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O papel da comunicação do setor público

Seminário: O papel da comunicação do setor público. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  17/4/2014  •  Seminário  •  4.588 Palavras (19 Páginas)  •  239 Visualizações

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com a divulgação de informações que atendam os anseios da sociedade no seu todo.

O papel da comunicação do setor público na democratização das informações e, em particular, cobra do jornalista que atua nessa área a consciência de sua missão de facilitador do acesso a essas informações. O profissional do setor público deve, por exemplo, lutar contra quaisquer tentativas de cercear a divulgação de informações. No Brasil, a sociedade não dispõe de instrumentos legais para exigir do Estado a livre circulação de informações de interesse geral. O importante para isso seria não apenas praticar conceitos como transparência e democracia como também adotar políticas públicas que prevejam o tráfego de informações em mão dupla, ou seja, dos órgãos públicos para a sociedade e da sociedade para os órgãos públicos.

Nesse contexto, vale o alerta do veterano jornalista José Hamilton Ribeiro, repórter da Rede Globo de Televisão, de que não há espaço para conciliar militância política com jornalismo nem na grande imprensa nem no serviço público. Caso contrário, o jornalista estará sendo desleal com o seu patrão, seja o dono da empresa seja o povo (no caso do setor público). 'O que não pode é haver jornalista simulante, que finge e apregoa uma isenção que na verdade não tem.'

Já os pecados dos assessores de imprensa, inclusive do setor público, foram citados pelo diretor de redação do jornal Correio Brasiliense, Ricardo Noblat. A lista é longa: mentir, enviar releases, anunciar tarde o que poderia ter sido anunciado cedo, telefonar na hora do fechamento da edição, não dar informações por telefone, sonegar informações que poderão ser descobertas, desviar uma apuração que está no rumo certo, só vender notícia cor-de-rosa, aplicar a matéria 171 ('estelionato'), desmentir bobagens, passar por cima do repórter, passar por cima do editor, passar por cima do diretor de redação e não admitir que errou (burrice).

Entre os conselhos capitais para o bom relacionamento com a imprensa, Noblat apresenta lista igualmente longa: o cidadão é o senhor absoluto; fatores estratégicos de sucesso são qualidade do conteúdo, credibilidade, organização e rapidez; foco no cliente, ou no foco do cliente (informação customizada, ou seja, oferecer o que cada um precisa); assessoria multimídia; tratar o repórter como amigo (fazer acordos); e dar a cada um o que ele precisa.

O envolvimento do funcionário

A comunicação interna no serviço público ajudar a fazer a interação entre serviço público e sociedade. Não se pode trabalhar a comunicação interna desvinculada da realidade, nem muito menos reduzi-la a mídias tradicionais e fluxos. Considerando que a comunicação é meio de mediação, os comunicadores do setor público precisa ser estrategistas, tendo uma visão de mundo.

Por isso, a comunicação interna deve começar por promover a interação entre os próprios funcionários do órgão público, no sentido de estimular o convívio nas relações de trabalho, mais do que simplesmente treinar as pessoas para atender bem o cliente. A comunicação deve agregar valor para ajudar a instituição a cumprir a sua missão. Aqui, Kunsch destaca a importância de a comunicação interna fazer parte da comunicação integrada, cuja filosofia deve ser a orientação para a maior harmonia (falar a mesma linguagem), a valorização da profissionalização e o desenvolvimento do trabalho conjunto com a área de recursos humanos, entre outros pontos.

Assim, entre os objetivos da comunicação interna, destacam-se os de promover a melhoria das relações de trabalho e buscar o equilíbrio entre fluxos descendentes e ascendentes (valorizar comunicação circular) e a integração com a comunicação externa. Para isso, é preciso priorizar caminhos tais como o rompimento de barreiras culturais (estereótipo do servidor público, culto à burocracia, ingerência política, imediatismo e improvisação, falta de recursos, não profissionalização, corporativismo, etc.), a avaliação e a revisão de paradigmas, a busca da qualidade e da eficácia e a adoção do planejamento estratégico, entre outros.

É preciso considerar que o cidadão tem o duplo papel de patrão do servidor público e de cliente do serviço público. Assim, o governo precisa buscar vender bem os serviços prestados, na visão do superintendente de comunicação e marketing da Sabesp, Luiz Carlos Neto Aversa. Dessa maneira, todo funcionário deve ser porta-voz da empresa ou da instituição. Quer dizer, a instituição passa a se comunicar no seu todo e não mais exclusivamente através do seu dirigente.

O exemplo da Sabesp mostra que a utilização da intranet como instrumento de gerenciamento e a aculturação da instituição (treinamento intensivo do público interno, sensibilização/conscientização, revisão dos princípios e valores da comunicação da empresa, etc.) devem fazer parte da estratégia para se ter uma política de comunicação, assentada na transparência, na verdade e na responsabilidade, e assim atingir os resultados desejados. Para a Sabesp, por exemplo, o alvo da comunicação são os políticos, o setor financeiro, a população e a imprensa.

Revolução tecnológica

A Internet mudou radicalmente as relações do governo com a sociedade, segundo Ney Gilberto Leão, funcionário do Ministério do Planejamento e Gestão e responsável pelo Governo Eletrônico. Tornou possível o fornecimento de informação pública abundante e acessível, da mesma forma que permitiu ao governo oferecer, em tempo real, a todo o território nacional os mais diversos tipos de serviços, tais como o saldo do FGTS, a declaração do Imposto de Renda e a Rede Nacional de Saúde. Além disso, merece destaque o sistema de compras governamentais pela Internet.

De acordo com Ney Leão, a Rede Governo (www.redegoverno.gov.br) – um catálogo de endereços das páginas do Governo Federal na Internet - oferece 1.400 serviços, com 16 mil informações, e já conta com cerca de 20 milhões de acessos por mês. Porém, 22% dos serviços do governo não estão na Internet e 53% dos serviços oferecidos são apenas informativos. Apenas 11% dos serviços possuem alguma interatividade (como é o caso da Previdência Social) e 14% são de relações transacionais (como o G2B ou transações entre governo e fornecedores).

Assim, o governo federal tem vários desafios pela frente, como os de vencer a 'exclusão digital' de grande parte dos brasileiros e promover a maior interação com o cidadão. Além disso, precisa disponibilizar

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