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Deolinda Rodrigues

Artigo: Deolinda Rodrigues. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  11/7/2014  •  1.341 Palavras (6 Páginas)  •  361 Visualizações

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A TRAJECTORIA DE DEOLINDA RODRIGUES.

As jovens adolescentes nos anos 50 e 60 abandonaram os seus familiares, os seus estudos ou de outras ocupações úteis, para enfrentar viagens arriscadas, percorrendo milhares de quilómetro a pé rumo a uma vida de incertezas, longe da terra natal, tudo isso em busca de uma solução de liberdade contra a opressão colonial e a soberania do povo angolano, este esforço de angolanidade e de patriotismo só foi possível porque o povo angolano uniu-se e enfrentou os inimigos da paz e de Angola. Assim as mulheres também contribuíram incondicionalmente na conquista da liberdade e de uma paz plena na pátria mãe.

Este cenário premeditado culminou com a própria entidade colonial, perante a determinação do povo angolano, decidido a vencer todos os obstáculos e forjaram uma sólida unidade da luta pela sua libertação. E esta luta como dissemos, exigiu o engajamento de todos angolanos e amigos da paz. Foi assim que Irene Cohen , Deolinda Rodrigues, Engrácia dos Santos , Alda Lara , Teresa Afonso e outras marcharam com sede de liberdade e entraram de alma e coração na luta, pela qual ofereceram as suas vidas .

As cinco guerrilheiras foram presas no dia 2 de Março de 1967 pelos grupos de criminosos em questão e depois de terem sido submetidas às mais terríveis torturas, um irmão de Lucrécia conseguiu ver as raparigas dentro da prisão. Referiu-se depois que elas estavam em formatura no pátio.

Apesar da vigilância na prisão, as guerrilheiras conseguiam estabelecer algumas relações de maneira clandestina, enviavam cartas aos familiares, referindo o tratamento desumano que lhes era reservado, os sofrimentos e torturas que lhes eram submetidas .

Estas raparigas estavam sob tutela da UPA, pediam para as suas famílias roupa, sabão, medicamentos, comida porque só lhes davam sopa com uma colherada de farinha em todo o dia e quando elas pediam açúcar para o chá, os guardas respondiam que elas eram inimigas, que não pertenciam ao movimento deles, por isso não podiam comer melhor .

Uma vez os guardas interceptavam uma carta da Deolinda na qual descrevia as condições inter-humanas na prisão e expressava a sua confiança em algum dia continuaria a luta. Esta mensagem de denúncia e de optimismo revolucionário provocou a fúria dos carrascos a repressão contra elas intensificou-se, aumentou a tortura física e moral, mas não conseguiram quebrar a integridade das cinco combatentes. As jovens foram finalmente levadas para a prisão de Kinkuzu.

No seminário das mulheres africanas, o MPLA promoveu campanhas e apelos para a libertação das cinco guerrilheiras presas isto é, a fim de salvar a vida das companheiras em perigo de morte. Assim, com a campanha promovida pelo MPLA e a todos os amigos da luta do povo angolano, a Organização da Unidade Africana (OUA) enviou uma delegação para inquerir as condições que da prisão. Esta organização, já não encontrou as guerrilheiras que estavam de cativeiros durante dois anos. As guerrilheiras tinham sido assassinadas e tinham feito desaparecer os seus cadáveres, pelos inimigos da paz.

Este acto bárbaro trucidou a vida em flor das mulheres batalhadoras angolanas, mais o exemplo sublime do seu sacrifício não morrerá jamais. A lição que se tira das suas curtas e ricas vidas é um caudal inesgotável de inspiração para o povo angolano, para as mulheres combatentes pela libertação Nacional. Assim, o dia 2 de Março é denominado o dia da mulher angolana, em homenagem as cinco mulheres angolanas que deram suas vidas em busca da independência Nacional. Estas combatentes foram assassinadas no Zaire.

3.1 Deolinda Rodrigues Francisco de Almeida

Tinha como nome de guerra “Langidila ” nasceu em Catete no dia 10 de Fevereiro de 1939, filha de um casal de professores primários era a terceira de cinco irmãos. Viveu em Ndalatando, Kaxicane, Catete, Dondo lugares onde seus pais destinavam a trabalhos religiosos.

Deolinda desde muito jovem escrevia muito, publicava seus poemas e novelas cujo tema sempre foi a pátria, Angola e o combate contra as injustiças que sofria o povo. Quando escrevia, refletia com facilidade, como quando falava, as suas ideias, opiniões e o seu ponto de vista sobre a disciplina, a honestidade, a unidade das forças revolucionárias, o trabalho entre os estudantes, a dignidade humana, desde pequena revoltou-se contra esta vida de humilhação, de miséria e opressão o que despertou nela um profundo sentimento patriótico.

Assim, graças estas capacidades foi possível o conhecimento de factos que fazem hoje parte da história da luta do povo angolano Participou desde muito cedo na criação de uma associação juvenil no seio da igreja metodista, que promoveu conferência e debates, Já nos anos cinquenta Deolinda dominava perfeitamente o kimbundo e a língua inglesa atributos que viriam a transforma-la numa das mais eloquente e perfeita intérpretes dos missionários americanos da igreja Metodista Unida. Foi por causa deste grande mérito de Deolinda que foram conduzidos para as elites políticas, desenvolvendo actividades com Amilcar Cabral , em Luanda e mais tarde com MPLA em 1961 no Brasil. Ingressou no MPLA pouco depois da sua constituição. Tinha tarefa de realizar reuniões e explicar os princípios do Movimento, traduzir documentos de inglês para português e vise versa muitos dos quais eram dirigidos para o exterior; preparar

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