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INTERDISCIPLINARIDADE: DESAFIOS E POSSIBILIDADES NO ÂMBITO DA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

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Por:   •  23/8/2014  •  2.412 Palavras (10 Páginas)  •  634 Visualizações

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Gizeli Filius1

Rosilda Kirshner Rosa de Almeida2

Ainda que os saberes coexistam, a sociedade capitalista os torna isolados e competitivos também na relação entre profissões de diferentes áreas. Cada profissão com sua especificidade prospera, empodera-se e torna-se

propriedade do saber e do poder. Contra este tipo de racionalidade, faz-se ne- cessário romper com a particularidade e desenvolver formas de compreensão da totalidade de novos saberes.

A natureza das práticas de intervenção social no Serviço Social propõe uma postura interdisciplinar, ainda que seja como espaço de complementação de conhecimentos empíricos e científicos. Destaca-se que o Código de Ética do Serviço Social prevê que o/a Assistente Social deve trabalhar interdisciplinar- mente e ainda incentivar práticas interdisciplinares. Por isso, este estado de interlocução entre as diversas áreas afins concretizam a função ético políti- ca da profissão de garantir o pluralismo comprometendo-se com o constante aprimoramento intelectual.

Esta forma de ver a profissão reafirma a necessidade de superação de práticas impetradas no isolamento que prejudicam e submetem a um reducio- nismo ativista e a um retrocesso da prática profissional.

A importância do Serviço Social estar ligado a outras áreas lhe confere um caráter de interlocutor com o diferente e lhe possibilita uma abrangência de opiniões e soluções, o rompimento de vícios e a flexibilidade de intervir sem a rigidez de se deparar com verdades que se julgavam absolutas. Por certo vai lhe permitir compreender diferentes metodologias e possibilitar outras formas de ver e pensar a sua intervenção. Por isso precisa ter consciência da relevância de que

1FILIUS, Gizeli. Graduada em Serviço Social pelas Faculdades Integradas do Brasil - UNIBRASIL. Cursando especialização em “Questão Social na perspectiva interdisciplinar” pela UFPR. Assistente Social CRESS/PR

9509, participante da Câmara Temática da Assistência Social.

2ALMEIDA, Rosilda K. Rosa de. Graduada em Serviço Social pela Universidade Norte do Paraná- UNOPAR. Cursando especialização em “Questão Social na Perspectiva Interdisciplinar pela UFPR”. CRESS/PR 7678, Assistente Social da Fundação de Ação Social, participante da Câmara Temática da Assistência Social.

o processo da interdisciplinaridade trará vários determinantes que possibilitarão uma atuação ampliada da realidade, lhe possibilitando desenvolver habilidades, contrapondo uma postura simplista. Para tanto, enfrentam-se muitos desafios, que passam pela compreensão das lógicas dos setores heterogêneos das ciências, pela reciprocidade e pelo intercâmbio de conhecimentos levando ao enriqueci- mento mútuo. Os reveses encontrados na interdisciplinaridade reforçam a neces- sidade de estudo, e de pesquisa da complexidade desta relação, considerando as questões éticas, técnicas/metodológicas, e privativas de cada disciplina/profissão.

Neste ponto deve-se ainda lembrar que o/a Assistente Social tem na sua origem uma exigência com o saber ético, técnico e profissional pela visão ampla que sua formação lhe confere e que lhe permite ser crítico e propositivo, interlocutor nato e, portanto estar voltado para uma postura interdisciplinar dentro da sua atuação profissional, no que Martinelli et al. (1995) considera dotado de: “um novo saber ético e social”.

Em face às transformações sociais e à globalização mundial, espe- ra-se que o/a Assistente Social encontre respostas sólidas diante das diversas expressões da questão social. Nesse sentido uma postura interdisciplinar se apresenta como uma possibilidade de compartilhamento de conhecimentos, de intercambio de saberes, uma forma de transpor fronteiras, a integração que a contemporaneidade exige.

Assim o debate sobre a interdisciplinaridade suscita em muitas ques- tões sobre a sua evidência, no campo conceitual e no modo de operaciona- lizá-lo. Ainda que o fenômeno interdisciplinar esteja em “voga”, tal assunto merece ser melhor elucidado para se escapar do modismo e para se conceber uma mudança de paradigmas teórico-prático da profissão.

No que se refere às especificidades das profissões e as especialida- des das áreas, o Código de Ética profissional do/a Assistente Social prevê, no âmbito do trabalho em equipe, o sigilo profissional, isso deve ser levado em consideração tratando-se o assunto com o entendimento de uma “postura profissional” que detém a sua particularidade, porém não se abstém de visio- nar um entendimento profundo do objeto e prática e dentro disso busca a um pluralismo de contribuições. Importante ressalva a ser feita sobre a interdisci- plinaridade é que ela não impede a função de cada disciplina e não incorpora a perda da identidade profissional. Ao contrário é um contributo para o que Carlos Montanõ considera a “reconstrução da totalidade do real”:

Na medida em que se entende que o objeto de estudo e intervenção de uma dada

profissão é construído a partir de certa “perspectiva” está é construída a partir de uma

relação que o sujeito estabelece com a realidade, mediada pelo projeto profissional e na medida em que se suponha que esta dita “perspectiva” própria a cada profissão, demarca sua “especificidade”, então estará se realizando também um “recorte” da realidade. Recorte este que, no entanto, poderá nesta perspectiva “reconstruir” a tota- lidade do real desde que se trabalhe interdisciplinarmente. (MONTANÕ, 2007, p.134)

Nos dias atuais, a Política de Assistência Social é um exemplo de plu- ralismo na atuação profissional interdisciplinar, entendendo as demandas que surgem e impõem aos profissionais um diálogo diário e constante a fim de in- tervir com a realidade sob a ótica de múltiplos olhares. Tendo em vista que tais relações de trabalho e diálogo interdisciplinar entre diferentes profissionais tornam-se muitas vezes numa dinâmica de desconhecimento de habilidades e possibilidades, já que um torna para o outro um desafio dada as diferentes naturezas de formação e conhecimento teórico.

Tantos são os conjuntos articulados de questões que envolvem o pro- cesso da relação interdisciplinar e em via de regras o aprendizado com as di- ferenças de cada profissão parece ser um desafio para o/a Assistente Social.

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