no exercício de políticas públicas, como a Educação, a Saúde, a Economia, o Serviço Social, entre outras. Entretanto, é sempre de maneira, um tanto quanto tangencial, que o Estado se apresenta no interior do debate sociológico. Ou seja, raramente o Estado é central para o pensamento do sociólogo. Talvez, porque a Sociologia se ocupe de objetos aparentemente mais nobres como as relações sociais, a ação social, as estruturas sociais, a revolução social, a divisão do trabalho, a identidade coletiva, a estratificação social, entre tantos outros.

Como uma produção fundamentalmente sociológica, este texto não tem a pretensão de romper com esta tradição disciplinar. Mas, ao tentar reunir, em uma mesma reflexão, Estado, sociabilidade e política, se esforçará por buscar um sentido sociológico de interconexão entre estes três fenômenos na experiência cultural e mesmo de classe dos indivíduos. Estado, neste contexto, de alguma forma ainda será um lócus privilegiado de poder. Também será uma instituição capaz de agir organizadamente – seja de forma administrativa ou política – sobre as desigualdades que cortam determinada sociedade. Mas fundamentalmente, será uma instituição

capaz de intervir1 sobre a sociabilidade, ou porque não dizer, sobre a construção dos parâmetros de solidariedade entre os indivíduos.

O debate que se propõe não se iniciará pelo Estado, mas pela sociabilidade e pela solidariedade que unem diferentes indivíduos em sociedade. Entende-se sociabilidade, no rastro dos escritos de Simmel2. Não há sociedade sem interações entre indivíduos. No entanto, os padrões destas interações, em outras palavras, sua forma, podem se desprender dos conteúdos e interesses individuais que as motivaram. É a valorização, até mesmo lúdica, da forma das interações sociais, independente do seu conteúdo, que o autor denomina sociabilidade. Ou seja, a sociabilidade é a cristalização e a valorização de padrões de interação independente do sucesso que os mesmos possam proporcionar para a conquista de interesses individuais.

Por outro lado, quando se fala sobre solidariedade3, não está em jogo nenhum sentimento ou característica inata do ser humano. O conceito sociológico de solidariedade distancia-se de qualquer conceito religioso ou cristão que a associa a bondade humana, como características inerentes ao indivíduo. Não se trata de um atributo moral ou uma virtude dos seres humanos. Solidariedade tem o sentido de um complexo sistema de direitos e deveres que unem homens e mulheres de modo durável, independente de suas diferenças e individualidades específicas. Assim, se o conceito de sociabilidade remete a Simmel e a forma das interações sociais; solidariedade remete a Durkheim e a coesão de uma sociedade.

Nestes termos, tanto

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