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O Prícipe

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Por:   •  29/9/2014  •  691 Palavras (3 Páginas)  •  140 Visualizações

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3 OS CONCEITOS DE VIRTUDE E FORTUNA

Dois conceitos importantes que estão presentes na obra "O Príncipe" são os conceitos de Fortuna e Virtú. Maquiavel, em oposição ao Cristianismo e inserido na época do renascentismo italiano cria concepções que fogem da religião e entra em âmbitos filosóficos, para explicar a importância da fortuna e da virtude na vida dos Príncipes políticos.

3.1 Fortuna

Para os Cristãos a fortuna não era fonte de felicidade. A felicidade encontrava-se na moral dos indivíduos. Maquiavel mudou essa concepção cristã sobre a fortuna e utilizou características clássicas, que consideravam a fortuna uma deusa que possuía os bens que todos os homens desejavam: a honra, a riqueza, a glória, o poder. A fortuna deixa de ser uma conquista egoísta, para tornar-se instrumento de sorte.

A Fortuna não tem mais como símbolo a cornucópia, mas a roda do tempo, que gira indefinidamente sem que se possa descobrir o seu movimento. Nessa visão, os bens valorizados no período clássico nada são. O poder, a honra, a riqueza ou a glória não significam felicidade. Esta não se realiza no mundo terreno. O destino é uma força da providência divina e o homem sua vítima impotente.

Maria Tereza Sadek

Fortuna diz respeito às circunstâncias, ao tempo presente e as necessidades do mesmo, a sorte da pessoa. É a ordem das coisas em todas as dimensões da realidade que influenciam a política, é externa ao homem e desafia suas capacidades.

Maquiavel acreditava que afortunado era aquele que acomoda seu modo de proceder com as circunstâncias dos tempos e desafortunado aquele que entra em choque com seu proceder e os tempos que atravessam.

3.2 Virtú

Para Maquiavel, a virtú é a agilidade do governante em obter o sucesso pelos favores da fortuna, alcançando com a manutenção do poder, sem que seja relacionado à virtude religiosa. Sendo assim, a virtú era a esperteza política, o segredo de sucesso do príncipe.

Assim, a qualidade exigida do príncipe que deseja se manter no poder é sobretudo a sabedoria de agir conforme as circunstâncias. Devendo, contudo, aparentar possuir as qualidades valorizadas pelos governados. O jogo entre a aparência e a essência sobrepõe-se à distinção tradicional entre virtudes e vícios. A virtú pública exige também os vícios, assim como exige o reenquadramento da força. O agir virtuoso é um agir como homem e como animal. Resulta de uma astuciosa combinação da virilidade e da natureza animal.

Maria Tereza Sadek

Com isso, Maquiavel em um único livro altera toda a concepção de virtú e fortuna, tão comuns e incentivados na época. A virtú deixa de ser sinônimo de bondade para tornar-se esperteza e destreza pessoal, sendo que somente com a junção de virtú e fortuna, um príncipe seria capaz de manter-se no poder conquistado.

3.3 Considerações finais:

Maquiavel consegue mudar os conceitos de virtude e fortuna, e lança sobre eles um olhar crítico e prático, baseado em observações concretas e desprovido de dogmas eclesiásticos. Assim, não seria necessário ao príncipe ser um homem bom, devoto, cumpridor de suas promessas ao povo,

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