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OS CONTEÚDOS SOCIOLÓGICOS NOS LIVROS DIDÁTICOS: UM ESBOÇO INICIAL SOBRE O TEMA ESTRUTURA E MUDANÇAS SOCIAIS

Por:   •  2/4/2019  •  Ensaio  •  1.609 Palavras (7 Páginas)  •  209 Visualizações

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OS CONTEÚDOS SOCIOLÓGICOS NOS LIVROS DIDÁTICOS: UM ESBOÇO INICIAL SOBRE O TEMA ESTRUTURA E MUDANÇAS SOCIAIS

        Glauber Eduardo Ribeiro Cruz        

Prof. Euclides de Freitas Couto

Tutora Shirley Alexandra Ferreira

Universidade Federal de São João Del Rei – UFSJ

Ensino de Sociologia no Ensino Médio

Ensino de Sociologia: história, metodologia e conteúdos

13/09/2018

RESUMO: Os conteúdos sociológicos nos livros didáticos apresentam uma diversidade de temas e conceitos. Os professores da disciplina de Sociologia precisam construir métodos que possam ser colocados em prática em sala de aula relacionando temas, conceitos e teorias. No caso da temática estrutura e mudanças sociais percebe-se uma permanência nas obras didáticas, no entanto com espaços, propostas de atividades e conteúdos múltiplos. Neste ponto, os professores no ambiente escolar precisam escolher o material didático que possa desenvolver o olhar sociológico junto aos estudantes e alcançar os objetivos referentes a temática.

Palavras-chave: conteúdos sociológicos, estrutura, mudanças sociais.

  1. INTRODUÇÃO

Os conteúdos sociológicos no ensino médio estão entre os desafios mais presentes para os professores em sala de aula. Concomitantemente a questão dos conteúdos há também a escassez de material didático, a necessidade de cursos de atualização e de concursos públicos em meio a desvalorização da disciplina e do profissional e de um processo educativo includente. No caso da licenciatura, a possibilidade de repensar práticas e concepções pedagógicas, por meio de experiências organizativas e atividades de pesquisa e extensão inovadoras surgem como uma proposta para direcionar e construir atividades formativas e material didático-pedagógico.

 A ausência de tradição de trabalho com o ensino da Sociologia nas escolas, o desconhecimento sobre o sentido e a finalidade da disciplina na grade curricular e sua conseqüente desvalorização, tanto pelas direções das escolas e pelo seu coletivo de professores, como pelos alunos, obstaculizam a criação e a consolidação de espaços de reflexão sociológica que promovam mediações significativas entre os estudantes e o conhecimento científico da vida social (JINKINGS, 2007, p. 126).

Na busca pela especificidade da disciplina e dos conteúdos, os questionamentos iniciais apontam para a necessidade de construção de um saber organizado que desenvolva o pensamento crítico, por meio do distanciamento e da aproximação, e contribua para a formação da pessoa humana. Neste ponto, o posicionamento enquanto profissional da educação é de crítica à concepção de que somente a Sociologia deve formar o cidadão crítico da sociedade.

Que fique claro: não creio que a disciplina Sociologia seja imprescindível para a preparação básica para o trabalho e para o desenvolvimento da cidadania ou do pensamento crítico, porém ela pode contribuir para esses objetivos estabelecidos para esta etapa da Educação Básica (SARANDY, 2001, p. 3).

Ter a compreensão que a Sociologia contribui para a formação do cidadão possibilita os profissionais da disciplina desenvolver sensibilidades e simultaneamente o olhar, o ouvir e o escrever sociologicamente por meio da percepção, da compreensão e do raciocínio, e da experiência de pesquisa, ou seja, ensinar sociologia é “desenvolver uma nova postura cognitiva no indivíduo” (SARANDY, 2001, p. 7).

  1. O CONHECIMENTO SOCIOLÓGICO: O CASO DOS CONCEITOS ESTRUTURAS E MUDANÇAS SOCIAIS.

Antes de analisar como os conceitos são desenvolvidos nas obras, é importante apresentar como os documentos oficiais ressaltam o conhecimento sociológico. O ensino da Sociologia tem duas concepções distintas. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) com a pedagogia das competências implantada de cima para baixo, sem debates e para concorrer a financiamentos internacionais, extrapolam finalidades e capacidades dos alunos no Ensino Médio, pois atendem as competências desejáveis do ponto de vista do capital com um currículo direcionada para a preparação para o trabalho e o exercício da cidadania, e não como aquisição de conteúdos específicos. No caso das Orientações Curriculares Nacionais (OCN’s), a proposta é ser um mapa de orientação para o professor, negando a ideia de sequencia entre os conteúdos, e focado no recorte metodológico dos conceitos, dos temas e das teorias. Esta perspectiva revela como a “pressão política e trabalho contínuo são as únicas maneiras de manter um ensino de ciências sociais de qualidade no Ensino Médio brasileiro” (CASÃO, QUINTERO, 2007. p. 238).

A nossa proposta é analisar como o tema Estrutura e Mudanças Sociais aparece em duas obras didáticas contempladas pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD): Sociologia em movimento (2013), entre os anos de 2015 e 2017; e Sociologia, volume único (2016), entre os anos de 2018 e 2020.

Na obra Sociologia em movimento (2013), organizada por profissionais do Estado do Rio de Janeiro, o capítulo referente ao tema está estruturado assim: primeiras palavras, como introdução; saiba mais; cronologia; formas de estratificação: castas, estamentos, classes e desigualdades; Brasil: interpretação da pobreza e o cenário de mudanças e permanências socioeconômicas; saiba mais; igualdade de oportunidades x desigualdade de condições; infográfico; considerações sociológicas; instrumento jurídico; indicações de filmes, vídeos, livros e sites; atividades com questões abertas, fechadas, propostas de debates e de pesquisa; e uma proposta de projeto denominada Movimentação, com música e desigualdade social no Brasil contemporâneo.

O capítulo Estratificação e desigualdades sociais está localizado na unidade 4 – Mundo do trabalho e desigualdade social – sendo o décimo primeiro do livro, que é constituído por seis unidades e quinze capítulos. Por uma questão de tamanho numérico de páginas e de conteúdos é uma obra complicada para que o professor possa organizar um planejamento com tantos conteúdos. A vivência em sala de aula trouxe a concepção de que um livro didático deve ter doze capítulos, em que o docente separaria quatro capítulos por ano no ensino médio.

O capítulo possibilita uma análise profunda do professor com a cronologia, que indica leis; com imagens, charges, gráficos, leis, tabelas, fotografias que apontam a diversidade de formas para a compreensão da estratificação social; e uma gama de atividades que o docente pode utilizar em sala de aula, debatendo, pesquisando e refletindo sobre o tema. No entanto, uma dificuldade é a sugestão de filmes e vídeos, pois são longas metragens e para assistir em sala com uma aula por semana com cinquenta minutos é complicado, mesmo que haja colaboração de professores. Neste ponto, os autores poderiam ter sugeridos documentários e curtas metragens de até 30 minutos.

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