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O Grande Mídia e Mídia Alternativa na Cobertura das Manifestações de Junho de 2013 no Brasil

Por:   •  6/3/2024  •  Artigo  •  2.767 Palavras (12 Páginas)  •  39 Visualizações

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Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Instituto de Filosofia e Ciências Humanas

Departamento de Sociologia

Introdução à Sociologia

Grande Mídia e Mídia Alternativa na cobertura das Manifestações de Junho de 2013 no Brasil

Calane Taborda

Porto Alegre, 2015.

  1.  Introdução

Em junho de 2013 centenas de milhares de manifestantes ergueram suas bandeiras por todo o Brasil exigindo mudanças na política e nos rumos do país. A partir deste momento icônico para a história nacional, inúmeras questões despontaram, entre elas, a insurgência do povo percebendo sua voz e capacidade de fazer política, a ação da mídia cobrindo as manifestações, a repressão da polícia e a própria grandiosidade do fenômeno e seus impactos.

A mídia é um espaço de poder, e como tal, na sua capacidade de disseminar informação, pode influenciar fortemente a construção cultural e política de uma nação. O que foi visto em 2013 é que a mídia desvirtua-se de sua função original, de oferecer informações transparentes, distorcendo e manipulando os fatos da forma que melhor lhe convém.

Inicialmente, a reação da mídia tradicional perante as manifestações foi de atribuir-lhes um caráter violento e que, portanto, mereceria uma resposta igualmente violenta da polícia. À medida que o movimento tomou maiores proporções o discurso se alterou, tornando-se mais brando, ressaltando a qualidade pacífica dos protestos e de uma minoria agressiva.

Essa mudança na apresentação da informação pode ter se dado uma vez que a mídia percebe o uso político que poderia fazer de um movimento tão propício para manipulação como as manifestações de junho de 2013. Considere-se ainda que no ano seguinte ocorreriam eleições, e certamente o papel das grandes mídias cobrindo tais acontecimentos poderia ser fator decisivo para mudanças políticas de seu interesse.

Importante também é ressaltar a ação policial durante os protestos. A força policial utilizou-se muitas vezes de formas truculentas para lidar com os manifestantes, o que gerou justa indignação do povo. A atuação da mídia alternativa foi fundamental para trazer esses casos à tona, considerando que eram convenientemente esquecidos pela mídia tradicional.

Os eventos de junho de 2013 foram muito ricos nas suas múltiplas reivindicações e pela significância da voz popular ganhando força por todo o país. Nesse cenário a ação da mídia foi de suma importância, tanto a cobertura tradicional quanto a emergência de uma forma alternativa de informação.

  1.  Objetivo

Comparar a ação da mídia brasileira tradicional e alternativa na cobertura das manifestações de junho de 2013, haja vista a relevância de considerar a função social da mídia e sua participação na política nacional.

  1.  Sobre as manifestações

Em junho de 2013 uma multidão de milhares de cidadãos tomou as ruas do país. Manifestando sua indignação com diversos temas, o movimento pedia melhorias em saúde e educação, punições severas à corrupção e diminuição das tarifas do transporte público. Essa multiplicidade de reivindicações tornou difícil, num primeiro momento, compreender os manifestantes e o complexo fenômeno.

As diversas bandeiras que eram defendidas são o conjunto de insatisfações da população brasileira que anteriormente não eram ouvidas, e vieram à tona num rompante, assim que o povo percebeu seu potencial político e de reivindicação. Com o os slogans: “Vem pra rua”, “O gigante acordou” e “Não é por 20 centavos”, os manifestantes davam voz, enfim, a uma variedade de descontentamentos que há muito tempo eram represados.

É possível pontuar os protestos em três fases distintas. Começando pelas manifestações do MPL (Movimento Passe Livre) composta principalmente por estudantes, e convocadas para contestar os aumentos de tarifa no transporte coletivo. Em seguida a popularidade das manifestações aumentou, levando milhões de pessoas às ruas protestando por melhores serviços públicos. Logo após a explosão do movimento vem a fase das ações dos black blocs, que já não reuniam a grande massa popular.

Seguindo a onda de protestos, vários movimentos que já possuíam um histórico de lutas, incluindo alguns partidos políticos, juntaram-se às passeatas levantando suas bandeiras. A atitude foi prontamente reprimida por parte da população, que se considerava apartidária, e não sentia representada por tais grupos.

A grande repercussão se deveu em grande parte às mobilizações nas redes sociais que desempenharam papel fundamental em organizar eventos e disseminar informação. Através dessas mídias os protestos eram marcados, informações compartilhadas, denúncias de atos violentos eram expostas. As redes sociais supriram um papel que a mídia tradicional, emissoras de grande público e portais online de maior acesso, não foi capaz de realizar.

A reação extremamente agressiva da polícia frente aos manifestantes foi amplamente divulgada nas redes sociais e mídia alternativa, e causou grande revolta por parte dos cidadãos, inclusive levando muitas outras pessoas às ruas para protestar contra a violência e pelo direito ao protesto pacífico. Os casos de agressão foram comentados em nível internacional e, segundo a Anistia Internacional, as autoridades brasileiras foram abusivas usando de gás lacrimogênio e balas de borracha e ao prender manifestantes arbitrariamente.

  1. Grande Mídia e Mídia Alternativa no Brasil

A Grande Mídia é o termo usado para a mídia que mais influencia nos acontecimentos diários na vida de todos os cidadãos. A Grande Mídia apresenta várias características semelhantes no mundo todo, como a maneira de influenciar significativamente tanto questões políticas quanto questões sociais. A Grande Mídia tem como investidores as grandes empresas que “dominam” o acesso à informação que é passada para todos, para Sodré (2007), a mídia é a soma de suporte técnico, mercado e capitalismo transnacional.

A Grande Mídia Brasileira sempre teve um papel muito importante na formação de opinião tanto do povo quanto da classe média no país; Desde a carta de suicídio de Getúlio Vargas até publicações mais atuais como as manifestações de julho, a Grande Mídia esteva presente na formação da história. O problema é que a grande imprensa não, apenas, repassa informações, mas sim passa opiniões, como é patrocinada por grandes corporações (que exigem de todas formas o controle de tudo o que é publicado) a grande mídia brasileira muitas vezes tem tendências machistas, homofóbicas e geralmente elitista.  

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