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Gestão De Redes De Cooperação Na Esfera Pública

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Por:   •  31/1/2014  •  5.339 Palavras (22 Páginas)  •  2.511 Visualizações

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Capitulo 1

Gestão de Redes de Cooperação na Esfera Pública

De forma geral, redes podem ser entendidas como conjunto de entes, no caso das organizações, com objetivos semelhantes e que atuam de forma integrada, porque dessa forma os resultados obtidos são otimizados.

Para muitos estudiosos, a cooperação é um pressuposto das redes interorganizacionais, por esse motivo não seria necessário explicitá-lo, mas podemos encontrar outros tipos de redes que não apresentam a cooperação como ideia-força. É o caso de redes de elementos físicos: energia, computadores, entre outros.

E, na esfera pública, significa que essas redes operam em um ambiente bem delimitado, que é o espaço da prestação de serviços públicos.

Redes: Características

De acordo com Cunha (2003), que analisou as características das redes, alguns aspectos são comuns em diversos conceitos. São eles:

• ação orientada para lógica coletiva;

• estabilidade temporal; e

• flexibilidade de arranjos.

No caso da primeira característica, podemos analisar três perspectivas não excludentes: a econômica, a social e a política.

Ganhos sinérgicos por perspectiva

Objetivo / Lógica

Coletiva da Rede Econômica Social Política

Redução dos custos de transação. Busca da efetividade. Cumprimento das Metas de governo

Valorização do capital/rentabilidade. Valorização do capital social. Valorização do capital político.

• Custo de transação: custo relacionado com os procedimentos de contratação entre as organizações e que envolvem: negociação, elaboração e administração de contratos; obtenção, processamento e disseminação das informações; gestão da relação com agentes envolvidos nas transações; solução de disputas contratuais; entre outras.

• Efetividade: critério que permite analisar quanto as ações da rede produziram relativo aos resultados, aos efeitos e aos impactos desejados.

• Capital social: aspectos da organização social, como redes, normas e confiança, que facilitam a coordenação e a colaboração para benefício de todos os atores, tanto internos como externos, envolvidos no funcionamento dessas organizações (PUTNAM, 2002).

• Capital político: indica o reconhecimento social que permite que grupos sejam aceitos como atores políticos e, portanto, capazes de agir politicamente.

No caso da esfera pública, o sistema de produção, caracterizado pela ação individualizada de órgãos da estrutura estatal, vem apresentado, ao longo do tempo, participação decrescente na prestação de serviços públicos, e a participação de redes externas aparece como fundamental para o atendimento integrado e centrado no cidadão.

As redes podem ser classificadas considerando múltiplos critérios, como os atores envolvidos, a horizontalidade/verticalidade, a formalidade/informalidade, entre outros.

Para compreendermos melhor esse assunto, vamos explicitar o significado do Mapa de Orientação Conceitual para a Classificação das Redes, a partir de quatro tipologias básicas:

• Redes verticais (dimensão da hierarquia): certas redes têm clara estrutura hierárquica. Segundo Marcon e Moinet (2000 apud BALESTRIN; VARGAS, 2002), essa configuração é utilizada, por exemplo, pelas grandes redes de distribuição que adotam a estratégia de redes verticais para estarem mais próximas do cliente, como as grandes redes de distribuição integrada, de distribuição alimentar e bancos. Em geral, essas relações são semelhantes às estabelecidas entre matriz/filial, em que as filiais possuem pouca autonomia jurídica e administrativa. A essa dimensão hierárquica está implícita a ideia de empresa em rede, com a qual são designadas as empresas cuja organização adota a configuração de rede por causa da dispersão espacial.

• Redes horizontais (dimensão da cooperação): as redes de cooperação interorganizacionais são compostas de empresas que guardam, cada uma, sua independência,mas optam por coordenar certas atividades específicas conjuntamente, com os seguintes objetivos: criação de novos mercados, suporte de custos e riscos em pesquisas e desenvolvimento de novos produtos, gestão da informação e de tecnologias, definição de marcas de qualidade, defesa de interesses, ações de marketing, entre outros. Essas redes constituem-se sob a dimensão da cooperação de seus membros, que escolhem a formalização flexível para melhor adaptar a natureza de suas relações.

• Redes formais (dimensão contratual): Knorringa e Meyer-Stamer (1999) argumentam que algumas redes são formalizadas por meio de termos contratuais, que estabelecem regras de conduta entre os atores. Redes como as alianças estratégicas, os consórcios de exportação, as joint ventures* - associação de duas ou mais organizações visando ainvestir em um projeto para alcançar objetivos bem-definidos.) e as franquias são exemplos de redes fortemente formalizadas.

• Redes informais (dimensão da conivência): as redes de conivência permitem os encontros informais entre os atores econômicos (empresas, organizações profissionais, instituições, universidades, associações etc.) portadores de preocupações semelhantes. Esses encontros possibilitam a troca de experiência e de informação sobre as bases da livre participação. Para Marcon e Moinet (2000 apud BALESTRIN; VARGAS, 2002), as redes de conivência também permitem criar uma cultura de cooperação e de auxílio ao estabelecimento de relações interempresariais mais frequentes e estruturadas. Nessa dimensão, as redes são formadas sem qualquer tipo de contrato formal que estabeleça regras; as redes agem em conformidade com os interesses mútuos de cooperação, baseados, sobretudo, na confiança entre os atores.

Para a esfera pública, grande parte das redes interorganizacionais situa-se, inicialmente, no quadrante Hierárquica (rede vertical) e no Contrato (rede formal) e busca atuação mais flexível e democrática crescendo, por meio de parcerias, para outros quadrantes.

De acordo com Castells (apud BALESTRIN; VARGAS, 2002), é necessária a presença de determinados fatores para a consolidação das Redes Interorganizacionais, tais como:

• Conectividade: facilidade de comunicação sem ruídos entre os elos/integrantes

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