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RESENHA - Clifford Geertz, Pessoa, Tempo e Conduta em Bali (A Interpretação das Culturas)

Por:   •  9/10/2016  •  Resenha  •  1.023 Palavras (5 Páginas)  •  1.269 Visualizações

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A. Aula 2 – Clifford Geertz, Pessoa, Tempo e Conduta em Bali (A Interpretação das Culturas)

A Natureza Social do Pensamento

O autor parte do pressuposto que o pensamento é, por natureza, social, em sua origem, função, formas e aplicações. A partir disto, Geertz se interessa por descobrir o que o povo bali pensa sobre as pessoas.

O Estudo da Cultura

O autor afirma que para se compreender a cultura é necessária a análise da organização social, suas formas institucionais e os sistemas de ideias que as animam, mas também a natureza das relações existentes entre elas. Assim, para compreender a atitude que um vassalo tinha perante seu senhor, deve-se também estudar qual era sua atitude perante Deus, pois a cultura cristã era onipresente neste período.

Geertz afirma que o pensamento humano pode ser positivamente estudado como uma ciência empírica. Senso o pensamento consiste num “tráfico de símbolos significantes” faz com que a cultura seja analisável e medida como o peso atômico do hifrogênio ou a função das glândulas supra-renais. Então, é por intermédio dos padrões culturais, que são amontoados de símbolos significativos, que o homem encontra sentido nos acontecimentos dos quais ele vive, pois ele enxerga tudo sob os “óculos” de seus símbolos institucionalizados. A cultura é a totalidade dos padrões e, sendo assim, a maquinaria que os indivíduos e grupos empregam para orientar a si mesmos no mundo. Geertz acredita na possibilidade de um método específico para descrever e analisar os acontecimentos sob a ótica de um membro representativo de determinada cultura, como uma fenomenologia cientifica da cultura.

As Ordens Balinesas da Definição-Pessoa

Nomes pessoais – os balineses têm nomes pessoais, mas raramente os usam, tanto para referirem-se a si mesmos quanto para os outros, sendo até mesmo um sacrilégio referir-se a seus antepassados pelo nome pessoal. Os nomes são construções silábicas sem lógica e sentido inerentes. Não indicam filiação ou qualquer outra coisa, sendo o último recurso para diferenciar uma pessoa das outras, quando todos os outros nomes e/ou titulos já se esgotaram.

Nomes na ordem de nascimento – são os termos usados pela população para classificar a ordem estrutural familiar. São determinados pela ordem de nascimento (em relação aos irmãos de um casal), sendo o primogênito Wayan, o segundo Njoman, terceiro Made e Ktut para o quarto. Do quinto irmão em diante a ordem vai sendo repetida. Em situações em que há muitos Wayans, por exemplo, chama-se o indivíduo de Wayan + seu nome pessoal. Não são usados para pessoas que têm filhos. Esses termos de nascimento não carregam, em si, pressupostos de qualidades psicológicas ou físicas.

Nomes de parentesco – os parentes são classificados de acordo com a geração que eles ocupam em relação à sua própria. Irmãos, meio-irmãos e primos são classificados da mesma forma, mãe, pai e tios, idem. A família é classificada em camadas geracionais. Estes termos não são usados como forma vocativa. A criança, assim que atinge suficiente idade para compreensão, começa a chamar seus pais pelo tecnônimo, enquanto que elas são chamadas pela ordem de nascimento.

Tecnônimos – os tecnônimos são a principal forma vocativa da sociedade balinesa. Os indivíduos que têm filhos são designados como “Pai de...” ou “Mãe de...”, sendo usado o nome do filho mais velho. A terminologia muda para “Avô de...” quando nasce o primeiro neto e assim por diante. Este modo de classificação demonstra a importância da procriação, ao invés do casamento, na construção da identidade. Em virtualmente todas as atividades locais, o casal pai-mãe participa como uma unidade. Este status confere uma posição na sociedade comparável à concepção de cidadania. Nesta lógica, o que importa não é a capacidade reprodutiva ou a quantidade de filhos que se tem, mas a continuidade reprodutiva que é considerada. É importante notar que o indivíduo não é percebido como o “descendente de fulano” mas, sim, o “ancestral de sicrano”.

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