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GERAL E BRASIL

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Por:   •  18/11/2013  •  Tese  •  5.717 Palavras (23 Páginas)  •  466 Visualizações

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BREVE ESTUDO DA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO:

GERAL E BRASILEIRA

Maria Lúcia Wochler Pelaes1

“As dificuldades práticas só podem ser definitivamente resolvidas através da prática e da experiência cotidianas. Não será um conselho de sociólogo, mas as próprias sociedades que encontrarão a solução.” Émile Durkheim2

RESUMO

Este artigo tem por escopo apresentar, de forma bastante breve, as linhas gerais da educação através da história, traçando uma trajetória linear que aponta para a mudança no sistema de ensino primitivo e comunitário, para o sistema escolarizado que oscilou entre laico e confessional. Tal objetivo é delineado sob a consciente dificuldade que é falar da História da Educação, pretensamente resumindo-a, porém enquanto tarefa cronológica pode ser avaliado como um ensaio que contribui para uma visão geral da história da educação, em diferentes contextos históricos, no conjunto das relações sociais, sempre mutáveis.

Palavras- chave: Educação, História da educação, Educação brasileira.

INTRODUÇÃO

É importante analisarmos a trajetória que o processo educacional tomou através dos tempos, para que possamos entender o curso que a educação e o ensino escolar traçam nos tempos atuais, como fator dinâmico, que tanto resulta de um processo de construção cultural quanto de um processo em mudança permanente, que dialeticamente influencia os moldes sociais de formação do cidadão e é influenciado por paradigmas construídos socialmente e que representam um ideário que tece a trama das políticas geradas e retro-alimentadas no cenário polêmico da educação mundial e nacional.

Ao estudarmos a História da Educação percebemos que, em linhas gerais, a educação primitiva não se pautava pelo modelo escolar, como acontece atualmente. O surgimento da escola, entretanto, não significa que todos terão acesso a ela, processo que só será efetivado, na Europa, nos séculos XVIII e XIX. No Brasil, este acesso só será implantado na segunda metade do século XX.

Há também mudanças significativas quanto ao espaço da educação, como algo que pode transcender ao ambiente formal de ensino, extrapolando para modelos e modalidades de ensino que acontecem no dia-a-dia da sociedade, sendo o ensino escolar apenas uma fonte formal de ensino, paralelamente administrada ao ensino informal e não-formal, em perspectivas atuais.

1. A educação primitiva e o surgimento de um modelo escolar

A educação primitiva baseava-se na transmissão oral dos costumes, hábitos e tradições, através de um método de ensino natural, que acontecia em meio às atividades cotidianas, com o envolvimento de toda a comunidade. Era uma educação pragmática, voltada para o aprendizado de atividades, habilidades e comportamentos necessários à sobrevivência da criança e do jovem, sendo única e igual para todos. sendo a da criança e do jovem.ondiçnservam o md comportamentosidianas, entre os membros da comunidade. 2020202020202020202020202020202020202020202020 A escola era a aldeia, tal quais certas tribos indígenas brasileiras que ainda hoje, conservam o método de educação primitiva, muitas ainda, na condição de ágrafas. Para Brandão (2007, p. 18-19), baseado na citação de Durkheim3, o modelo de educação tribal é baseado numa educação difusa, sendo administrada por todos os elementos do clã, de tal forma que:

“Todos os agentes desta educação de aldeia criam de parte a parte as situações que, direta ou indiretamente, forçam iniciativas de aprendizagem e treinamento. Elas existem misturadas com a vida em momentos de trabalho, de lazer, de camaradagem ou de amor.”

Segundo Aranha (2006, p. 34): “De maneira geral as sociedades tribais são predominantemente míticas e de tradição oral”.

Conforme a autora as primeiras comunidades que desenvolveram sistemas de educação, se basearam, inicialmente, na tradição, perpetuando valores e comportamentos através das gerações, principalmente nas sociedades ágrafas, marcando um processo de transmissão oral.

Maria Lúcia Aranha (2006, p. 35), comenta que em tais sociedades primitivas: “Os mitos e os ritos são transmitidos oralmente, e a tradição se impõe por meio da crença, permitindo a coesão do grupo e a repetição dos comportamentos considerados desejáveis”.

Nas sociedades primitivas, a educação compunha um tradicionalismo pedagógico, através de diferentes tendências religiosas. A educação primitiva era integrada a vida cotidiana, através de um ensino prático e informal, praticado por toda a comunidade.

Tais características me lembram a educação indígena, nas tribos brasileiras. Há uma comunidade em Itatiba, onde realizei as orientações do mestrado. Nela há quem estude formalmente, na universidade, porém muitos permanecem num sistema primitivo, liderado pelos anciões da tribo.

O modelo escolar baseado numa educação sistematizada surgiu no momento em que a educação primitiva foi perdendo progressivamente seu caráter unitário e integral entre a formação e a vida, o ensino e a comunidade. A escola não é mais a aldeia e a vida, funcionando num lugar especializado onde uns aprendem e outros ensinam.

Conforme Aranha (2006, p. 45):

“Quando as sociedades se tornaram mais complexas, vimos que a divisão se instalou no seio delas: as mulheres, confinadas no lar, passaram a ser dependentes dos homens, os segmentos sociais se especializaram entre governantes sacerdotes, mercadores, produtores e escravos, criando-se uma hierarquia de riqueza e poder. Essas mudanças exigiram uma revolução na educação, que deixou de ser igualitária e difusa, portanto acessível a todos, como nas tribos. Enquanto alguns eram privilegiados, o restante da população não tinha direitos políticos, nem acesso ao saber da classe dominante.”

A educação institucional propriamente dita, isto é, realizada em instituições de ensino ocorreu conforme houve a exigência social de educação formal. Já no Egito antigo, existiam Casas de Instrução, lembrando que por muito tempo, só a nobreza tinha acesso a tal educação. Apesar da institucionalização, nesse sistema, segundo Aranha (2006), não existiam prédios específicos para essa função, mas funcionavam em templos e algumas casas. A educação era fundamentalmente baseada na tradição e na memorização, num sistema mnemônico que se identificava como uma

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