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O conceito de uma descrição densa em Hirtz, do ponto de vista crítico de Roy Wagner

Artigo: O conceito de uma descrição densa em Hirtz, do ponto de vista crítico de Roy Wagner. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  11/2/2014  •  Artigo  •  1.520 Palavras (7 Páginas)  •  614 Visualizações

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Ensaio: A noção de descrição densa em Geertz, a partir da perspectiva crítica de Roy Wagner.

Por: Ana Paula Lopes

Prova 02 de antropologia IV

O presente trabalho propõe realizar uma reflexão sobre o a noção de descrição densa em Geertz, e seu conceito de cultura a partir de uma abordagem interpretativa e sua aplicação na etnografia a partir de uma outra perspectiva crítica do também antropólogo Roy Wagner, sobre a noção de cultura.

Clinfford Geertz ( 1929 – 2006) foi um antropólogo estadunidense professor da universidade de Princeton, em Nova Jersey. É fundador da Antropologia Hermenêutica ou Interpretativa, que floresceu a partir dos anos 1950, representando um divisor de águas na teoria contemporânea.

Em Uma Descrição Densa: Por uma teoria interpretativa da cultura – primeiro capítulo da obra A Interpretação das Culturas – Geertz se propõe descrever qual é o objeto da antropologia e o que é uma descrição densa. Deste modo, para o autor, o objeto da antropologia é uma hierarquia de estrutura significantes e superposta que permite distinguir um comportamento espontâneo como tique nervoso de suas imitações e de seus ensaios de imitações, através da observação e da interpretação do comportamento ocorrido. Segundo Geertz “ O etnógrafo “inscreve” o discurso social: ele o anota. Ao fazê – lo , ele transforma de acontecimento passado, que existe apenas em seu próprio momento de ocorrência”...( Geertz ,29). Já a descrição densa é analisada por Geertz como parte integrante do objeto da antropologia , pois distingue um tique nervoso de uma simples piscadela, por ser ela formadora de dados significantes, cuja densidade exige interpretações . E essa descrição densa possui características peculiares, pois, além de ser microscópica, ela interpreta o fluxo do discurso social para salvar e transformar tudo o que fora dito em registro pesquisáveis. Para o autor os textos antropológico são considerados interpretações, porém, interpretações de segunda e terceira mão. “somente um “ nativo” faz a interpretação em primeira mão: é a sua cultura”... ( Geertz 25). Sendo assim para Geertz , a cultura é um texto e o antropólogo escreve um texto, outros leem o texto e o interpreta também, e assim segue ...

Para Geertz o comportamento humano é visto como uma ação simbólica “ A cultura é publica por que o significado o é. Você não pode piscar ( ou caricaturar a piscadela ) sem saber o que é considerado uma piscadela ou como contrair, fisicamente, sua pálpebras (...)” ( Geertz 22). Para o autor “A cultura esta localizada na mente e no coração dos homens” . A cultura e publica por isso é preciso olhar a dimensão simbólica da ação. Geertz defende o conceito o semiótico de cultura. Acreditando assim como Max Weber, que o homem é um animal amarrado a teias de significação que ele mesmo constrói. “ Assumo a cultura como sendo essas teias e a sua analise; portanto, não como ciências experimental em busca de leis, mas como uma ciência interpretativa, á procura de significado” ( Geertz. pg 15).

Roy Wagner: Uma outra perspectiva

Roy Wagner, um antropólogo norte-americano considerado um divisor de águas na área de estudos antropologia cultural. Especializou na antropologia simbólica, formou-se em bacharel pela Universidade de Harvard, em 1961; e em Ph.D pela Universidade de Chicago, em 1966. Tornou-se professor na Universidade de Virgínia e, nos anos 70, lançou o seu livro mais conhecido “A Invenção da Cultura”, tendo tradução definitiva ao português do Brasil, lançada em 2010, por uma editora paulista. Em sua obra, o autor radicaliza a reflexão a respeito da cultura no paradigma antropológico, em seus estudos, considera os modos de conceituação nativos e reformula a própria disciplina antropológica.

Em uma outra perspectiva sobre o conceito de cultura, Roy Wagner, o autor de “A invenção da cultura” escolhe um outro caminho, diferente da teoria interpretativa trazida por Geetz. Segundo Marcio Goldman:

“Tão diferente que podemos ter hoje a sensação de que não são apenas um ou dois anos para mais ou para menos que separam A invenção da cultura desses dois outros livros, mas algo como meio século! De fato, se A interpretação das culturas e Cultura e razão prática soam hoje como anúncio do fim (no duplo sentido de acabamento e de término) de uma antropologia fin de siècle (século XX), A Invenção da cultura parece anunciar o início de outra coisa, que poderíamos imaginar como uma das possibilidades abertas para a antropologia do século XXI.”

Roy Wagner, “ A invenção da cultura’’ discorre sobre a ideia de invenção, sobre este ato como criatividade, e como algo constituído no campo, partindo do pressuposto de que a condição humana compartilhada por antropólogos e nativo, os coloca em pé de igualdade. Nas palavras de Goldman: “ ... O reconhecimento da criatividade daquele “estudam” é para Wagner condição de possibilidade da prática antropológica”. E partindo do pressuposto da relação simétrica, entre observador e observado, nativo e o antropólogo, Wagner afirma que: “ Todo ser humana é um antropólogo, um inventor de cultura” ( Wagner, pag.76)

Segundo Wagner, o antropólogo é obrigado a incluir a si mesmo e seu próprio modo de vida em seu objeto de estudo, e investigar a si mesmo” Em outras palavras, o antropólogo usa sua própria cultura, para investigar outras, e para estudar a cultura em geral. Para Wagner, o

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