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As Eleições No Japão E A Luta Antinuclear

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Por:   •  27/10/2013  •  1.429 Palavras (6 Páginas)  •  176 Visualizações

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As eleições no Japão e a luta antinuclear

Embora na origem da esmagadora vitória do Partido Democrático na oposição nas eleições parlamentares no Japão de dia 30 de Agosto estejam inúmeras causas, uma das consequências será o reforço da luta por um mundo livre de armas nucleares.

Ao longo dos últimos anos, o longo reinado dos conservadores no Japão, reagrupados dentro do injustamente apelidado, de Partido Democrático Liberal (PDL), tem vindo a demonstrar crescentemente sinais de negligenciar o estatuto japonês de se manter livre de armas nucleares. Seguindo o exemplo do desenvolvimento das capacidades nucleares da Coreia do Norte, dirigentes do partido afloraram publicamente a hipótese de o Japão adquirir armas nucleares. Mais recentemente, um antigo membro do governo revelou aquilo de que muitos japoneses já suspeitavam: há décadas atrás, um governo do PDL concordou em autorizar escalas em território japonês a aviões e navios estadunidenses transportando armas nucleares. Observadores estrangeiros até começaram, então, a esboçar a análise segundo a qual o governo japonês do PDL, ao insistir nas garantias nucleares dadas pelos EUA, poderia acabar por enfraquecer a posição da administração de Obama quanto à redução da importância das armas nucleares na política de defesa norte-americana.

Mas a estrondosa vitória do Partido Democrático do Japão (PDJ) e a sua vincada posição antinuclear alterou dramaticamente a situação. Defendendo os três princípios antinucleares da nação – um compromisso de 1967 do governo de então, de não possuir, construir ou deixar entrar em território nacional armas nucleares – o líder do Partido Democrático Yukio Hatoyama prometeu transformar estes três princípios em letra de lei. E nem sequer esta luta antinuclear se limitará ao Japão. O PDJ defende uma zona livre de armas nucleares para toda a região. Assim como, recentemente, ou seja no mês de Agosto, Hatoyama pronunciou-se publicamente afirmando que «lutar por um mundo livre de armas nucleares como o deseja o presidente Barack Obama, é, precisamente, a obrigação moral do nosso país».

A vitória do PDJ dá novo alento à campanha pela abolição das armas nucleares que, recentemente, se transformou de uma visão utópica para um programa político pragmático.

Movimento em crescendo

Muito antes destes governantes norte-americanos e japoneses virarem a sua atenção para a necessidade de se abolir os vastos arsenais nucleares, inúmeros grupos de cidadãos organizados têm organizado vigorosas campanhas nesse sentido. E essas mesmas campanhas de desarmamento nuclear desempenharam a função de convencer governantes a retroceder na corrida a esse tipo de armamento e até a aceitar desmantelamentos. Como consequência dessas políticas, o número total de armas nucleares em todo o mundo, diminuiu de cerca de 70.000 no pico da guerra-fria para, aproximadamente, 24.000 hoje em dia.

Para além disso, nos últimos anos a luta pelo desarmamento nuclear, transformou-se num combate por um mundo totalmente livre de armas nucleares. Em Janeiro de 2007, e novamente em Janeiro de 2008, um grupo de antigos conselheiros nacionais norte-americanos de defesa, escreveu um conjunto de artigos no jornal «Wall Street Journal» sustentando que sendo a existência de armas nucleares um perigo para o futuro da humanidade, o governo norte-americano deveria lutar pelo objectivo da abolição de armas nucleares. Ao longo da sua recente campanha presidencial, Obama, repetidamente, referiu-se à reconstrução de um mundo livre de armas nucleares, tal como o voltou a fazer em Abril. Nesta última oportunidade, e discursando na cidade de Praga, comprometeu o governo norte-americano a «lutar pela paz e segurança num mundo livre de armas nucleares». Posteriormente, o secretário-geral das Nações Unidas Ban Ki Moon anunciou o seu próprio projecto para envolver o mundo todo «no seu combate por um mundo livre de armas nucleares».

Um conjunto de eleitos importantes juntou-se, igualmente, a esta luta. Em 2008, a Conferência de presidentes de câmaras municipais adoptou, por unanimidade, a resolução apoiando a eliminação mundial de armas nucleares até 2020. Seguiu-se-lhe, em 2009, uma resolução saudando entusiasticamente, e também aprovada por unanimidade, «a nova liderança e tolerância de que os EUA passaram a dar provas em relação ao combate por um mundo livre de armas nucleares» e desafiando o presidente Obama «a anunciar na Conferência do tratado de não proliferação de armas nucleares de 2010» o início das negociações para a subscrição de um «acordo internacional para a abolição de armas nucleares até 2020».

A Conferência de bispos católicos norte-americanos, relativamente silenciosa sobre desarmamento nuclear desde o seu dramático apelo antinuclear de 1983, demonstrou um interesse renovado sobre o assunto em 2009. A 8 de Abril, falando em nome da Conferência o bispo Howard Hubbard da cidade de Albany saudou a liderança da administração Obama na luta «por um mundo livre de armas nucleares» e afirmou que a Conferência «desejava trabalhar com a Administração e com o Congresso na defesa de legislação» que prosseguisse esse objectivo. A 29 de Julho, numa ideia divulgada num «Simpósio de Dissuasão» dirigido pelo Alto Comando estratégico norte-americano, o Arcebispo Edwin O’Brien da cidade de Baltimore – um prestigiado membro da comissão da Conferência Internacional Justiça e Paz – começou esse encontro militarmente orientado insistindo que «o nosso mundo e os seus líderes têm de se esforçar num futuro para o nosso mundo, livre de armas nucleares».

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