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O Suicídio Egoísta

Por:   •  16/10/2018  •  Resenha  •  871 Palavras (4 Páginas)  •  257 Visualizações

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Capítulo II – O suicídio egoísta

Em países católicos como Espanha e Portugal os índices de suicídio são bem mais baixos do que em países evangélicos/protestantes, como na Prússia e Dinamarca. A partir dessa constatação e para fugir de possíveis erros, Durkheim compara duas religiões no seio da mesma sociedade na intenção de determinar a influência do catolicismo e do protestantismo no suicídio. Durkheim examina as províncias da Prússia e chama a atenção para Suiça, pois lá a taxa de suicídio é entres os cantões católicos eram quatro vezes menores que entre os cantões protestantes, sendo que ambos habitam lá. Assim chega a conclusão que a ação do culto é tão poderosa, portanto domina todas as outras. Então, em toda parte a taxa de suicídio entre os protestantes quando comparada a outros fiéis, é bem mais alta.

Nas duas religiões (catolicismo e protestantismo) o suicídio é extremamente proibido com a mesma clareza por conta da autoridade do divino, o seu Deus. Daí já se tira que a possibilidade das taxas serem maiores por tratarem tal ato com alguma diferença.  

Uma das diferenças entre as religiões é que o protestantismo permite o livre exame de uma fora bem maior que entre os católicos. Os católicos já recebem uma fé pronta, enquanto o protestante recebe a bíblia em suas mãos e pode tirar suas próprias conclusões. Isso significa que o suicídio pode estar ligado com o espirito do exame.

Esse livre exame não vem a tona somente por conta da indagação, mas também pela necessidade de liberdade. Essa necessidade nasce da falência nas crenças tradicionais. A partir disto, Durkheim vai afirmar que o livre exame vai aumentar as cismas, mas também nasce dessas indagações, pois esse livre exame só é declarado para permitir que as cimas mais latentes se desenvolvam com mais liberdade.

Então, se protestantismo permite um pensamento individual, esse livre exame, mais que o catolicismo, é porque não se tem tantas práticas comuns. Uma assembleia religiosa não sobrevive sem o credo coletivo, quanto maior esse credo, mais forte ele é. Esse credo forte marca as maneiras de agir e pensar de um caráter acima de tudo, religioso. Com isso, a ideia de Deus acaba presente em todos os detalhes da vontade individual. Consequentemente, quanto menor for a integração deste grupo na vida do individuo, menor será a coesão. Chega-se a conclusão que os maiores números são dentre os protestantes se dá ao fato de que a Igreja está menos ligada a vida do individuo que na católica.

Durkheim vai explicar que a causa desse livre exame estaria na necessidade da liberdade frente à falência das crenças tradicionais; perda da eficiência das ideias e sentimentos tradicionais que possam dirigir sua conduta e sem um novo sistema de crença comum. Segundo Durkheim, a busca pela instrução nasce quando as crenças tradicionais e religiosas se enfraquecem, expandindo o individualismo. Para ele, o gosto pela instrução era maior entre os protestantes, por terem essa chance maior ao livre exame. Nesse contexto de crise das tradições, a ciência não é o mal, mas vista como o único remédio. As ciências não teriam influências para acabar com a religião, mas seria a única coisa que nós temos para lutar contra a dissolução de que ele resulta. Durkheim nos explica que calar e culpar a ciência não vai restaurar a autoridade das tradições desaparecidas.

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