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PRÁTICA DO SERVIÇO SOCIAL

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Por:   •  3/6/2014  •  Tese  •  1.788 Palavras (8 Páginas)  •  186 Visualizações

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A PRÁTICA DO SERVIÇO SOCIAL

O serviço social como profissão

Na trajetória histórica do Serviço Social, podemos identificar várias correntes que discutem a questão da sua instrumentalidade, que trazem consigo um corpo conceitual específico que dá a esse tema um determinado significado. Entendemos por instrumentalidade a concepção desenvolvida por Guerra (2000) que, a partir de uma leitura lukacsiana da obra de Marx, constrói o debate sobre a instrumentalidade do Serviço Social, compreendendo-a em três níveis: no que diz respeito à sua funcionalidade ao projeto reformista da burguesia; no que se refere à sua peculiaridade operatória (aspecto instrumental-operativo); e como uma mediação que permite a passagem das análises universais às singularidades da intervenção profissional.

Desde o período em que o Serviço Social ainda fundava sua base de legitimidade na esfera religiosa, passando pela sua profissionalização e os momentos históricos que a constituiu, a dimensão técnica-instrumental sempre teve um lugar de destaque, seja do ponto de vista do afirmar deliberadamente a necessidade de consolidação de um instrumental técnico-operativo "específico" do Serviço Social (falamos aqui em especial da tradição norte-americana, que teve forte influência sobre o Serviço Social brasileiro, sobretudo entre os anos 40 e 60), seja no sentido de afirmar o Serviço Social como um conjunto de técnicas e instrumentais em outras palavras, uma tecnologia social.

Em outros momentos, no sentido de atribuir à instrumentalidade do Serviço Social um estatuto de subalternidade diante das demais dimensões que compõem a dimensão histórica da profissão. As profissões se criam como especializações do trabalho coletivo para atender necessidade, portanto, o Serviço Social surge num contexto de administração de carências materiais, sendo legitimado pelo capital na qualidade de principal requisitante institucional.

Na empresa a prática do Serviço Social não escapa a essa generalização. Nela, a despeito de algumas singularidades, o Serviço Social também é assumido como um instrumento de intervenção nos "problemas sociais", entendidos como situações de carências do trabalhador que interferem na produtividade da força de trabalho. Assumindo assim, a função técnica específica no interior das empresas ? mediar soluções de carências e conflitos dos trabalhadores.

Por esta razão, aspectos políticos e técnicos, intimamente relacionados, estarão presentes tanto no conjunto das ações do assistente social como na elaboração de suas referências teóricas-práticas, emergentes do próprio desenvolvimento da prática profissional na empresa, cujo destino não é apolítico nem histórico.

Esta identidade aponta, portanto, para a existência de um projeto social, dentro do qual se inscreve a requisição da profissão, e exige que, diante dos diversos fenômenos que a empresa elege como passíveis de intervenção. Nesta ótica, pode-se, então, inferir que a ação do Serviço social nas empresas é polarizada entre a convivência objetiva com as condições de vida e trabalho do empregado e as prerrogativas da entidade.

A justificativa da inserção do Serviço Social é discutida pelos profissionais a partir das funções da empresa capitalista e da significação dos problemas sociais do trabalhador na obstaculização/facilitação da produção. Essa relação se apresenta, como de natureza complementar, representada do empregador e dos empregados em função do que cada um necessita para satisfazer suas necessidades. Tais necessidades são, em tese, a compra da força de trabalho e o salário.

Pensar o Serviço social enquanto processo de trabalho é um tema bastante discutido na categoria sendo motivo de divergência entre os vários autores que o discutem. Nesse sentido serão abordados pensamentos de autores que fazem discussões em torno desse tema, como Iamamoto (2007), Granemann (1999) e Lessa (2001). De acordo com esse último, o Serviço Social não se configura como um trabalho, pois não atua diretamente com a transformação dos recursos da natureza necessários para a reprodução social

Ele afirma que o Serviço Social se configura como um complexo social, responsável pela organização dos indivíduos para o trabalho. Entretanto, Iamamoto (2007) e Granemann (1999) afirmam que, o Serviço Social se materializa como processo de trabalho partindo da premissa de que possui um objeto no qual intervêm, sendo este, a questão social e suas refrações. Possui, também, instrumentos de intervenção firmados nas bases teórico-metodológicas, apreendidas enquanto profissão regulamentada, materializando-se em entrevistas sociais, reuniões, encaminhamentos, pareceres sociais, etc.

Um terceiro elemento que as autoras utilizam para compreender a profissão como processo de trabalho são os "produtos", ou seja, os resultados desse trabalho. O Serviço Social intervém nas relações sociais, e, a partir da execução de seu trabalho pode contribuir para a construção de uma outra sociedade onde haja a superação da contradição capital e trabalho que potencializa a questão social.

Nesse sentido, o produto da intervenção profissional pode se configurar de forma diferenciada de acordo com o local no qual os assistentes sociais estão inseridos. Nessa perspectiva o serviço social não atua de forma isolada de outros profissionais, por estar inserido em um processo coletivo de trabalho para atender as demandas postas pelo sistema capitalista. Com a reestruturação do capitalismo, surgem novos desafios para todas as profissões, e o Serviço Social precisa interagir com as mesmas para atender às necessidades decorrentes da nova conjuntura e implementar estratégias de enfrentamento ao agravamento da questão social.

Dessa forma, objetivamos evidenciar o Serviço Social enquanto processo de trabalho e sua inserção em um processo coletivo. A partir dos pontos elencados anteriormente, neste contexto capitalista, neoliberal, demarcado pela desigualdade sócio-econômica entre ricos e pobres, onde estes últimos sofrem com a discriminação, com a pobreza, com a focalização de políticas sociais, e em linhas gerais, com a má distribuição de renda socialmente produzida, o Serviço Social configura-se como processo de trabalho atuando no enfrentamento as seqüelas da Questão social,com profissionais embasados em referenciais teórico-metodológicos e comprometidos com o projeto ético-político da profissão, na defesa intransigente dos direitos da classe trabalhadora, mediando esses conflitos, e estando ao lado de outros profissionais para garantir a efetivação de políticas públicas.

Nessa ótica, pode-se concluir que

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