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MARTINELLI, Maria Lúcia. Serviço Social. Identidade E Alienação.

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Por:   •  14/7/2014  •  889 Palavras (4 Páginas)  •  5.161 Visualizações

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Capitulo II: Os ardis do capitalismo.

 Retração do capitalismo e avanço do movimento operário.

Nesta primeira parte a autora expõe preliminarmente sobre como o regime capitalista foi capaz de alterar tudo o que estava à sua volta no século XIX, com a sua expansão é possível observar desigualdade, posse privada de bens e exploração da força de trabalho da classe operária (o ultimo citado ela irá salientar bastante).

Com valorização do capital a classe burguesa era privilegiada, e com isso causava o empobrecimento do proletariado devido ao exército industrial de reserva – grande demanda de trabalhadores para poucas vagas, causando diversas insatisfações.

Conforme essas insatisfações foram intensificando: “A ordem social produzida pela burguesia dava sinais de enfraquecimento; a união dos sindicatos nacionais produzira um sentido de coesão tão forte entre os trabalhadores que eles já não se intimidavam mais com as ameaças e ações repressivas e punitivas, assim como não se deixavam envolver por discursos líricos e pueris sobre a igualdade e a harmonia entre as classes” (P. 71).

Na citação de Max e Engels na qual diz: “As armas das quais a burguesia se valeu para derrubar o feudalismo voltam-se agora contra ela própria” (P.72), a autora quer mostrar que a partir do instante que uma classe social é capaz explorar uma massa considerada inferior, tal massa se une em interesses comuns a fim lutar para de obter seu ideal. Ou seja, era o que estava ocorrendo com o proletariado.

Duas expressões destacam os movimentos do proletariado segundo Marx: “classe em si” e “classe para si”

- “Classe em si”: primeira concepção de transformar seus movimentos de modo que se tornem movimentos políticos, de classe.

-“Classe para si”: a união de diversos interesses em comuns e constitui uma classe de fato, o proletariado.

No momento que tal classe reconhece sua verdadeira importância para o capitalismo, ganham força e consolidam sindicados.

 Acumulação da pobreza e expansão do Serviço Social.

No século XVI a Lei do Cercamento destacava com o intuito de obter trabalhadores nas indústrias capitalistas.

- “Lei do Cercamento”: os proprietários rurais tinham o direito de cercar suas propriedades no qual impedia a entrada dos camponeses. Já que, não havia outro modo de subsistência eram obrigados a vender sua força de trabalho nas cidades.

A quantidade de camponeses se destacava tanto que os próprios capitalistas se beneficiavam. Em virtude da concorrência daqueles que necessitavam trabalhar, possivelmente os salários podiam permanecer baixíssimos.

O exército industrial aumentava absurdamente e consequentemente a pobreza. Em países europeus, para os governantes, a tal pobreza era encarada como um fato de risco para o equilíbrio social em vista disso procuravam sempre mantê-la submissa e controlada, segundo a autora.

Martinelli comenta que se a pobreza é considerada um problema de caráter e aqueles que pediam esmolas na rua, vadios, eram considerados incapacitados de realizar avanços na mobilidade social na visão da classe dominante.

Uso das máquinas - economia de trabalho humano, ou seja, mão-de-obra com índices maiores que a própria demanda.

Outra visão da classe dominante sobre a pobreza: mal necessário ao capitalismo. Deveria mantê-la sob controle a fim de não afetar à expansão do capital.

A Igreja se posicionava ao lado da burguesia sobre o “modo capitalista de pensar”, era uma lei natural.

A autora cita uma análise feita pelo pastor Townsend sobre a denominação da Lei dos pobres: “Parece uma lei natural que os pobres até certo ponto sejam imprevidentes, o que proporciona a existência de indivíduos para exercerem os ofícios mais servis, mais sórdidos e mais ignóbeis da comunidade. O cabedal da felicidade humana é ampliado quando os mais delicados ficam isentos do trabalho servil e podem realizar sua vocação superior sem interrupções (...). A lei de assistência aos pobres tende a destruir a harmonia e a beleza, a simetria e a ordem desse sistema que Deus e a natureza criaram no mundo” (1982,1. 1,v.2: 750) (p.83).

Outros diziam que seria correto se naturalizassem a pobreza e “(...) O saber aumentar e multiplica nossos desejos, e quanto menos um homem deseje mais fácil é satisfazer suas necessidades” (1982, 1. 1, v. 2: 715) (p.83) citação do Bernad de Mandeville.

A Sociedade de Organização da Caridade é criada para práticas de assistências, nasce na Inglaterra. Tal assistência tinha o objetivo de manter os trabalhadores submissos e controlar a pobreza e a questão social.

A questão Social ameaçava e se expressava de duas maneiras:

- Política: devido o movimento dos trabalhadores que avança bruscamente.

- Social: generalização da miséria e aumento da pobreza.

Com a taxa de aumento do pauperismo não era mais dever apenas de iniciativas particulares ou da igreja precisava mobilizar o próprio Estado é neste instante que o Serviço Social destaca.

“Os ardis do capitalismo se presentificam de forma nítida nessa operação, através da qual a burguesia se apropria não só da prática social, mas também de seus agentes” (p.89) Segundo a autora, estas tais práticas deveriam contribuir com a expansão do capital e a ampliação da produção capitalista, alienando certamente os praticantes do Serviço Social. Pode-se dizer que a burguesia “moldava” os agentes.

Tal alienação que eram obrigados a revalidar através do “fetichismo” de suas práticas, o agente social infelizmente não podia assumir coletivamente o sentido histórico da profissão, levando o proletariado visualizar suas práticas como indefinidas e não objetiva.

-“Fetichismo”: práticas artificiais ou fictícias

“A prática social era, na verdade, uma prática plena de abstrações” (p.91)

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