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Mannheim sobre a Sociologia do Conhecimento

Artigo: Mannheim sobre a Sociologia do Conhecimento. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  13/11/2014  •  Artigo  •  1.856 Palavras (8 Páginas)  •  208 Visualizações

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Durante alguns séculos, as ciências físicas e naturais assumiram uma superioridade na esfera do conhecimento, sendo privilegiadas no campo da ciência , dentro de uma cosmologia matemática e mecanicista. O conhecimento dentro dessas ciências tido como “verdadeiro” ,tendo como fonte metodológica o positivismo, denominado também como abordagem quantitativa. Esse método tornando-se referência no campo científico, exercendo uma espécie de “ditadura do conhecimento”, servido como modelo, para todas as áreas do conhecimento que não possuíssem os mesmos pressupostos epistemológicos. Ao longo dos séculos esse processo passou a ser questionado por cientistas sociais , que faziam uso da abordagem qualitativa , e passaram a indagar o método de investigação dessas ciências físicas e naturais , questionando se esse deveria continuar servindo como modelo de referência para o estudo dos fenômenos humanos e sociais.

No início do século XX apareceu a primeira forma de análise sistematizada sobre a ciência através da sociologia, com a Sociologia do Conhecimento desenvolvida por Karl Mannheim. Essa que faz uma análise e procura repensar a epistemologia desenvolvida pela Teoria do Conhecimento na Modernidade Iluminista, e tem como objetivo a superação das demarcações rígidas impostas pela via das Ciências Naturais. Ao mesmo tempo que a sociologia do conhecimento contribui para a formação de um novo campo de abordagem científica, ela também contribui para o distanciamento dos referencias positivistas de Comte e Durkheim.

Mannheim fundamenta seu projeto de criação da sociologia do conhecimento seguindo os molde de Lakatos , e através de suas concepções a respeito da origem da sociologia do conhecimento e seus métodos utilizados para se conhecer como esse conhecimento foi produzido, constrói o núcleo duro , que seria sustentado por pressupostos ,que são amparados por correntes de pensamento. Essas dando suporte para formação de um “cinturão de proteção” ao redor desse núcleo duro .Ele concentra seu projeto estudo de um Método Sociológico para compreender o problema de como os homens pensam, nos contextos concretos da vida cotidiana como resultado da ação coletiva. Este método seria o da Sociologia do Conhecimento, tendo por tese que os modos de pensamento não serão adequadamente compreendidos enquanto permanecerem obscuras as suas origens históricas e sociais.

Na construção de seu projeto de pesquisa Mannheim teve dois grandes referencias teóricos o marxismo e o historicismo . Sendo retirado da influência do marxismo, o pressuposto da Sociologia do Conhecimento que segundo ele pode ser preenchida pelo o condicionamento social do pensamento. Afirmando que o pensamento se dá, em especial no caso do pensamento científico, determinado pelo contorno social, sendo inseparável de uma temporalidade histórica . Esse pressuposto introduzido da noção de ideologia apresentada

por Marx e Engels. Mannheim afirma que a noção de ideologia significa, antes de suas conseqüências políticas, o fato de que o pensamento aparece sempre pré-determinado pelos interesses de um grupo dentro da esfera social. E segundo ele a uma a possibilidade

de existir uma verdade histórica que será capaz de se sobrepor a essas manifestações ideacionais que surgem do jogo de interesses e que formam na sociedade um campo de disputa. Mannheim ainda complementa que toda forma de pensamento que deriva do tecido

sócial das fragmentações causadas pelas disputas dos grupos é, em parte, desde sempre ideológico, pois na tentativa de expandir seus interesses , tentam impor sua condição social.

. Ao introduzir o materialismo histórico do marxismo, Mannheim afirma que o conhecimento não é só historicamente relativo, mas é também socialmente relativo, com relação a certas condições do ser social, especialmente, das classes sociais. A perspectiva teórica fundante da Sociologia do Conhecimento vendo a sociedade como o resultado da combinação de inúmeros grupos sociais,os quais apresentam um pensamento diferenciado, de acordo com

o lugar ocupado na própria sociedade. Podemos afirma que tanto o marxismo, ao fornecer uma base material/social para o pensamento, quanto o historicismo, ao retirar a possibilidade de determinismo da história, foram influências centrais para a Sociologia do Conhecimento.

Distancia-se de Marx no sentido que não pretende combater ou negar tais construções dos sujeitos, ou ainda, de suas construções teóricas (explicativo). O centro de sua teoria sendo compreender a perspectiva do sujeito, relacionando a estrutura social e teórica por meio da observação do ambiente de existência. Mannheim ainda observa que Marx , ao pensar a determinação social , se limitara a pensá-la em termos de uma sociologia do erro, por suas ideológicas, constituíam uma falsa consciência, objetivamente comprometida com estruturas de dominação econômicas e po¬líticas, não conhecimento confiável acerca do mundo social. E afirma que Marx permanece ainda muito próximo da reflexão epistemológica tradicional ao associar o erro ao enraizamento sócio-histórico da vida intelectual. E vai buscar no historicismo hermenêutico um modo de interpretar a formação da sociedade e, ao mesmo tempo, um suporte para a elaboração da Sociologia do Conhecimento.

Embora ocorra esse distanciamento ao marxismo , podemos afirma que o marxismo foi de extrema importância para os estudos de Mannheim, pois forneceu uma base material/social para o seu pensamento. Também podemos destacar a importância quanto o historicismo, ao retirar a possibilidade de determinismo da história. Essas duas teorias sendo influências centrais para a Sociologia do Conhecimento.

A abordagem teórica de Mannheim , surgindo de acordo com o contexto em que o autor se encontrava, no qual tal preocupação sobre a formulação teórica por parte do método epistemológico, era desconectada da observação do ambiente em que era criada, desconsiderando o fator vivencial, dando autonomia ao conhecimento e criando o que Mannheim compreendia por relativismo no que diz respeito à formulação do conhecimento científico. Era, portanto, idealista, pois não se preocupava com o processo vivencial e reflexivo, atendo-se somente a este último como elemento autônomo.

Em síntese , Mannheim fundamenta seu projeto de criação da sociologia do conhecimento, mas não responde as perguntas pertinentes feitas por ele , oferecendo base metodológica para responder estas perguntas. Ele se pergunta que fatores materiais e intelectuais possibilitam pensar o problema sociológico do conhecimento, o que garante a cientificidade

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