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Crítica A Razão Tupiniquim

Artigo: Crítica A Razão Tupiniquim. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  23/9/2014  •  9.555 Palavras (39 Páginas)  •  458 Visualizações

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INTRODUÇÃO

Em “Crítica da Razão Tupiniquim”, será abordado ao longo de 11 capítulos se existe a possibilidade de existir uma Razão Tupiniquim. Este é o problema apresentado logo no inicio pelo autor Roberto Gomes. A partir dessa pergunta inicial é que se terá uma resposta positiva ou negativa, assim como todo o processo de formação da mesma, baseada na cultura do país. O autor irá abordar como a Filosofia é vista e o quanto os brasileiros contribuem ou não para a formação na mesma.

O autor mencionará de forma dura como os brasileiros, por um caráter costumeiro, valorizam os autores de outros países, mas não creditam a si a capacidade para que, baseado nos fatores culturais existentes na sociedade, seja formada sua própria Filosofia, sem que precise, usar o que vem de “fora” como referencial. Ele criticará de forma ostensiva, a maneira como os brasileiros encaram a Filosofia, como sendo algo que se aprenda somente em escolas ou universidades e não como algo que só cabem a eles quererem criar.

Ele fará a diferenciação entre sobre a seriedade, mostrando que na verdade, não será nela que se fará a Filosofia no país, mas baseada no humor sério, excluindo assim a tirania do sério, pois é a raiz do nosso país. Não se fará Filosofia no Brasil baseada em livros ou teses universitárias, mas baseada em fatores como o esporte, a música, a dança, que são fontes sustentáveis da cultura.

Em uma passagem no livro, onde o autor aborda o Ecletismo como sendo a forma como o Brasil deveria ser para que se conseguisse chegar uma Razão Brasileira, ele cita: “Entre nós, portanto, a pobreza filosófica de um país não apenas jovem, mas sobretudo imaturo. Que ainda não conseguiu levar-se a sério, preso a modelos de seriedade providenciados estranhamente. No "mito da imparcialidade", recusamos estar no Brasil. E só deste estar poderíamos extrair um critério seletivo nosso, reivindicando nosso ser.” Ou seja, se nada for feito, não se terá uma Filosofia própria, seremos eternos dependentes do estrangeiro e sem nossa própria identidade filosófica.

Um título

“Razão Tupiniquim? Tratando-se de um título de um livro, supõe-se que denuncie um tema. Ocorre que este tema jamais foi explicitado, não existindo.” (página 9)

“Entre nós esta razão estará adormecida ou pulverizada em mil manifestações que seria problemático reunir num único nó com a virtude da síntese.” (página 9)

“Uma razão brasileira, não existindo atualmente, precisaria antes do mais ser providenciada, vindo à tona. Então, das duas uma: ou este livro não pode ser escrito ou será uma tentativa de “inventar” esta razão, seguindo vestígios esparsos no romance, na poesia, na música popular e até – pois é capaz de que mesmo aí transpareça – nalguns livros de filosofia.” (página 9)

“Partamos de algo pacífico: mal sabemos o que seja uma Razão Tupiniquim. Uma piada, talvez. Hipótese que nos causaria grande prazer. Gostamos muito de piadas. Há todo um espírito brasileiro que se delicia com a própria agilidade mental, esta capacidade de ver o avesso das coisas revelado numa palavra, frase, fato.“(página 10)

“Embora tenhamos uma imensa mitologia construída em cima do nosso jeito piadístico, no momento de pensar não admitimos a piada. Queremos a coisa séria. Frases na ordem inversa, palavras raras, citações latinas – e é impossível qualquer piada em latim, creio.” (página 10)

“Creio que a existência de uma piada tipicamente brasileira deveria ser objeto de um estudo mais aprofundado. Possuirá características especificas?” (página 10)

“A mesma piada que salva pode mascarar-se em alienação. Como qualquer criação humana, também a piada deve ser essencialmente crítica, já que é de sua pretensão ser isso: uma forma de conhecimento. Ora, quando o riso perde em pura facilidade, em distração, morre a atitude crítica.” (página 11)

“O conformismo brasileiro encontra aí seu terreno de eleição. Justificar, Por exemplo, sua própria condição – dependência, insolvência política, jogos de privilégios – através de um simples “o brasileiro é assim mesmo”, eis o que impede seja criada entre nós uma atitude tipicamente brasileira ao nível da reflexão crítica, proposta e assumida como a nossa. Desconhecendo-se, mal sabendo de uma Razão Tupiniquim, o brasileiro aliena-se de dois modos: rindo de sua sem-importância ou delirando em torno do “país do futuro”, em variados “anauês”. Na verdade, conformismo e ausência de poder crítico, pois nos dois casos há um abandono.” (página 11)

“Porém, autocomplacente e conformista, sujeito sério, o brasileiro ainda não produziu Filosofia. Assim, é necessário advertir que um pensamento brasileiro jamais esteve lá onde tem sido procurado: teses universitárias, cursos de graduação e pós-graduação, revistas especializadas – e logo se verá porquê. (página 11)

“Além do palavrório aridamente técnico e estéril, das ideias gerais, das teses que antecipadamente sabemos como vão concluir, das ideias pensantes, nada encontramos que possa denunciar a presença de um pensamento brasileiro entre nosso “filósofos oficias”, vítimas de um discurso que não pensa, delira.” (página 12)

“Este livro inviável começa, pois, com uma série de advertências. A questão de um pensamento brasileiro deverá brotar de uma realidade brasileira.” (página 12)

“Uma Razão não se faz com um livro. Provisoriamente, permaneçamos em nossos limites. Não se trata de “inventar” uma Razão Tupiniquim, mas de propor um projeto, um certo tipo de pretensão certamente quixotesca e evidentemente absurda: pensar o que se é, como se é.” (página 12)

A sério: a seriedade

“Pelo o que ficou dito, propõe-se ser sério, não uma piada.” (página 13)

“É tema que deverá ser “seriamente” considerado. Mas: conseguiremos pensar “a sério”? Razão Tupiniquim? Não é coisa no que se pense – e sobretudo neste termos, só pode ser brincadeira, jamais um tema “sério”. (página 13)

“Vemos que há vários empregos possíveis para a palavra “sérios” e consequentemente, vários sentidos para a “seriedade”“. (página 13)

“Mas uma mudança de perspectiva e de acentuação. Mudou o caráter da seriedade em questão. No primeiro caso queremos dizer que Fulano

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