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O Feminismo Radical

Por:   •  4/5/2015  •  Artigo  •  3.116 Palavras (13 Páginas)  •  162 Visualizações

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Eu admito que esse post tem um título incandescente, mesmo que exista uma especificação importante. Eu vou deixar desse jeito mesmo, porque acho que as mulheres trans precisam levar essa noção em consideração seriamente. E a especificação é: mulheres trans precisam se afastar do feminismo se essa aliança tem a intenção ou efeito desproposital de descentralizar problemas que afetam mulheres nascidas fêmeas e/ou prejudicando a habilidade de mulheres nascidas fêmeas de nomear, descrever, se curar, e estrategizar contra a opressão patriarcal em que elas nasceram e ainda vivem sob. Quando mulheres trans (todas as nascidas com sexo masculino) se inserem no feminismo e exigem que o foco seja retirado dos problemas que afetam unicamente fêmeas, esse é um descarrilhamento sério. É anti-feminista e indistinguível do patriarcado como ele é. Aqui estão alguns exemplos.

Vice publicou um artigo de Paris Lees entitulado “I Love Wolf-Whisles and Catcalls – Am I a Bad Feminist?” (eu amo assovios e cantadas de rua – sou má feminista?). Neste artigo, Lees relutantemente admite que nem todas as mulheres tem que gostar de assédio de rua mas usa essa afirmação para acobertar seu ponto de que as mulheres que se incomodam com cantadas de rua estão exagerando. Ela afirma não se sentir ameaçada por homens que se aproximam com propostas sexuais, falhando em contextualizar sua reação com sua educação masculina. Isso é enganoso porque homens não crescem e passam seus anos de desenvolvimento sendi ensinados que eles tem que se manter sexualmente atraentes e disponíveis para homens do jeito que as mulheres são. Incrivelmente, ela reconhece que assério nas ruas pode e frequentemente machuca mulheres ainda lidando com traumas de estupro e/ou abusos, mas então expressa sua incerteza de que a normalização do assédio nas ruas reinforça a cultura do estupro. Para responder a pergunta de Lee, essa posição não faz dela uma má feminista, isso a torna anti-feminista.

Jos Truitt, diretora executiva no Feministing.com, rotineiramente se desvia de problemas femininos para focar atenção a problemas que afetam os corpos masculinos. Neste vídeo por exemplo, ela se refere aos requerimentos do estado para cirurgia fenital como pré-requisito para mudar sua documentação como “eugênicos” e insiste que este é um problema reprodutor feminino. Chamar esses requerimentos para cirurgia genital de eugênicos é inacurado e exagerado, e essa retórica prejudica pessoas trans, especialemten porque transsexuais que se submetem a esse tipo de procedimento para aliviar mitigar disforia o fazem voluntariamente trocando capacidade reprodutora por integridade física. Mas concebendo este assunto como questão dos direitos reprodutivos da mulher tira o ponto central dos esforços dos homens para controlar os corpos femininos e focaliza nos corpos masculinos. Mulheres trans que precisam preservar esperma antes de cirurgia genital não constituem uma questão de direitos reprodutivos femininos de maneira alguma. Isso é especialmente repreensível considerando que os direitos reprodutivos das mulheres estão constantemente sendo atacados. Contribuir com este cenário e chamá-lo de feminismo é inaceitável.

Jos Truitt e Julia Serano ambas se identificam como feministas enquanto desviam dos problemas reprodutivos da mulher (Julia Serano reclamando das discussões sobre métodos contraceptivos femininos aqui). Ambas também impulsionam o conceito anti-lésbico do Teto de Algodão. Essa insistencia de que mulheres são intolerantes se não querem realizar atos sexuais com ou sobreum pênis é homofóbica. É assustadoramente parecida com as maneiras que os homens heterossexuais que se sentem no direito de exigir sexo, demonizam as mulheres que dizem “NÃO”. Isso demonstra um escandaloso e pretencioso desprezo pela

autonomia sexual de mulheres consistente com a campanha de Serano e outras mulheres trans contra o direito das mulheres de traçar seus próprios limites.

Cristan Williams é uma grande proponente do termo “TERF”, usando como arma para silenciar e barrar mulheres que discordam da sua plataforma trans, insistindo que o termo exonera mulheres que aceitam as palavras de Williams sem reclamar. Para ser clara, esse é um exemplo de homem entrando num movimento feminino e exigindo poder para decidir quem é boa feminista e quem é má feminista. Isso não é somente a definição de privilégio masculino, como também uma tentativa de destruir o movimento feminista de dentro. O termo TERF causou rompimentos terríveis no feminismo e muitas feministas se encontram constantemente colocadas de lado e distraídas por argumentos derivados desse termo inventado com intenções deliberadamente divisivas. Williams também luta contra espaços seguros para mulheres continuamente negando a possibilidade de que vagas regras de identidade de gênero abrem portas para homens abusivos propositalmente victimizarem mulheres nos espaços que deveriam ser seguros para elas. Williams rotineiramente reage à relatos dessas situações encontrando buracos nas histórias dos autores desses relatos, desacreditando as fontes e culpando “TERFs” ao invés de considerar a ideia de que uma abordagem mais variada e balanceada às legislações e políticas beneficiariam tanto mulheres cis como trans.

Existem diversos outros exemplos só da Cristan Williams (demonizando interessantes e importantes pensadoras feministas pelas suas visões em transsexualidade e encorajando feministas a boicotar importantes textos empoderadores no processo). Tem também Laurelai Bailey populatizando a hashtag #dearcisfeminism (#queridofeminismocis) para barrar e silenciar mulheres trans-críticas. Tem Sophia Banks encorajando pessoas trans a apropriar-se, atacar e desacreditar a hashtag #sharedgirldhood (#infânciafemininacompartilhada), roubando mulheres dos meios para descrever e criar vínculos partir de suas experiências opressoras crescendo sob o olhar do patriarcado.

Essas são as contribuições de mulheres trans para o feminismo. Isso precisa parar. Eu digo isso não porque odeio mulheres trans, mas porque me importo com mulheres nascidas fêmeas. Me importo em lutar contra o patriarcado ao invés de usá-lo contra mulheres. Feminismo não é algo que podemos simplesmente nos aproriar. Se não estamos abordando feminismo com empatia e respeito para aprender e apoiar, estamos prejudicando e precisamos deixá-lo.

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Por que você quer se parecer com um homem?

Posted on February 22, 2014 by juliadiv

[Texto de autoria de Laura Couto]

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