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Fichamento: A política do Significado - Clifford Geertz

Por:   •  16/5/2018  •  Resenha  •  1.372 Palavras (6 Páginas)  •  593 Visualizações

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GEERTZ, Clifford. A Política do Significado. In: A Intepretação das Culturas. Rio de Janeiro: LTC, 2012, p. 135-145.

2. TEMA/OBJETO DE ESTUDO

        A vida política como reflexo das estruturas de significado presentes na teia de crenças abarcadas na cultura indonésia.

3. PROBLEMÁTICA

  • Como demonstrar que a política de um país reflete sua cultura em sociedades marcadas por uma construção política conturbada como no caso da Indonésia na primeira metade do século XX?

4. OBJETIVOS

  • Levar adiante, em cada caso imediato, uma visão particular, que alguns chamariam peculiar, do que seja a cultura, do papel que ela desempenha na vida social, e como deve ser devidamente estudada (p. 7).
  • Demonstrar outra perspectiva de ligar a política à cultura, sob um ponto de vista menos ansioso da primeira e menos estético da segunda, em particular em sociedades com construções políticas distintas do que vem a ser majoritário no Ocidente.

5. APORTE TEÓRICO E METODOLOGIA

        Geertz utiliza-se da pesquisa bibliográfica da literatura sobre o tema proposto no ensaio, isto é, autores que traziam informações pertinentes sobre a construção política na cultura indonésia e outros que discutiam as relações entre política e cultura, as quais ele problematiza, expondo assim sua perspectiva, baseada em sua visão das estruturas de significado baseada em uma análise temática (?) unida a uma ética da imprecisão (p. 136).

        Utiliza para tanto C. Holt (org. Culture and Politics in Indonésia, 1972), B. Dahm (Sukarno and the Struggle for Indonesian Independence, 1969), L. Fischer (The Story of Indonésia, 1959), H. Luethy, (Indonésia Confronted, 1965), entre outros. No que diz respeito a análise sociológica do fato dissertado, Geertz utiliza a perspectiva de Weber no que tange a institucionalização social das ideias para a promoção de sua existência material.

6. CITAÇÃO DAS PRINCIPAIS PASSAGENS, COM NÚMERO DE PÁGINA

“[...] A cultura, aqui, não são cultos e costumes, mas as estruturas de significado através das quais os homens dão forma à sua experiência, e a política não são golpes e constituições, mas uma das principais arenas na qual tais estruturas se desenrolam publicamente”. (p. 135)

“Cada estudo luta para retirar amplas generalizações a partir de exemplos especiais, para penetrar nos detalhes de forma suficientemente profunda para descobrir algo mais que um simples detalhe. As estratégias adotadas para consumar isso são, uma vez mais, muito variadas, mas o esforço desenvolvido para fazer com que os corpos paroquiais do material falem mais do que eles mesmos é uniforme. O cenário é a Indonésia, mas o objetivo, ainda muito distante para sustentar uma ambição, é a compreensão de como cada povo alcança a política que imagina”. (p. 136)

“[...] A principal tentação [EXPLICAR] a resistir é pular para conclusões e a principal defesa contra isso é reconstituir, explicitamente, os elos sociológicos entre temas culturais e desenvolvimentos políticos em vez de mover-se dedutivamente de um para o outro. As ideias — religiosa, moral, prática, estética — como Max Weber, entre outros, nunca se cansou de insistir, devem ser apresentadas por grupos sociais poderosos para poderem ter efeitos sociais poderosos: alguém deve reverenciá-las, celebrá-las, impô-las. Elas têm que ser institucionalizadas para poderem ter não apenas uma existência intelectual na sociedade, mas também, por assim dizer, uma existência material. (p. 137)

“[...] Essa espécie de mudança social da mente é muito mais fácil de sentir do que de documentar, não apenas porque suas manifestações são variadas e indiretas, mas também porque são hesitantes, marcadas por incertezas e contradições. Para cada crença, prática, ideal ou instituição condenada como atrasada, sempre surge uma, às vezes a mesma e pelas mesmas pessoas, que é considerada como a própria essência da contemporaneidade; para cada um atacado como estrangeiro, um, às vezes o mesmo, é ovacionado como a sagrada expressão da própria alma nacional.

Em tais assuntos, não há uma simples progressão do "tradicional" para o "moderno", mas um movimento sinuoso, espasmódico, não-metódico que se volta tantas vezes para retomar as emoções do passado como para repudiá-las”. (p. 140)

“Esse fato inegável e habitualmente negado — de que, qualquer que seja a curva do progresso, ele não segue uma fórmula graciosa — desarma qualquer análise da modernização que parta do pressuposto de que ela consiste na substituição do nativo e do obsoleto pelo importado e atualizado. Não é apenas na Indonésia, mas em todo o Terceiro Mundo — e em todo o mundo — que os homens são atraídos por um duplo objetivo: permanecerem eles mesmos e manterem o ritmo século XX, ou talvez superá-lo. [...] Aquilo que Abdullah diz dos minangkabau — que acomodar-se ao mundo contemporâneo exige "uma revisão contínua do significado da modernização", envolvendo "novas atitudes para com própria tradição e [uma interminável] procura de uma base conveniente de modernização" — é dito, de uma forma ou de outra, em cada um dos ensaios. O que eles revelam não é um avanço linear da escuridão para a claridade, mas uma constante redefinição de onde "nós" (camponeses, advogados, cristãos, javaneses, indonésios...) estávamos, onde estamos agora, e para onde vamos — imagens da história grupai, do caráter, evolução e destino que têm apenas que emergir para serem objeto de luta”. (p.141)

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